sexta-feira, 26 de março de 2021

Summer Bacon: MERGULHANDO.


MERGULHANDO.
por Summer Bacon
10/03/2021

Eu tinha 21 anos, recém saída do meu primeiro casamento (que durou três meses) e desanimada a ponto de querer suicidar-me. Minha mente delirava. Eu me mataria.

Mas, primeiro, eu precisava pegar a correspondência.

Eu estava trabalhando no estúdio de gravação da minha família e foi um dia sem brilho e chato, sem bandas programadas e muito tempo para eu pensar na perdedora que eu era e em como minha vida era um desperdício.

Peguei a correspondência, voltei para o estúdio, liguei para minha mãe e contei a ela sobre meu desespero. Ela me disse para esperar e me ligaria de volta, o que ela fez em minutos. "Vá falar com sua vizinha. Ligue para sua vizinha. Ela é psicoterapeuta. Ela vai cumprimentá-lo no portão e convidá-la a entrar. Eu pagarei pela terapia."

Eu obedeci e fui até minha vizinha para encontrar a mulher mais maravilhosa de 60 e poucos anos, com olhos azuis faiscantes, passos saltitantes e um abraço caloroso e envolvente.

Comecei a chorar e, depois que nos sentamos, abri meu coração para ela e contei-lhe minha determinação de me suicidar.

Ela sorriu melancolicamente e disse: "Uma vez eu também quis me matar. Até tentei seguir em frente".

Isso chamou minha atenção totalmente. Eu estava ansiosa para saber por quê. Ela me disse que passou a maior parte de sua vida em um casamento no qual criou os seis filhos do marido. Ela foi a única mãe que eles conheceram. A mãe deles não queria nada com eles. Quando eles estavam todos crescidos e sozinhos, seu marido a deixou. Embora ela estivesse totalmente ligada aos filhos, eles não queriam nada com ela.

Ela disse que decidiu que se mataria e pesquisou a melhor maneira de fazer isso. "Água gelada", disse ela, "essa é a maneira mais rápida e promissora." Então, ela vendeu sua propriedade, todas as suas posses e reservou um cruzeiro para o Alasca, onde estava determinada a se jogar nas águas geladas.

Então ela deu uma bela gargalhada, deu um tapa no joelho e disse: "Mas, quando eu cheguei lá, o lugar era tão lindo, era de tirar o fôlego, e era tão relaxante! Percebi que não precisava me matar. O que eu realmente precisava era de um período de férias!"

Eu ri junto com ela e fiquei surpresa com a pungência de sua história.

Muitos anos depois, quando eu estava me sentindo desanimada, meu pai me perguntou: "Summy, quando as águas ficam bravas, o que o capitão de um navio faz?"

Perplexa, encolhi os ombros e disse: "Não sei". Ele sorriu e disse: "Ele navega o seu melhor!"

Quando criança, e depois adolescente, quando costumava brincar nas ondas do oceano Pacífico, às vezes as ondas tiravam o melhor de mim. Aprendi rapidamente que era melhor render-se ao movimento delas e cavalgá-las de volta à costa, em vez de lutar contra a corrente natural.

Agora, quando a vida fica difícil, percebo que tenho opções.

Tiro férias. Navego o meu melhor. Rendo-me à corrente.

O que quer que eu decida fazer, trata-se de mergulhar mais fundo em mim mesma.

Fonte: Website Summer Bacon

 Direitos Autorais


Summer Bacon

 Traduzido por Adriano Pereira
Manaus/Amazonas
blogluzevida@gmail.com

Luz, Amor e Gratidão
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