Lenda A justiça de Xangô
A Justiça de Xangô
Conta a Lenda (história) que
certa vez, viu-se Xangô acompanhado de seus exércitos frente a frente com um
inimigo que tinha ordens de seus superiores de não fazer prisioneiros, as
ordens era aniquilar o exército de Xangô, e assim foi feito, aqueles que caiam
prisioneiros eram barbaramente aniquilados, destroçados, mutilados e seus
pedaços jogados ao pé da montanha onde o Orixá Xangô estava. Isso provocou a
ira de Xangô que num movimento rápido, bate com o seu machado na pedra
provocando faíscas que mais pareciam raios. E quanto mais batia mais os raios
ganhavam forças e mais inimigos com eles abatia. Tantos foram os raios que
todos os inimigos foram vencidos. Pela força do seu machado, mais uma vez Xangô
saíra vencedor. Aos prisioneiros, os ministros de Xangô pediam os mesmo
tratamento dado aos seus guerreiros, mutilação, atrocidades, destruição total.
Com isso não concordou com Xangô.
- Não! O meu ódio não pode
ultrapassar os limites da justiça, eram guerreiros cumprindo ordens, seus
líderes é quem devem pagar!
E levantando novamente seu
machado em direção ao céu, gerou uma série de raios, dirigindo-os todos, contra
os líderes, destruindo-os completamente e em seguida libertou a todos os
prisioneiros que fascinados pela maneira de agir de Xangô, passaram a segui-lo
e fazer parte de seus exércitos.
Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade – Shango
Xangô é a ideologia, a decisão, à
vontade, a iniciativa, pois Xangô é um orixá dinâmico, ele é o fogo, ação
dentro do Culto ao Candomblé este orixá é um dos mais temidos, na Africa em Oió
ele possui seu culto e um palácio. É a rigidez, organização, o trabalho, a
discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o
levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial,
monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de
liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma
conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que o medo. No
culto em Cuba na Santeria cubana seu nome é Shangô.
Talvez estejamos diante do Orixá
mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro Deus
Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras.
Qualidades do Orixá Xangô
Xangô é um Orixá bastante popular
no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os
demais, em termos hierárquicos. Essa confusão acontece por dois motivos: em
primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração,
do poder e, principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no
panteão africano. Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem
pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas,
a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas
regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos
de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô
de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.
Xangô é pesado, íntegro,
indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo
faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios,
coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.
XANGÔ ORIXÁ DA JUSTIÇA DO CANDOMBLÉ
Suas decisões são sempre
consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide
sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.
Na África, se uma casa é atingida
por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois
se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão
revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formado pelo
relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas,
principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo
o Meteorito é seu axé máximo.
Xangô tem a fama de agir sempre
com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas
referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual
castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os
contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está
concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor
da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se
quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.
Xangô não contesta o status de
Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo de comum entre ele e Zeus, o
deus principal da rica mitologia grega. O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie
de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, que indica o poder de Xangô,
corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar
apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre.
Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores,
sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça
por ele aplicada. Segundo Pierre Verger, esse símbolo se aproxima demais do
símbolo de Zeus encontrado em Creta. Assim como Zeus, é uma divindade ligada à
força e à justiça, detendo poderes sobre os raios e trovões, demonstrando nas
lendas a seu respeito, uma intensa atividade amorosa.
Outra informação de Pierre Verger
especifica que esse Oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o
fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo machado, e lembra, de
certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual os iniciados de Xangô devem
carregar na cabeça uma jarra cheia de furos, dentro da qual queima um fogo
vivo, demonstrando através dessa prova, que o transe não é simulado.
Oração de Xangô - Prece a Xangô
Xangô portanto, já é adulto o
suficiente para não se empolgar pelas paixões e pelos destemperos, mas vital e
capaz o suficiente para não servir apenas como consultor.
