quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Reflexões sobre o Perdão

"Não pensem que vim abolir a lei ou os projetos; não vim abolir, mas cumprir. Digo-vos à verdade. Enquanto existirem céus e terras, de forma alguma desaparecerá da lei a menor letra e o menor traço, até que tudo se cumpra." -
(Mateus, 5:17-18.)

O Planeta Terra possui muitas moradas que são independentes. A morada dos seres vivos que é o plano dos homens encarnados, é o plano grosseiro, onde o espírito ligado ao corpo material, no instinto da sobrevivência deixa aflorar seus mais íntimos desejos e instintos, sejam eles bons ou maus. Como a Terra ainda é um planeta de provações, confrontado com as dificuldades do dia a dia, o ser humano mostra e deixa aflorar as suas mais duras facetas que são a falta de moral e o seu orgulho pelo poder, posse e bens materiais.

Entretanto estamos na Terra para evoluir e a lei da ação e reação é imperiosa. Para cada mal praticado existe a obrigação de repará-lo com o bem. O mal sempre é praticado por alguém para outro alguém ou para muitos, e, aquele que pratica o mal se sente orgulhoso de seu poder. Aqueles que foram vitimas do mal, sentem aflorar em seu coração o ódio que é nutrido e regurgitado incessantemente sem seus pensamentos. Criam-se então canais energéticos com matéria densa deletéria que fica plasmando sobre a Terra e acaba influenciando todo o planeta e seus habitantes. Este ódio e as energias resultantes destroem as oportunidades de termos uma vida melhor, pois ficamos impregnados de energias ruins que nos impede de absorver e sermos influenciados pelas energias positivas de nossos amigos do plano material, espiritual e da natureza.

Deus está a todo instante nos abençoando e enviando para a Terra fluídos vitais para nos equilibrar o corpo e o espírito. Com o ódio em nossos pensamentos criamos uma barreira e nos privamos da chance de absorver estes fluídos salutares e reparadores. Jesus disse na Bíblia que devemos perdoar não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. O perdão e o esquecimento do mal feito a nós é um dos mais difíceis atos para o ser humano, pois somos excessivamente egoístas, e não percebemos que ficar no mal, mais mal trará as nossas vidas.

O principal esforço que devemos fazer é perdoar, de coração, do fundo da alma. Tem que ser um perdão na frente de Deus, onde além de perdoar, nós também iremos desobrigar o nosso irmão da necessidade de reparação.

Perdoar de tal forma que nós simplesmente esqueçamos do fato e mantemos em nosso coração apenas a lembrança carinhosa de nosso irmão necessitado.

Retribuir o mal com o bem. Difícil!

Mas o que queremos da vida?

Deus quer que sejamos felizes e perdoar os nossos inimigos é o primeiro passo para a felicidade.

domingo, 12 de dezembro de 2010

REFUGIA-TE EM PAZ

Emmanuel
(Do livro "Fonte Viva", 147, Francisco Cândido Xavier, FEB)

"Havia muitos que iam e vinham e não tinham tempo para comer." -
(Marcos, 6:31.)

O convite do Mestre, para que os discípulos procurem lugar à parte, a fim de repousarem a mente e o coração na prece, é cada vez mais oportuno.

Todas as estradas terrestres estão cheias dos que vão e vêm, atormentados pelos interesses imediatistas, sem encontrarem tempo para a recepção de alimento espiritual. Inúmeras pessoas atravessam a senda, famintas de ouro, e voltam carregadas de desilusões. Outras muitas correm às aventuras, sedentas de novidade emocional, e regressam com o tédio destruidor.

Nunca houve no mundo tantos templos de pedra, como agora, para as manifestações de religiosidade, e jamais apareceu tamanho volume de desencanto nas almas.

A legislação trabalhista vem reduzindo a atividade das mãos como nunca; no entanto, em tempo algum surgiram preocupações tão angustiosas como na atualidade.

