Oxóssi é o orixá da caça e da fartura.
Pierre Verger, em seu livro Orixás, diz que o culto de
Oxóssi foi praticamente extinto na região de Ketu, na Iorubalândia, uma vez que
a maioria de seus sacerdotes foram escravizados, tendo sido enviados à força
para o Novo Mundo ou mortos.
Aqueles que permaneceram em Ketu deixaram de cultuá-lo por
não se lembrarem mais como realizar os ritos apropriados ou por passarem a
cultuar outras divindades.
Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam
Oxóssi não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas,
ainda assim, o culto foi preservado no Brasil e em Cuba pelos sacerdotes
sobreviventes e Oxóssi se transformou, no Brasil, num dos orixás mais
populares, tanto no candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na
umbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião.
Seu habitat é a floresta, sendo simbolizado pela cor verde
na umbanda, e recebendo a cor azul clara no candomblé, mas podendo usar,
também, a cor prateada nesse último. Sendo assim, roupas, guias e contas
costumam ser confeccionadas nessas cores, incluindo, entre as guias e contas,
no caso de Oxóssi e, também, seus caboclos, elementos que recordem a floresta,
tais como penas e sementes.
Seus instrumentos de culto são o ofá (arco e flecha),
lanças, facas e demais objetos de caça. É um caçador tão habilidoso que costuma
ser homenageado com o epíteto "o caçador de uma flecha só", pois
atinge o seu alvo no primeiro e único disparo tamanha a precisão. Conta a lenda
que um pássaro maligno ameaçava a aldeia e Oxossi era caçador, como outros. Ele
só tinha uma flecha para matar o pássaro e não podia errar. Todos os outros já
haviam errado o alvo. Ele não errou, e salvou a aldeia. Daí o epíteto "o
caçador de uma flecha só".
Come tudo quanto é caça e o dia a ele consagrado é
quinta-feira.É o caçador por excelência, mas sua busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.
O Orixá Oxóssi é tão conhecido
que quase dispensa um comentário. Mas não podemos deixar de fazê-lo, pois falta
o conhecimento superior que explica o campo de atuação das hierarquias deste
Orixá regente do pólo positivo da linha do Conhecimento.
O fato é que o Trono do
Conhecimento é uma divindade assentada na Coroa Divina, é uma individualização
do Trono das Sete Encruzilhadas e em sua irradiação cria os dois pólos
magnéticos da linha do Conhecimento. O Orixá Oxóssi rege o pólo positivo e a
Orixá Obá rege o pólo negativo.
Oxóssi irradia o conhecimento e
Obá o concentra.
Oxóssi estimula e Obá anula.
Oxóssi vibra conhecimento e Obá
absorve as irradiações desordenadas dos seres regidos pelos mistérios do
Conhecimento.
Oxóssi é vegetal e Obá é
telúrica.
Oxóssi é de magnetismo irradiante
e Obá é de magnetismo absorvente.
Oxóssi está nos vegetais e Obá
está em sua raiz, como a terra fértil onde eles crescem e se multiplicam.
Oxóssi é o raciocínio hábil e Obá
é o racional concentrador.
OFERENDA: Velas brancas, verdes e
rosa; cerveja, vinho doce e licor de caju; flores do campo e frutas variadas,
tudo depositado em bosques e matas.
Fonte: Colégio de Umbanda
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