O século XVIII o conheceu como grande
músico. Deu seu primeiro concerto aos sete anos e aos doze apresentou sua
primeira composição significativa.
Muito triste foi sua vida. O pai,
cantor da corte, usava de brutalidade com ele, especialmente quando, após exaustivas
horas de estudo ao piano, o garoto errava uma nota.
Recebia muitos safanões também nas
noites em que o pai se embriagava e chegava ao lar em péssimo humor.
Quando tinha dezessete anos, sua mãe
morreu e ele assumiu os cuidados dos dois irmãos menores.
Viena, a cidade da música, o recebeu de
braços abertos e costumava ouvi-lo embevecida.
Aprendeu a tocar trompa, viola,
violino, clarinete para melhor poder escrever músicas para orquestra.
A fama do seu talento rápido se
espalhou e muitos foram os concertos que deu, inclusive em benefício da viúva e
filhos de Mozart.
Mas, aos vinte e sete anos um zumbido
incômodo o obrigou a consultar um médico para ouvir a pior sentença de sua
vida: estava ficando surdo.
Ludwig Van Beethoven, o compositor, o maestro,
passou a evitar as reuniões sociais e isolou-se no campo.
As árvores parecem me falar de Deus,
ele dizia. Em uma carta, confessou aos irmãos:
Não posso pedir às pessoas que falem
mais alto, porque sou surdo. Talvez em outra profissão fosse mais fácil, mas um
músico deve ter este sentido mais perfeito do que os outros.
Embora tentado pela depressão, ele não
se deixou dominar. Não desistiu.
Sua produção musical foi adquirindo
qualidade muito diferente dos demais compositores e, por incrível que pareça,
as composições que mais se conhecem e adquiriram maior notoriedade são
justamente as que ele compôs após diagnosticada a sua surdez.
Os sons pareciam morrer a pouco e
pouco, na sequência dos dias, para sua audiência física. Contudo, ele parecia
ouvir sons imortais.
Apesar da tristeza que o rodeou e no
isolamento que se impôs, registrou em sua última sinfonia, a nona, uma Ode à
Alegria.
É um cântico da alma que exalta o
Criador pela Sua criação.
Não há quem a ouça e permaneça
indiferente.
Possivelmente, seu Espírito estava a
adivinhar que em breve partiria para a pátria espiritual e já exalava seu hino
de felicidade, pela libertação.
Em 1827, depois de uns anos finais
tristes, ele morreu, deixando como legado seu testemunho da certeza
imortalista: No céu, vou tornar a ouvir.
*
* *
Você sabia que a certeza da
Imortalidade se encontra no íntimo de todos os seres?
Mesmo quando as criaturas afirmam que
nada deve existir para além da vida física, deixam escapar vez ou outra alguma
frase como: Quando eu me for desta para uma melhor...
Esta certeza é fruto da essência
imortal que somos.
Entre os povos mais primitivos, o culto
aos mortos registra que eles acreditavam em uma vida depois da vida física,
embora não tivessem a exata ciência de como ela seria.
Redação do Momento
Espírita, com base no texto O triunfo de Beethoven, de O livro das virtudes, v.
2, de William J. Bennett, ed. Nova Fronteira.
Em 5.11.2019.
Luz, Amor e
Gratidão
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