Desde a instalação
da pandemia, temos visto crescer as formas de comunicação.
Há os que aderiram
às plataformas virtuais ou aos aplicativos diversos para manterem o contato.
Outros, criaram
diferentes modalidades. Como aquela avó que, envolvida com os quatro netos
menores, vivia o melhor período de sua vida, conforme afirmava.
Como um deles
trazia certa dificuldade em se manifestar emocionalmente, ela inventou uma
forma de abraço que o fazia se aconchegar a ela.
Disse-lhe que para
que seus corações pudessem conversar um com o outro, era preciso que ficassem
bem juntinhos.
Assim, quando ele
se aproximava, tinham que encaixar os corações e esperar que eles conversassem.
Depois de algum
tempo, essa maneira de se aproximarem se tornou muito gratificante. O garoto
irrequieto se aconchegava para ouvir um oi do seu coração ao
coração da avó.
Morando próximos,
difícil o dia em que não estavam compartilhando carinho.
Quando um parente
morreu, as crianças ouviram as explicações de que a alma prosseguia a viver.
Somente o corpo morria.
Porém, não demorou
para a menorzinha demonstrar a sua preocupação. Quando morresse a vovó, como
ficaria a questão dos abraços?
A senhora,
consciente da Imortalidade, lhe falou que poderiam continuar a se encontrar,
nas asas do sonho. Haveria abraços, conversas, trocas de carinho.
Certo dia, algo
inesperado aconteceu. O mundo foi informado do vírus terrível que se espalhou
pela Terra toda.
Era preciso cuidar
para se evitar a sua propagação. E alguns grupos de risco foram apontados. Como
os idosos, por exemplo, mais frágeis, mais propensos a adoecerem.
Então, as crianças
não poderiam mais fazer visitas à casa da vovó, comer os bolos deliciosos e
receberem os abraços de amor.
Os pequenos
pareciam inconformados. Ficavam na janela da sala, esperando que a avó
aparecesse na sua janela, do outro lado da rua, para dar um oi, ao
menos.
Insistiam que
iriam dar uma chegada bem rápida na casa dela. Que queriam vê-la mais de perto.
Os pais, no
entanto, explicavam e explicavam, mantendo-os distantes da idosa.
Aconteceu, no
entanto, que, em uma manhã de sol brilhante, mamãe chamou seus pequenos para
tomarem banho de sol, no jardim, em frente à casa.
No mesmo momento,
sem saber, a avó também foi para o seu jardim para regar as plantas.
Ninguém conseguiu
conter as crianças que correram em direção a ela.
Mas, quando
chegaram ao portão, vovó lhes sinalizou que não entrassem.
E, de onde estava,
propôs treinarem um tipo de abraço especial, só deles.
Curiosos,
esperaram. A senhora pediu que abrissem os braços, fechassem os olhos e
imaginassem estar juntinhos ao seu coração.
Podem
ouvir meu coração, meus amores? Escutem só.
As crianças se
mantiveram quietas, na posição inicial. E, de repente, como se tivessem
combinado, gritaram juntas: Estou ouvindo! Está ouvindo o meu, vovó?
E os abraços, de
longe, beijos e pulsar de corações encerraram aquele encontro extraordinário.
Sim, há muitas
formas de mantermos acesa a chama da afeição, do carinho recíproco.
Que tal ouvirmos
corações, à distância?
Redação do Momento
Espírita.
Em 29.8.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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