quarta-feira, 10 de maio de 2017

Frank M. Wanderer: O AMOR ESPIRITUAL DO SILÊNCIO INTERIOR


O Amor Espiritual do Silêncio Interior
Por Frank M. Wanderer
31/03/2017

O mundo ao nosso redor é muito barulhento, estamos constantemente cercados pelo murmúrio do mundo civilizado. Quase esquecemos, hoje, como poderia ser viver uma vida silenciosa neste mundo barulhento. Que segredo poderia ter o silêncio?

O mistério do silêncio torna-se interessante para nós quando nos tornamos buscadores espirituais. A partir desse momento, começamos a procurar a essência da vida, desejamos encontrar uma resposta à pergunta:

 "Quem sou eu, e qual é a minha missão nesta Terra?"

Primeiro, procuramos a resposta no mundo externo. Tentamos encontrar uma ideia, uma ideologia, e nos identificamos buscando as respostas às perguntas que nos preocupam e causam esse sentimento atormentador de desejo que nos estimulou a embarcar em busca de respostas.

Depois de muitos esforços fúteis percebemos que nenhuma ideia, ideologia, professor ou mestre é capaz de nos fornecer uma resposta satisfatória a essas perguntas. Então voltamos para dentro e começamos a procurar as respostas em nós mesmos.

Voltar-se para dentro exige silêncio e tranquilidade de nós, então o silêncio se torna importante para nós a partir desse momento. Encontramos um canto tranquilo para nós mesmos, onde somos capazes de pensar e meditar sem ser perturbado. Deixamos para trás a civilização, vamos para as montanhas, a natureza ou a solidão de um mosteiro.

Aqui, a princípio, acreditamos que encontramos o que procuramos, porque o silêncio da natureza, ou a vida tranquila de uma pequena comunidade ao redor, e o silêncio que encontramos nos dá satisfação e felicidade. Se somos capazes de tranquilizar o mundo barulhento dentro de nossa cabeça neste ambiente pacífico, o silêncio externo pode ser seguido pela meditação depois de um tempo. O silêncio interno forçado e a tranquilidade temporária são o resultado da supressão do pensamento. Esse silêncio, entretanto, não é nosso, não é parte de nossa Alma.


Isso é apropriadamente demonstrado pelo fato de que quando voltamos ao ruidoso estágio giratório da sociedade, estamos cercados pelo mundo vivo de uma grande cidade, nossa tranquilidade adquirida desaparece imediatamente, nosso silêncio acalentado desaparece como se nunca tivesse existido. Se temos sorte e o mundo externo permanece em silêncio ao nosso redor, apenas o silêncio de nossa meditação é perdido toda vez que a mente começa a trabalhar e os pensamentos e emoções inundam nosso cérebro.

Tudo isso mostra que há algo errado conosco, estávamos completamente enganados quando acreditamos que o poder mágico do silêncio nos libertará de nós mesmos. O problema é que olhamos na direção errada quando pensamos que o silêncio é algo fora de nós mesmos, algo que conseguimos suprimindo o trabalho da mente.

O silêncio é uma das qualidades do Milagre, que é o nosso próprio Ser, a Consciência. Portanto, nunca o perdemos, porque não podemos perder o que somos. Precisamos encontrar nosso Eu interior novamente, permitindo que a Consciência desperte por si mesma em nós.

Deste tempo em diante, o silêncio, permanecerá sempre conosco, não precisaremos mais procurá-lo no mundo externo ou forçá-lo sobre nós suprimindo nossa corrente de pensamentos. Depois disso, não importa onde estejamos no mundo, mesmo na estação ferroviária mais barulhenta, nunca perderemos nosso silêncio interior, nosso Eu.

~ Do livro: Frank M. Wanderer: O Maior Obstáculo à Iluminação: Como Escapar dos Jogos da Prisão da Mente?

Fonte: The Mind Unleashed
http://themindunleashed.com/

Tradução: Adriano Pereira



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