sábado, 14 de dezembro de 2013

Osho: A DISSOLUÇÃO DAS FRONTEIRAS

Imagem por Feist, Michael - catchthefuture

Osho

 

Não só você está procurando Deus, Deus também está procurando você. Não que sem Deus você é triste; Deus sem você também é triste.


E quando você se encontra com Deus, e Deus se encontra com você, o êxtase não será somente seu; será o êxtase dele também. 
Toda a existência será extática. Sempre que um único ser humano se torna um Cristo ou um Buda, toda a existência dança, toda a existência se deleita — enlouquece em êxtase!


O encontro é a 
fusão das divisões. Se você pensa em si mesmo como um homem, cria uma divisão. E se você não abandonar essa divisão, essa categoria que criou à sua volta, de que "sou um homem", não dei-xará que Deus entre em você.

É preciso que você esteja completamente livre das fronteiras, de todas elas — a fronteira do hindu, do cristão, do homem, da riqueza, da pobreza, da educação, da falta de educação, do branco, do preto, do brâmane e do sudra —, todas as fronteiras têm de ser abandonadas.


Nesse abandono, 
o eterno entra no seu inundo temporal. Na sua noite escura da alma, surge aquela luz, a luz que o inunda. E de repente você não é mais o mesmo.


Deixe-me repetir: Deus também não é mais o mesmo! Deus nunca foi tão rico como quando se tornou Cristo. Ele nunca foi tão rico como quando se tornou Buda. Ele ainda não é tão rico como quando 
você se encontrar com ele, pois você jorrará sobre ele.


Sei que você tem uma energia pequena, mas 
um oceano é criado por pequenas gotas caindo, caindo, caindo... Pequenos rios deságuam no oceano e criam o oceano. Nenhum rio sozinho pode criar o oceano, mas cada rio colabora para criá-lo, ajuda a criá-lo.


Deus é maior a cada dia, porque um pouco de água, um pouco do rio, flui até ele, trazendo-lhe uma nova vida e uma nova emoção.  Deus está evoluindo, pois não é uma coisa estática. 
Deus evolui a cada momento.


O encontro é a dissolução das fronteiras, a atenuação das divisões, uma sobreposição, 
um transbordamento. É o que se chama de confiança, fé ou entrega. No zero absoluto, na entrega absoluta, a vida retorna, e nós retornamos a Deus ou ao Tao ou a dhamma, a totalidade que flui livremente.


Deus é a 
totalidade que flui livremente, Deus não é uma pessoa. Nós só retornamos ao ser puro quando nos tornamos essa totalidade também. Nesse estado, tudo está bem, tudo está certo.


Uma 
lata enferrujada poderá nos encher de extremo deslumbramento quando a luz do sol bater sobre ela...


Na ioga, esse estado é chamado de 
nadam, um certo estado de harmonia, de concordância. Quando o homem desaparece em Deus e o conflito do homem com Deus desaparece, ocorre nadam, harmonia — o que Heráclito chama de "harmonia oculta".


Nadam é homeostase — harmonia, ritmo. Se você estiver fora de ritmo, fora de sintonia com Deus, será infeliz. Jesus está em sintonia com Deus, 
essa é a alegria dele. Se ele também estivesse infeliz, triste, que diferença haveria entre você e ele?

A diferença é que ele sente compaixão por você, mas vive em total alegria. Na verdade, como vive em total alegria, ele sente pena de você, sente compaixão por você. Quer que você 
compartilhe da total alegria dele, e ele sabe que a alegria será sua, se você pedir.


Por isso, ele diz: "
Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á". 

 

 

Osho, em "A Flauta Nos Lábios de Deus: O Significado Oculto dos Evangelhos"


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