As máquinas da civilização moderna limitaram espantosamente o esforço humano, todavia, as aflições culminam, presentemente, em guerras de arrasamento científico.

Avançou a técnica da produção econômica em todos os setores, selecionando o algodão e o trigo por intensificar-lhes as colheitas, mas, para os olhos que contemplam a paisagem mundial, jamais se verificou entre os encarnados tamanha escassez de pão e vestuário.

Aprimoraram-se as teorias sociais de solidariedade e nunca houve tamanha discórdia.

Como acontecia nos tempos da permanência de Jesus no apostolado, a maioria dos homens permanece no vaivém dos caminhos, entre a procura desorientada e o achado falso, entre a mocidade leviana e a velhice desiludida, entre a saúde menosprezada e a moléstia sem proveito, entre a encarnação perdida e a desencarnação em desespero.

Ó meu amigo, se adotaste efetivamente o aprendizado com o Divino Mestre, retira-te a um lugar à parte, e cultiva os interesses de tua alma.

É possível que não encontres o jardim exterior que facilite a meditação, nem algum pedaço de natureza física onde repouses do cansaço material, todavia, penetra o santuário, dentro de ti mesmo.

Há muitos sentimentos que te animam há séculos, imitando, em teu íntimo, o fluxo e o refluxo da multidão. Passam apressados de teu coração ao cérebro e voltam do cérebro ao coração, sempre os mesmos, incapacitados de acesso à luz espiritual. São os princípios fantasistas de paz e justiça, de amor e felicidade que o plano da carne te impôs. Em certas circunstâncias da experiência transitória, podem ser úteis, entretanto, não vivas exclusivamente ao lado deles. Exerceriam sobre ti o cativeiro infernal.

Refugia-te no templo à parte, dentro de tua alma, porque, somente aí encontrarás as verdadeiras noções da paz e da justiça, do amor e da felicidade reais, a que o Senhor te destinou.

MENSAGEM DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Esta Mensagem foi psicografada por Francisco Cândido Xavier dirigida a Pietro Ubaldi, em 17 de agosto de 1951.

O Calvário do Mestre não se constituía tão somente de secura e aspereza...

Do monte pedregoso e triste jorravam fontes de água viva que dessedentaram a alma dos séculos.

E as flores que desabrochavam no entendimento do ladrão e na angústia das mulheres de Jerusalém atravessaram o tempo, transformando-se em frutos abençoados de alegria no celeiro das nações.

Colhe as rosas do caminho no espinheiro dos testemunhos...

Entesoura as moedas invisíveis do amor no templo do coração...

Retempera o ânimo varonil, em contato com o rocio divino da gratidão e da bondade!...

Entretanto, não te detenhas. Caminha!....

É necessário ascender.

Indispensável o roteiro da elevação, com o sacrifício pessoal por norma de todos os instantes.

Lembra-te, Ele era sozinho! Sozinho anunciou e sozinho sofreu. Mas erguido, em plena solidão, no madeiro doloroso por devotamento à humanidade, converteu-se em Eterna Ressurreição.

Não temos outra diretriz senão a de sempre:

Descer auxiliando para subir com a exaltação do Senhor.

Dar tudo para receber com abundância.

Nada pedir para nosso Eu exclusivista, a fim de que possamos encontrar o glorioso NÓS da vida imortal.

Ser a concórdia para a separação.

Ser luz para as sombras, fraternidade para a destruição, ternura para o ódio, humildade para o orgulho, bênção para a maldição..

Ama sempre.

É pela graça do amor que o Mestre persiste conosco, os mendigos dos milênios derramando a claridade sublime do perdão celeste onde criamos o inferno do mal e do sofrimento.

Quando o silêncio se fizer mais pesado ao redor de teus passos, aguça os ouvidos e escuta.

A voz Dele ressoará de novo na acústica de tua alma e as grandes palavras, que os séculos não apagaram, voltarão mais nítidas ao círculo de tua esperança, para que as tuas feridas se convertam em rosas e para que o teu cansaço se transubstancie em triunfo.

