Sei que estou em
outra vida, mas não muito distante.
Muita gente pensa
que a pessoa sai da Terra e esquece tudo. Mas não é assim.
Desde que a tia
Irma me trouxe para onde estou, não esqueço de você nem do papai.
Moro num parque
com uma escola e muitas flores. Tenho muitos companheiros mas você está sempre
em minha lembrança.
Senti tantas
saudades que a tia Irma já me levou duas vezes para nosso encontro e me conduziu
também até a nossa casa para ver o papai.
Mamãe, beijei e
abracei a você tanto, mas você não me viu.
Notei seu rosto
triste e cansado.
E quando, à noite,
vi o papai, sozinho, pensando em nós, em nossa casa tão grande, chorei muito.
Volte, mamãe!
Por que não
podemos viver juntos?
Em nossa casa,
tudo está na mesma. As xícaras que você gosta estão guardadas no armário. Nas
paredes do quarto grande estão os seus quadros preferidos.
Só encontrei uma
diferença.
Parece que a casa
está doente, com muito frio. E aquela jarra da sala, em que você colocava
flores, está vazia e atirada num canto.
Pode crer que o
papai está muito triste sem você.
Volte, mamãe!
Penso que Deus nos
reuniu para vivermos juntos.
Hoje acho que o
céu é a felicidade de estarmos mais perto uns dos outros.
Volte, volte para
nós.
Vou dizer uma
coisa que a tia Irma me contou em segredo. Ela disse que, quando você voltar
para nós, eu vou ser seu filho outra vez.
Volte, mamãe!
Muitos beijos e
muitas saudades do seu Betinho.
*
* *
Este é um
comovente apelo de um garotinho que passou para o outro lado da vida, para sua
mãe que abandonou o lar.
Muitos de nós
pensamos que os afetos que ultrapassam a aduana do túmulo se apagam para
sempre. Mas essa não é a realidade.
Os seres amados
seguem vivendo. E com mais razão buscam nos lembrar dos verdadeiros valores da
vida, desde que ela prossegue além do véu da chamada morte.
Se estamos vivendo
uma situação difícil, se estamos cogitando em abandonar o lar, os familiares,
paremos e pensemos um pouco.
Será que vale a
pena? Será que os nossos motivos são mais fortes do que a dor que a separação
causará aos afetos?
Acaso não estará
falando mais alto, em nós, o egoísmo, que nos faz desejar nos livrarmos dos
problemas familiares?
Importante termos
em mente que a dor que impusermos aos outros voltará para nós em algum momento.
Da mesma forma que
as alegrias, a dedicação e o carinho que dispensarmos aos outros nos
plenificarão o coração, desde agora.
É da lei que se
chama ação e reação. Causa e efeito.
*
* *
Muitas vezes os
Espíritos superiores permitem que nossos afetos escrevam ou falem conosco
através do correio da mediunidade.
Ou nos buscarem
nas horas do sono. Quando o corpo repousa, o Espírito se liberta, e, nesses
momentos, entramos em contato com os que partiram.
Registramos isso
como sonhos. Ao despertarmos diremos que sonhamos com Fulano ou Beltrano. O
conforto que estará em nossos corações nos dirá que, em verdade, tivemos um
encontro com eles.
Um encontro para
diminuir a intensidade da saudade, para ouvirmos uns aos outros.
Redação do Momento
Espírita, com base em mensagem do Espírito Betinho, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de
6.3.1976, em Uberaba/MG.
Em 19.2.2020.
Em 19.2.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e
Gratidão
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