A cidade de Roma
estava abarrotada de gente. Eram peregrinos vindos de toda a Europa para as
celebrações do jubileu de 1600, que aconteceriam durante o ano todo.
Especialmente
naquele dia a população se aglomerava para contemplar um espetáculo singular.
As tochas acesas
ao longo do caminho iluminavam a pálida manhã de fevereiro.
O filósofo de 52
anos caminhava lentamente sobre as pedras frias...
Descalço e
acorrentado pelo pescoço, vestia um lençol branco estampado com cruzes,
demônios e chamas vermelhas.
Aquele homem magro
vencia, a passos lentos, os oitocentos metros desde a Torre Nona, onde estivera
encarcerado, e o campo das flores, ampla praça onde seria executado.
Alguns monges
seguiam ao seu lado convidando-o ao arrependimento. De tempos a tempos
aproximavam o crucifixo dos seus lábios, dando-lhe oportunidade de salvar-se.
A população se
acotovelava para ver um herege famoso morrer na fogueira...
Chegando à praça, onde
a morte o aguardava, o filósofo se negou mais uma vez a beijar a cruz. Então
foi amordaçado, despido e atado a uma estaca de ferro e coberto com lenhas e
palhas até o queixo.
O fogo foi ateado.
E enquanto as labaredas chamuscavam-lhe a barba e seus pulmões se enchiam de
fumaça, Giordano Bruno tinha o olhar fixo no Infinito...
Enquanto a pele
estalava sob o calor das chamas e o sangue fervia nas veias, o notável filósofo
ainda guardava uma convicção: não iria para o inferno.
A certeza de que
veria outros sóis, inúmeros mundos celestiais e viajaria através do Infinito,
lhe davam uma paz indescritível.
Em seu julgamento,
no ano de 1592, em Veneza, Giordano Bruno disse aos seus julgadores:
Uma vez que a alma
não pode ser encontrada sem o corpo e todavia não é o corpo, pode estar neste
ou naquele corpo e passar de corpo em corpo.
Bruno foi morto na
fogueira por defender a ideia de que a alma humana poderia, após a morte,
retornar à Terra num corpo diferente, e até continuar a sua evolução em outros
mundos além da Terra.
Além da crença na
reencarnação, ele defendia a ideia de que o indivíduo pode encontrar a salvação
sem a intervenção de terceiros, mas no seu relacionamento direto com Deus, ao
longo de sua jornada na Terra.
Foi graças a suas
convicções que Bruno não titubeou ante a fogueira que o aguardava...
Bastaria apenas
beijar a cruz... Mas ele preferiu a liberdade...
Sabia que as
chamas nada mais fariam do que enviar sua alma na direção de outros sóis, onde
poderia viajar através do Infinito...
* * *
Você sabia?
Você sabia
que muitos pensadores ocidentais defenderam a ideia da reencarnação?
Entre eles está o
filósofo francês Voltaire, o filósofo alemão Schopenhauer, o estadista
americano Benjamim Franklin, o poeta alemão Goethe, o novelista francês Honoré
de Balzac, e outros mais.
Antes de Cristo
também encontramos a crença greco-romana na reencarnação com Pitágoras, Platão,
Cícero, Virgílio e outros mais.
Considerando que
uma ideia falsa não sobrevive ao tempo, devemos concluir que a reencarnação é uma
verdade que não pode ser apagada, por mais que se tente.
Redação do Momento
Espírita, com base no cap. 1, do livro Reencarnação, o
elo perdido do Cristianismo, de Elizabeth Clare Prophet, ed. Nova Era.
Em 4.1.2020.
Em 4.1.2020.
Luz, Amor e
Gratidão
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