O rebanho aflito e atormentado clama por refúgio e segurança.

Que será da antiga Jerusalém humana sem o bordão providencial do pastor que espreita os movimentos do céu para a defesa do aprisco?

É necessário que o lume da cruz se reacenda, que o clarão da verdade fulgure novamente, que os rumos da libertação decisiva sejam traçados.

A inteligência sem amor é o gênio infernal que arrasta os povos de agora às correntes escuras e terrificantes do abismo.

O cérebro sublimado não encontra socorro no coração embrutecido.

A cultura transviada da época em que jornadeamos, relegada à aflição ameaça todos os serviços da Boa Nova, em seus mais íntimos fundamentos.

Pavorosas ruínas fumegarão, por certo, sobre os palácios faustosos da humana grandeza, carente de humanidade, e o vento frio da desilusão soprará, de rijo, sobre os castelos mortos da dominação que, desvairada, se exibe sem cogitar dos interesses imperecíveis e supremos do espírito.

É imprescindível a ascensão.

A luz verdadeira procede do mais alto e só aquele que se instala no plano superior ainda mesmo coberto de chagas e roído de vermes, pode, com razão, aclarar a senda redentora que as gerações enganadas esqueceram. Refaz as energias exauridas e volta ao lar de nossa comunhão e de nossos pensamentos.

O trabalhador fiel persevera na luta santificante até o fim.

O farol no oceano irado é sempre uma estrela em solidão. Ilumina a estrada, buscando a lâmpada do Mestre que jamais nos faltou.

Avança.... Avancemos...

Cristo em nós, conosco, por nós e em nosso favor é o Cristianismo que precisamos reviver à frente das tempestades, de cujas trevas nascerá o esplendor do Terceiro Milênio.

Certamente, o apostolado é tudo. A tarefa transcende o quadro de nossa compreensão.

Não exijamos esclarecimentos.

Procuremos servir.

Cabe-nos apenas obedecer até que a glória Dele se entronize para sempre na alma flagelada do mundo.

Segue, pois, o amargurado caminho da paixão pelo bem divino, confiando-te ao suor incessante pela vitória final.

O Evangelho é o nosso Código Eterno.

Jesus é o nosso Mestre Imperecível.

Agora é ainda a noite que se rasga em trovões e sombras, amedrontando, vergastando, torturando, destruindo...

Todavia, Cristo reina e amanhã contemplaremos o celeste despertar

MENSAGENS E CANALIZAÇÕES: SaLuSa de Sirius - 08/12/2010


08-Dezembro-2010

Eu sou SaLuSa, de Sírio, e tão excitado como vós por estarmos tão próximo de nos apresentarmos.

Irá ser uma ocasião de muita actividade nos vossos céus, porque vamos montar uma exibição para vós. Os vossos avistamentos das nossas naves estão a aumentar cada vez mais, e é intencional a fim de permitir que aceiteis a nossa presença pacífica.

Nunca atacaremos primeiro, excepto se tivermos de usar “a força” para nos protegermos contra ataques às nossas naves. Mesmo assim preferimos uma táctica evasiva, é por isso que muitas vezes desaparecemos da vossa vista quando somos perseguidos.

Amamos todos e estamos aqui para reconstruir a vossa Terra, e assegurar que todos alcancem o fim deste ciclo em segurança.

1.A última grande batalha entre os que pertencem às trevas e os da Luz foi durante a época da Atlântida, e resultou na destruição do que foi uma civilização muito evoluída. Sois almas que atingistes um ponto idêntico neste ciclo, mas desta vez as lições do passado foram aprendidas e a luz tornou-se vitoriosa. É uma batalha que já foi ganha nas dimensões mais altas, onde as energias têm um efeito profundo sobre a dimensão mais baixa da Terra. Naturalmente ainda existem influências das trevas, mas os níveis da Luz ultrapassaram-nas e estão a crescer exponencialmente. Por isso O cenário está montado para uma vitória estrondosa sobre os que pertencem às trevas, e será visto e compreendido pelo que realmente é.