Outro dado saliente sobre a
figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento com a morte. Se Nanã é
como Orixá a figura que melhor se entende e predomina sobre os espíritos de
seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta ou os teme. Há quem
diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, o Orixá o abandona,
retirando-se de sua cabeça e de sua essência, entregando a cabeça de seus
filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal o grau de
aversão que tem por doenças e coisas mortas.
Deste tipo de afirmação discordam
diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamente todos aceitam como
preceito que um filho que seja um iniciado com o Orixá na cabeça, não deve
entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros.
Tudo que se refere a estudos, as
demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a
Xangô.
Xangô teria como seu ponto fraco,
a sensualidade devastadora e o prazer, sendo apontado como uma figura vaidosa e
de intensa atividade sexual em muitas lendas e cantigas, tendo três esposas:
Obá, a mais velha e menos amada; Oxum, que era casada com Oxossi e por quem
Xangô se apaixona e faz com que ela abandone Oxossi; e Iansã, que vivia com
Ogum e que Xangô raptou.
No aspecto histórico Xangô teria
sido o terceiro Aláàfin Oyó, filho de Oranian e Torosi, e teria reinado sobre a
cidade de Oyó (Nigéria), posto que conseguiu após destronar o próprio
meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de
seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.
Comida de Xangô – Amala – Oferenda – Agrado Orixá
Em uma de suas lendas este Orixá
que ao ser vencido por seus inimigos, refugiou-se na floresta, sempre
acompanhado da fiel Iansã, enforcou-se e ela também. Seu corpo desapareceu
debaixo da terra num profundo buraco, do qual saiu uma corrente de ferro - a
cadeia das gerações humanas. E ele se transformou num Orixá. No seu aspecto
divino, é filho de Oxalá, tendo Yemanjá como mãe.
Xangô também gera o poder da
política. É monarca por natureza e chamado pelo termo obá, que significa Rei.
No dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos,
lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas campanhas e
partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações
humanas ou nos governos, de um modo geral.
Xangô é um Orixá de fogo, filho
de Oxalá com Yemanjá. Diz a lenda que ele foi rei de Oyó. Rei poderoso e
orgulhoso e teve que enfrentar rivalidades e até brigar com seus irmãos para
manter-se no poder.
Sobre os Filhos de Xangô
Sobre Filhos de Xango e as suas
Características dos regidos por este orixá tanto no Candomblé quanto na
Umbanda.
Para a descrição dos arquétipos
psicológico e físico das pessoas que correspondem o Xangô, deve-se ter em mente
uma palavra básica: Pedra. É da rocha que eles mais se aproximam no mundo
natural e todas as suas características são balizadas pela habilidade em verem
os dois lados de uma questão, com isenção e firmeza granítica que apresentam em
todos os sentidos.
Atribui-se ao tipo Xangô um
físico forte, mas com certa quantidade de gordura e uma discreta tendência para
a obesidade, que se ode manifestar menos ou mais claramente de acordo com os
Ajuntós (segundo e terceiro Orixá de uma pessoa). Por outro lado, essa
tendência é acompanhada quase que certamente por uma estrutura óssea
bem-desenvolvida e firme como uma rocha.
Tenderá a ser um tipo atarracado,
com tronco forte e largo, ombros bem desenvolvidos e claramente marcados em
oposição à pequena estatura;
A mulher que é filha de Xangô,
pode ter forte tendência à falta de elegância. Não que não saiba reconhecer
roupas bonitas - tem, graças à vaidade intrínseca do tipo, especial fascínio
por indumentárias requintadas e caras, sabendo muito bem distinguir o que é
melhor em cada caso. Mas sua melhor qualidade consiste em saber escolher as
roupas numa vitrina e não em usá-las. Não se deve estranhar seu jeito meio
masculino de andar e de se portar e tal fato não deve nunca ser entendido como
indicador de preferências sexuais, mas, numa filha de Xangô é um processo de
comportamento a ser cuidadosamente estabelecido, já que seu corpo pode
aproximar-se mais dos arquétipos culturais masculinos do que femininos; ombros
largos, ossatura desenvolvida, porte decidido e passos pesados, sempre
lembrando sua consistência de pedra.
Fonte: Blog Juntos no Candomblé
Adorei as informações
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