Fazendo Sol
Meimei
Amanheceste
chorando pelos que te não compreendem.
Amigos
rixaram contigo.
Nos
mais amados, viste o retrato da ingratidão.
Aspiravas
a desentranhar o carinho nos corações queridos, com a pureza e a simplicidade
da abelha que extrai o néctar das flores sem alterá-las, e, porque não
conseguiste, queres morrer...
Não
te encarceres, porém, nos laços do desespero.
Afirmas-te
à procura do amor, mas não te recordas daqueles para quem o teu simples olhar
seria assim como o sorriso da estrela, descerrado nas trevas.
Mostram
a cabeça encanecida, à feição de nossos pais, são irmãos semelhantes a nós ou
são jovens e crianças que poderiam ser nossos filhos... Contudo, estiram-se em
leitos de pedra ou refugiam-se em antros, fincados no solo, quais se fossem
proscritos atormentados.
Não
te pedem mais que um pão, a fim de que se lhes restaurem as energias do corpo
enfermo, ou uma palavra de esperança que lhes console a alma dorida.
Não
percas o tesouro das horas, na aflição sem proveito.
Podes
ser, ainda hoje o apoio dos que esmorecem desalentados, ou a luz dos que jazem
nas sombras; podes estender o cobertor agasalhante sobre aqueles a quem a noite
pede perdão por ser fria, aliviar o suplício dos companheiros que a moléstia
carcome ou dizer a frase calmante para os que enlouqueceram de sofrimento...
Sai,
pois de ti mesmo para conhecer a glória de amar!...
Perceberás,
então, que a existência na Terra é apenas um dia na eternidade, aprendendo a
iluminá-la de amor, como quem anda fazendo sol, nos caminhos da vida, e
encontrarás, mais tarde, em cânticos de alegria, todos aqueles que te não amam
agora, amando-te muito mais, por te buscarem a luz no instante do entardecer.
Por Francisco
Cândido Xavier e Waldo Vieira, da obra O Espírito da Verdade, Por Espíritos
Diversos. Brasília, DF, FEB, 1961, cap. 25.
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