2. Por esta razão a Ascensão está no caminho certo para acontecer como foi sempre planeada, se bem que originalmente era para coincidir com o final do último século. O facto de ter sido concedido mais tempo para vos conduzir até ao final do ciclo, é um crédito para os que acordaram para o seu propósito de estar na Terra. O resultado foi que mais almas alcançaram níveis de consciência que lhes permitiram responder à Luz com uma compreensão da Ascensão. É uma oportunidade única que está disponível para cada uma e todas as almas, mas é sabido que nem todas se irão sentir preparadas para dar um salto quântico para progredir na sua evolução. Para elas a vida ainda prosseguirá de acordo com as suas necessidades e um dia, no futuro, a oportunidade para ascender tornará a acontecer. Não há vergonha ou culpa ligada ao ritmo da vossa evolução, pois tendes liberdade total de escolha de prosseguir com os vossos desejos e até onde a vossa jornada vos levar.

3. As hostes celestes nunca estão longe quando levais a cabo as vossas experiências, e estão sempre à mão em resposta a qualquer chamada que façais a pedir ajuda ou orientação. Podeis não compreender quantas vezes elas dirigem as vossas vidas de acordo com os vossos desejos, mas isso não quer dizer que obtenham sempre aquilo que julgais necessitar. Por exemplo, se viestes à vida para experimentar carência, então não será aconselhável pressionar para haver abundância. As mudanças só irão acontecer quando tiverdes sido bem sucedidos na aprendizagem das lições com que concordastes. Por vezes elas voltam muitas vezes, até que tenhais ultrapassado os desafios que elas apresentam. Mesmo as almas que vos rodeiam fazem parte das experiências que estipulastes, e estais todas envolvidas nisso, muitas vezes numa situação de família. Pode parecer que sois vítimas das circunstâncias, mas nada acontece por acaso, e esse é o trabalho para concluir o vosso plano de vida.

4.Os senhores do Karma agem por vós e por outras almas individualmente, e como uma consciência colectiva, para que a Raça Humana evolua ao mesmo tempo. Decidem qual é a altura melhor para poderdes encarnar, a fim de assegurar que as lições que necessitais cheguem na altura própria. Durante o decurso do século passado, mais almas de Luz foram nascendo gradualmente, e foi devido ao seu empenho em trazer a Luz para a Terra que os níveis de consciência aumentaram tão rapidamente. Se sois pesquisadores da verdade e de informação, nunca houve melhor época do que agora para a encontrar. No entanto, requer uma mente com capacidade de discernir se quereis evitar as fontes que não são da verdade. Como sempre dizemos, segui a vossa intuição, e isso finalmente irá conduzir-vos ao que é adequado para vós nesta época.

5.Podia parecer bastante natural que fosseis atraídos para as mensagens de Mestres conhecidos, mas tenham em mente que, até certo ponto, essas mensagens são apenas tão boas quanto o canal que as recebe. O facto de que, por vezes, os Mestres usem um certo número de almas para receber as suas mensagens é muito normal, e de modo algum é sinal de canalização duvidosa. No entanto, por vezes, encontrais uma diferença distinta no estilo e na linguagem usada por esses canais, porque reflecte a sua própria interpretação do que lhes é dado. Nem todos os canais recebem as mensagens palavra a palavra, mas através de imagens telepáticas ou pacotes de pensamentos. Encontrem as fontes que ressoam convosco, porque cada uma trás a energia à qual ireis responder. Até certo ponto, podeis encontrar fontes mais populares e bem aceites, porque habitualmente é a sua energia pura que atrai mais pessoas para essas fontes.

