Número 74 – Volume 1 - Manaus, 17 de maio de 2009
LIVRO RECOMENDADO
“NEM TUDO ESTÁ PERDIDO”
Elisa Masselli
Em todos os momentos passamos por experiências que nos fazem aprender e entender o que acontece em nossas vidas. Deus nos deu o livre arbítrio pa-ra que possamos decidir o caminho que queremos seguir e a vida que de-sejamos ter. Telma, Plínio e Germano tiveram seus momentos de escolha e, se escolheram bem ou mal, não impor-ta. O que realmente importa é que, mesmo sem saber, sempre tiveram ao seu lado amigos, encarnados e desen-carnados, que os ajudaram em todos os momentos. No final entenderam que, apesar de tudo, Nem Tudo Está Perdido, pois Deus, independente de classe social, raça ou credo, estará sempre disposto a receber Seus filhos em Seus braços.
ARTIGO
SOLIDÃO APARENTE
Ramiro Gama
Em meados de 1932, o "Centro Espírita Luiz Gonzaga" estava reduzido a um quadro de cinco pessoas, José Hermínio Perácio, D. Carmen Pena Perácio, José Xavier, D. Geni Pena Xavier e o Chico.
Os doentes e obsidiados surgiram sempre, mas, logo depois das primeiras melhoras, desapareciam como por encanto.
Perácio e senhora, contudo, precisavam transferir-se para Belo Horizonte por impositivos da vida familiar.
O grupo ficou limitado a três companheiros. D. Geni, porém, a esposa de José Xavier, adoeceu e a casa passou a contar apenas com os dois irmãos.
José, no entanto, era seleiro e, naquela ocasião, foi procurado por um credor que lhe vendia couros, credor esse que insistia em receber-lhe os serviços noturnos, numa oficina de arreios, em forma de pagamento. Por isso, apesar de sua boa vontade, necessitava interromper a freqüência ao grupo, pelo menos, por alguns meses.
Vendo-se sozinho, o Médium também quis ausentar-se.
Mas, na primeira noite, em que se achou a sós no centro, sem saber como agir, Emmanuel apareceu-lhe e disse:
- Você não pode afastar-se. Prossigamos em serviço.
- Continuar como? Não temos freqüentadores...
- E nós? - disse o espírito amigo.
- Nós também precisamos ouvir o Evangelho para reduzir nossos erros. E, além de nós, temos aqui numerosos desencarnados que precisam de esclarecimento e consolo. Abra a reunião na hora regulamentar, estudemos juntos a lição do Senhor, e não encerre a sessão antes de duas horas de trabalho.
Foi assim que, por muitos meses, de 1932 a 1934, o Chico abria o pequeno salão do Centro e fazia a prece de abertura, às oito da noite em ponto. Em seguida, abria o "Evangelho Segundo o Espiritismo", ao acaso e lia essa ou aquela instrução, comentando-a em voz alta.
Por essa ocasião, a vidência nele alcançou maior lucidez.
Via e ouvia dezenas de almas desencarnadas e sofredoras que iam até o grupo, à procura de paz e refazimento.
Escutava-lhes as perguntas e dava-lhes respostas sob a inspiração direta de Emmanuel.
Para os outros, no entanto, orava, conversava e gesticulava sozinho...
E essas reuniões de um Médium a sós com os desencarnados, no Centro, de portas iluminadas e abertas, se repetiam todas as noites de segundas e sextas-feiras.
Da Obra: Lindos Casos de Chico Xavier
REFLEXÃO
Se um amigo aparece errado aos teus olhos, cala o verbo contundente da crítica, ajudando-o com a bênção da prece, e se o próximo surge desorientado e infeliz, em teus passos, oferta-lhe o favor do silêncio, para que se reequilibre e restaure.
Emmanuel
Pensa na bondade de Deus e não digas a palavra que desencoraje ou amaldiçoe. Cala-te onde não possa auxiliar.
Meimei
ESTUDO
O livro dos Espíritos – Allan Kardec
Capítulo IX – Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal
AFEIÇÃO QUE OS ESPÍRITOS VOTAM A CERTAS
484. Os Espíritos se afeiçoam de preferência a certas pessoas?
“Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos inferiores com os homens viciosos, ou que podem tornar-se tais. Daí suas afeições, como conseqüência da conformidade dos sentimentos.”
485. É exclusivamente moral a afeição que os Espíritos votam a certas pessoas?
“A verdadeira afeição nada tem de carnal; mas, quando um Espírito se apega a uma pessoa, nem sempre o faz só por afeição. À estima que essa pessoa lhe inspira pode agregar-se uma reminiscência das paixões humanas.”
486. Interessam-se os Espíritos pelas nossas desgraças e pela nossa prosperidade? Afligem-se os que nos querem bem com os males que padecemos durante a vida?
“Os bons Espíritos fazem todo o bem que lhes é possível e se sentem ditosos com as vossas alegrias. Afligem-se com os vossos males, quando os não suportais com resignação, porque nenhum benefício então tirais deles, assemelhando-vos, em tais casos, ao doente que rejeita a beberagem amarga que o há de curar.”
487. Dentre os nossos males, de que natureza são os de que mais se afligem os Espíritos por nossa causa?Serão os males físicos ou os morais?
“O vosso egoísmo e a dureza dos vossos corações. Daí decorre tudo o mais. Riem-se de todos esses males imaginários que nascem do orgulho e da ambição. Rejubilam com os que redundam na abreviação do tempo das vossas provas.”
Sabendo ser transitória a vida corporal e que as tribulações que lhe são inerentes constituem meios de alcançarmos melhor estado, os Espíritos mais se afligem pelos nossos males devidos a causas de ordem moral, do que pelos nossos sofrimentos físicos, todos passageiros. Pouco se incomodam com as desgraças que apenas atingem as nossas idéias mundanas, tal qual fazemos com as mágoas pueris das crianças. Vendo nas amarguras da vida um meio de nos adiantarmos, os Espíritos as consideram como a crise ocasional de que resultará a salvação do doente. Compadecem-se dos nossos sofrimentos, como nos compadecemos dos de um amigo. Porém, enxergando as coisas de um ponto de vista mais justo, os apreciam de um modo diverso do nosso. Então, ao passo que os bons nos levantam o ânimo no interesse do nosso futuro, os outros nos impelem ao desespero, objetivando comprometer-nos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário