quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

“QUE QUERES, SENHOR, QUE EU FAÇA?”

Humberto C. Pazian

Poucas frases representaram tão bem o espírito de fidelidade à Doutrina do Cristo como esta pergunta feita a Jesus pelo apóstolo Paulo.

Temos no início do cristianismo nascente, exemplos fenomenais de amor e dedicação à obra do Evangelho. Renúncias sem conta, molestações físicas onde em pleno suplício corações repletos de amor elevavam seus cânticos a Glória do Altíssimo.

Relatados na história, podemos afirmar, que grandes exemplos de fé e coerência doutrinária, como estes, jamais foram registrados.

De todos os apóstolos dessa Doutrina podemos tecer imensos e profundos comentários, mas é em Paulo, o apóstolo e missionário, em que ressaltamos esta frase notável:

“Que queres, Senhor, que eu faça”.

Para ter-se uma idéia mais próxima do teor dessa pergunta é preciso analisar a vida desse apóstolo. Estudioso e Mestre em Israel, perseguidor assas violento dos seguidores do Cristo, mas de uma fidelidade invejável ao Deus de seus princípios, não hesitou em transformar sua vida, ao cair por terra nas portas de Damasco, reconhecendo a grandeza daquele que perseguia.

Rende-se a verdade, e faz a célebre pergunta...

A partir desse momento toda sua vida muda e a vontade do Cristo é a mesma que a sua. Segundo suas palavras, não é mais ele que vive, mas sim o Cristo que nele habita.

Séculos se passaram e o exemplo de Paulo, suas viagens e suas epístolas, ainda se encontram na memória da humanidade. No momento aprazado, irrompe no cenário do mundo a vós dos Espíritos. Os apóstolos da nova Revelação se desdobram e multiplicam-se.

De todas as partes do Globo a mensagem de Jesus é lembrada e revivida.

Novos seguidores e novas juras de união. O Evangelho é dissecado à luz do espiritismo e nós, seus herdeiros e discípulos, procuramos acertar nossos prumos seguindo rumo a Deus.

No momento em que a Ciência começa a desvendar os mistérios que a revelação já prenunciara e os Espíritas se reúnem para estudos e conferências sobre os múltiplos aspectos de nossa doutrina, buscando novas fórmulas e novos conceitos, cabe aqui uma reflexão:

Quantos de nós podemos, como Paulo, estar preparados para viver os ensinamentos da Boa Nova à Luz do Espiritismo de uma forma total e absorvente? Quem já pode afirmar convictamente que já não vivemos mais e sim, o Cristo é que em nós habita?

Quem já está preparado para corrigir e orientar o próximo pelo próprio exemplo de sua vida? E enfim, será que temos desapego e coragem suficientes para viver o Evangelho em sua essência?

Nos alertara Paulo; “Sem amor, eu não sou nada”, já nos anunciara Kardec: “Fora da Caridade não há salvação”, e embora o estudo da Doutrina Espírita seja fundamental para não trilharmos incertos caminhos, a prática pura e simples do Evangelho em nossas vidas, segundo Paulo, deve ser a própria razão de existir.

Quando estivermos inseguros com que caminho seguir ou medida a tomar, façamos como Paulo, perguntemos a Jesus e sigamos sua vontade.


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