6. Fontes como as nossas tornaram-se evidentes em épocas mais recentes e é claro que coincidem com a nossa chegada para mais próximo de vós porque entrastes na Era do Espaço. Mais ainda quando deflagrastes as primeiras bombas atómicas, e destes sinais de serdes uma ameaça potencial, não só para vós, como também para as outras formas de vida da Terra. A nossa presença tornou-se vital para assegurar que enfraqueceríamos qualquer situação que pudesse conduzir à destruição do vosso planeta. Acreditem em nós, Queridos, estivestes a ponto disso em várias ocasiões, e tivemos de intervir. Há ordens claras dos seres Elevados que observam a vossa evolução bem como a da Mãe Terra, e ela não será destruída. Isso aconteceu na História do vosso sistema solar, mas desta vez o decreto divino permite-nos fazer o que for necessário para assegurar que este ciclo seja completado em segurança.

7. A Guerra e a ameaça da Guerra entravaram continuamente o vosso progresso, e imensa energia e riqueza foi desperdiçada nas demandas dos das trevas para ganhar o controlo do mundo. Foi uma batalha física de um só lado que foi desenrolada a nível mais alto, e ao ancorar a Luz na Terra conseguistes derrotá-las. Falta apenas tornar oficializar esse facto, e os nossos aliados estão a ponto de alcançar os resultados que irão afastar a oposição à nossa chegada abertamente entre vós. Como dizeis, primeiro temos de acabar de fazer o que temos de fazer para iniciar algo mais importante e criar uma situação que permita a divulgação. Como estais a começar a notar não tem de ser necessariamente o presidente Obama a fazê-lo, como foi previamente planeado. A pressão está a ser aplicada a respeito de uma fonte oficial que está a aproximar-se da divulgação e a preparar-se para fazer o anúncio. Só é necessária uma pessoa para fazer isso, e depois a verdade irá jorrar e irá crescer como uma bola de neve num crescendo de informação.

8. Eu sou SaLuSa, de Sírio, e tão excitado como vós por estarmos tão próximo de nos apresentarmos. Irá ser uma ocasião de muita actividade nos vossos céus, porque vamos montar uma exibição para vós. Os vossos avistamentos das nossas naves estão a aumentar cada vez mais, e é intencional a fim de permitir que aceiteis a nossa presença pacífica. Nunca atacaremos primeiro, excepto se tivermos de usar “a força” para nos protegermos contra ataques às nossas naves. Mesmo assim preferimos uma táctica evasiva, é por isso que muitas vezes desaparecemos da vossa vista quando somos perseguidos. Amamos todos e estamos aqui para reconstruir a vossa Terra, e assegurar que todos alcancem o fim deste ciclo em segurança.

Obrigado SaLuSa.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O PODER DA FÉ

Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo

1. Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água. Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar. – Jesus respondeu, dizendo: Ó raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui esse menino. – E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. – Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio? – Respondeu-lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (S. MATEUS, 17:14 a 20.)

2. No sentido próprio, é certo que a confiança nas suas próprias forças torna o homem capaz de executar coisas materiais, que não consegue fazer quem duvida de si. Aqui, porém, unicamente no sentido moral se devem entender essas palavras. As montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má vontade, em suma, com que se depara da parte dos homens, ainda quando se trate das melhores coisas. Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas são outras tantas montanhas que barram o caminho a quem trabalha pelo progresso da Humanidade. A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos, assim nas pequenas coisas, que nas grandes. Da fé vacilante resultam a incerteza e a hesitação de que se aproveitam os adversários que se têm de combater; essa fé não procura os meios de vencer, porque não acredita que possa vencer.

3. Noutra acepção, entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. Ela dá uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui caminha, por assim dizer, com absoluta segurança. Num como noutro caso, pode ela dar lugar a que se executem grandes coisas. 

A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza; quando a estimula o interesse, torna-se furibunda e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.

4. Cumpre não confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. Por essa razão é que os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos.

5. O poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: se não o curastes, foi porque não tínheis fé.