Se o criminoso conhecesse,
de antemão, o tributo de dor que a vida lhe cobrará, no reajuste do seu
destino, preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe.
Se o caluniador pudesse eliminar a sombra que lhe
enlouquece a visão, observando o sofrimento que o espera no acerto de contas
com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a pena, a fim de
não se confiar à acusação inconveniente.
Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe
invadirá, mais tarde, o coração, não cometeria o
delito da indiferença.
Se o egoísta contemplasse a solidão infernal que o
aguarda, nunca se afastaria da prática
infatigável da fraternidade e da cooperação.
Se o guloso enxergasse
os desequilíbrios para os quais encaminha o próprio corpo, apressando a marcha
para a morte, se renderia à frugalidade e à harmonia.
Se soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso
desrespeito às leis divinas, jamais nos afastaríamos do caminho reto.
* * *
Pessoas experientes, quando relembram deslizes de
seu passado, costumam dizer: Ah, se eu soubesse o que sei hoje...
Outros dizem que só aprendemos errando mesmo, como
se fosse o único caminho, o que implicaria nos condenar, como Espíritos, ao
determinismo do erro, isto é, não teríamos outra opção.
Obviamente a estrada dos erros e acertos nos educa
e vimos caminhando por ela há um bom tempo, porém, não se faz necessário errar
para crescer em direção à felicidade.
Podemos aprender com as experiências dos outros e
pelo exemplo.
Reflitamos: Por que, em sã consciência, vendo que
outros estão caindo em determinada armadilha no caminho, seria necessário que
também caíssemos para aprender?
Não basta sermos bons observadores? Precisamos
igualmente cair? Não parece tolice?
Pois é assim com nossa evolução. Sempre há escolha,
outra rota possível.
Todos precisamos passar pela fieira da ignorância
em nossa estrada evolutiva. No entanto, não pela carreira do mal, do erro.
Além disso, o Criador nos deu condições de
distinguir o bem do mal, através de nossa própria inteligência. Sempre que
solicitado ele nos auxilia prontamente nesse processo de identificação de um e
de outro.
Não nos assustemos ou nos perturbemos com as faltas
provocadas pela ignorância. É transgressão que faz parte do processo natural,
do adquirir experiência, maturidade, envergadura moral.
As violações à Lei maior que podemos evitar são
aquelas que já são de nosso pleno conhecimento, seja porque as experimentamos
ou porque temos condições de entender que não trarão o bem nem a nós nem ao
nosso próximo.
Tornar a cometer as mesmas faltas é sofrer
gratuitamente, é escolher a dor sem necessidade, é retardar a chegada de dias
melhores.
Muitos de nós não poderemos alegar no futuro: Ah!
Se eu soubesse! Porque já sabemos, temos discernimento, temos
condições plenas de optar pelo bem.
Tudo está claro.
A verdade nos alcança de todas as direções, seja
vindo das religiões ou filosofias, seja de homens de bem, seja de breves
mensagens que nos chegam, como esta, aparentemente sem compromisso, mas que nos
apontam algo muito sério.
Já sabemos. Nossa consciência nos grita,
diariamente, algo que nos incomoda e nos pede para que mudemos nossa vida
urgentemente. São chegados os dias da transformação moral da Humanidade, da
nossa transformação íntima.
Redação do Momento
Espírita, com base no
cap. 38, da obra Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 23.10.2017.
cap. 38, da obra Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 23.10.2017.
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