Separações Afetivas
Divaldo Pereira Franco
03/11/2016
Aumenta,
consideravelmente, em nossa cultura, a separação conjugal, a desunião
matrimonial, a indiferença no relacionamento afetivo.
A solidão toma conta
das criaturas tornando-as fantasmas atormentados.
Os sonhos de uma
afetividade repleta de bênçãos, constituindo uma família harmônica, cedem lugar
a verdadeiros combates domésticos, que culminam em separações lamentáveis.
As facilidades de
relacionamentos sexuais descomprometidos, a ausência de pudor que predomina em
quase todas as esferas sociais, tornaram o amor descartável, de breve duração e
sem maturidade para suportar os desafios existenciais. É surpreendente a
ocorrência, quando sucede em uniões aparentemente seguras e estáveis, com
existência de longo prazo, apresentando-se como falta de amor, desaparecimento
da empatia e do interesse afetivo na comunhão conjugal.
Dilaceram-se famílias,
criam-se traumas de difícil solução em filhos imaturos que não compreendem os
problemas dos pais, nem são devidamente informados, muitas vezes lançados pela
imprevidência de um deles contra o outro. E passam a conviver com pessoas
estranhas, que substituem provisoriamente aqueles que eram o sustentáculo da
sua vida, o amor das primeiras horas, o anjo abençoado dos seus dias.
É certo que uma
separação pacífica é muito melhor do que uma convivência litigiosa. A verdade,
porém, é outra... As separações nascem, quase sempre, de falsa necessidade de
novos parceiros, de prazeres fáceis e ligeiros, de fazer-se parte das redes
sociais...
A decadência moral que
se avoluma, assustadora, prognostica um futuro sem família, filhos órfãos de
pais vivos, desinteressados, uma sociedade sem raízes afetivas, assinalada
pelos transtornos afetivos e desajustes emocionais.
Um pouco mais de
maturidade psicológica e de amor real poderiam modificar esse comportamento,
quando as criaturas se dispam do egoísmo, do direito de posse sobre o outro,
dando-lhe o direito de ser humano e agir como tal.
Divaldo Pereira
Franco.
Artigo publicado no
Jornal A Tarde,
na coluna Opinião, de 3.11.2016.
Em 9.11.2016.
Fonte:
Divaldo Franco
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