Ela tinha apenas
quatro anos quando, atravessando uma rodovia, foi atropelada por um caminhão.
O irmãozinho, que
com ela estava, morreu. Ela ficou no hospital por dias, semanas, meses.
Ninguém a veio
reclamar. E Cota acabou ficando ali, no hospital. Ensinaram-lhe o que ela podia
assimilar e, com o tempo, passou a auxiliar em alguns serviços.
Passaram-se mais
de sessenta anos. Sem família, sem lar. Nunca soube o que era chamar alguém de
mãe, de irmão.
Então, uma
funcionária, recém contratada, em determinada entidade hospitalar, a conheceu e
dela se compadeceu.
As informações
eram de que, naqueles dias, a administração hospitalar procurava um lar
provisório para aquela senhora. A ideia seria, na sequência, encontrar lugar
apropriado, que lhe pudesse oferecer amparo.
Gláucia, a
funcionária, se dispôs a levá-la para casa. Afinal, seria por pouco tempo.
Mas, o pouco se
transformou em meses, que foram se somando e somando...
Afinal, Gláucia
entendeu que aquela senhora não sairia de seu lar. Então, tomou certas
providências.
Primeiro,
conseguir uma certidão de nascimento. Depois, entrar com um pedido de adoção.
Estranhamente,
descobriu que ela, com pouco mais de trinta anos, não poderia, de forma alguma,
adotar uma idosa de setenta anos.
Legalmente, o que
conseguiu foi algo como uma autorização para que Cota resida com ela.
Cota tem a
mentalidade de uma criança. Uma criança que viveu em instituição muitas décadas
e trazia hábitos ruins, exigindo esforço redobrado de Gláucia para reeducá-la.
O que surpreende
nessa senhora é que passou a utilizar a palavra mágica mãe, com
toda alegria.
Ante qualquer
dificuldade, como qualquer criança, chama pela mãe, Gláucia.
Mãe -
quem a cercou de carinho e a protegeu. Quem lhe ofereceu um lar.
Quem a ensinou que
o amor existe, acima e além dos laços de sangue.
Um anjo que chegou
em sua vida. Que razões terá Deus para ter unido essas criaturas? Somente Ele o
sabe.
O que nós, os que
as contemplamos, percebemos é que ali existe amor.
Uma jovem se torna
mãe de uma idosa. Algo inusitado realmente.
Normalmente, nos
tornamos mães e pais de crianças, desde o berço. Ou as acolhemos, depois de
terem vivido alguns anos.
Quem adota, sempre
tem uma cota de amor, de abnegação. Mãe de adoção é uma alma que sustenta outra
alma. Vida que ampara outra vida.
Uma mulher
extraordinária que dá tudo quanto o amor pode oferecer e diz, com todas as
letras e com todos os gestos, que a maternidade do coração é muito mais
vigorosa do que a do corpo.
Deus abençoe a
todos os corações que se abrem para acolher os filhos da carne alheia, de raças
diferentes, de idades diversas.
Se bem pensarmos
podemos nos considerar todos filhos adotivos uns dos outros, pelo corpo
ou sem ele. Isso porque a paternidade verdadeira é uma só.
Procede de Deus, o Genitor Divino que nos criou para a glória eterna.
Que extraordinária
missão dos que nos acolhem, filhos da alma, filhos da carne.
Deus abençoe os
nossos pais, estejam conosco ou já tenham se transferido para a
Espiritualidade.
Gratidão por seu
amor.
Redação do Momento
Espírita, com transcrição de frases do cap. Filhos
adotivos, do livro S.O.S. Família, pelos Espíritos Joanna
de Ângelis e outros Espíritos, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed.
LEAL.
Em 30.4.2020.
Em 30.4.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e Gratidão
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