Data dos anos 220 e 206 a.C. a construção da mais
famosa muralha, pelo primeiro Imperador da China. No século VII a.C. outras
tantas foram sendo construídas.
Mais tarde, unidas
e tornadas maiores e mais fortes, se tornaram a Grande Muralha da China, cujo
objetivo era proteger os Estados e Impérios chineses das invasões dos nômades,
principalmente os mongóis.
Uma pesquisa
arqueológica informa que a muralha completa, com todos os seus ramos, mede
vinte e um mil quilômetros. É uma série de fortificações, feitas de pedra,
tijolo, terra compactada, madeira e outros materiais.
O muro da cidade
de Jericó, que data de oito mil anos a.C., era igualmente um muro de defesa.
No período
medieval, multiplicaram-se as cidades protegidas por altos muros.
Serviam como
proteção contra ataques inimigos. Soldados permaneciam atentos, nas torres de
vigia, para descobrir eventuais invasores, a longa distância.
Dessa forma, nos
acreditávamo-nos protegidos.
Quanto mais fortes
e altas as muralhas, mais segurança pensávamos ter.
No entanto, o
tempo e a História nos demonstraram como estávamos equivocados.
A extensa Muralha
da China, a partir do Século XVII, perdeu sua utilidade, com a expansão do
território pelos manchus. Deixou de ser reconstruída, reformada.
O livro bíblico de
Josué, que substituiu o legislador Moisés, na liderança do povo hebreu, nos
relata a queda dos muros de Jericó.
E a consequente
conquista da cidade.
As muralhas de
Jerusalém foram destruídas pelo menos três vezes.
Todas as muralhas,
originalmente construídas para proteger as cidades, perderam sua capacidade
defensiva.
Hoje se tornaram
atrações turísticas. Aprendemos que era preciso abrir portões para as relações
entre as nações.
Aprendemos a
importância da visitação pública, de gente de todos os recantos porque elas nos
enriquecem, de várias formas.
O interessante
nisso tudo é que abrimos portões nos muros fortificados para possibilitar a
visitação, para o apreciar da paisagem, mas esquecemos de baixar nossos muros
íntimos.
Com isso, nos
isolamos do mundo, das pessoas que consideramos indesejáveis, das que nos
poderiam perturbar.
Contudo, nos
descobrimos sozinhos, mesmo andando em populosa cidade.
É de nos
indagarmos até quando continuaremos a erguer torres de vigia e estações de
guarnição dentro de nós.
Essa nossa postura
se reflete em nossos atos. Como profissionais ou como voluntários, guardamos
reservas com respeito aos colegas ou colaboradores.
Isso nos dificulta
trabalharmos em equipe, confiarmos no outro, unirmos forças para sermos mais
fortes e eficazes, no que fazemos.
Sobretudo nos
dificulta abraçarmos a norma do Cristo de nos amarmos uns aos outros.
Como faremos isso
se nos fechamos em nós mesmos, olhamos o outro como inimigo, um eventual
usurpador de algo que acreditamos possuir?
Reflitamos se já
não se faz presente a hora de estendermos as mãos, de nos tornarmos solidários,
de acolhermos o outro.
Hora de abrir as
muralhas para o livre trânsito da amizade, da fraternidade, exercícios iniciais
do amor.
Redação do Momento
Espírita.
Em 27.8.202
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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