sábado, 6 de setembro de 2014

Lendas Africanas: NANÃ



Nanã, querendo demais ter um filho de Oxalá, concebeu o primogênito Obaluaiê, o qual possuia feia aparência e foi por ela desprezado.

Então consultou Ifá (o Orixá da adivinhação) e este lhe disse que em uma segunda tentativa ela teria um filho lindíssimo, tão formoso quanto o arco-íris, mas este não ficaria a seu lado, porque ela estava indo contra as leis da natureza: Oxalá era de Iemanjá, Orumilá havia traçado isto no céu.

Aliás, o próprio Oxalá tentou, inutilmente, dissuadi-la desta relação.

Conforme previsto por Ifá, nasceu Oxumarê, maravilhoso.

Durante seis meses, assumia a forma de um arco-íris, levando água para o castelo de seu pai, que morava em Orum (céu).

Nos outros seis meses, voltava à Terra sob a forma de uma cobra, aquela que mordia a própria cauda, dando a volta em torno da Terra.

Ela teria gerado o movimento de rotação do planeta, bem como o trânsito dos corpos celestes no espaço.

É a serpente da bíblia, da magia, e representa polaridades opostas: masculino/feminino, inverno/verão, noite/dia, bem/mal, sendo que, por ser extremamente generoso, Oxumarê coloca no coração e na consciência do homem a certeza de que só o Bem é a luz, o amor.

Sendo assim, o Bem é tudo de que os bons precisam para se tornarem fortes; na verdade, o mal só existe porque os bons são tímidos.

A lenda continua dizendo que Oxumarê deu um reino a seu irmão e que lhe fez uma roupa muito bonita para esconder sua aparência.

Carinhoso, amoroso, não deixa que seus filhos passem privações, e se os mesmos estão sujeitos ao carma ou a “Lei”, ele procura consolá-los, ajudando-os a suportar as provas.

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