Em Cafarnaum havia
um centurião, ou seja, o chefe de uma companhia de cem homens.
Historiadores
sugerem que seu nome seria Marcus Lucius.
Ele se alistara
nas poderosas legiões romanas e fizera carreira. Correto, disciplinado, estava
habituado a ser saudado pelos soldados, quando passava com suas insígnias
romanas.
Ele representava o
poder do Imperador Tibério César. Quando seu escravo adoeceu, ele se preocupou
e providenciou tudo o que havia à disposição: ervas, filtros medicamentosos,
médicos.
Mas o escravo não
melhorava. Uma noite, Marcus se lembrou de que ouvira falar de um Rabi que
realizava curas extraordinárias.
Então, ele enviou
uma embaixada de judeus para que rogassem a Jesus lhe curasse o servo.
No entanto, em vez
de simplesmente pedir a cura, eles rogaram que o Mestre fosse à casa do oficial
romano.
Jesus se pôs a
caminho. Os emissários foram à frente, para dar a notícia ao centurião.
Assim que ele
soube da vinda do Homem de Nazaré, se sensibilizou e se apressou a ir ao
encontro dEle, dizendo-lhe: Senhor, não te incomodes,
porque não sou digno que entres sob o meu teto.
Mandei
emissários ao Teu encontro, porque também não me julgava digno de ir ter
Contigo.
Não
é preciso que estejas na presença do enfermo. Tu és o Senhor das leis orgânicas
que regem o corpo humano.
Basta
que dês uma ordem e a moléstia abandonará o corpo do meu escravo.
*
* *
Nessa narrativa,
desejamos nos deter nas palavras iniciais do centurião: Não sou digno
que entres sob o meu teto.
Quantas vezes nos
sentimos assim? Dispomo-nos à oração, num convite ostensivo a que Jesus venha
estar conosco e nos sentimos indignos.
Indignos de
pronunciar as palavras, indignos da presença radiosa do Mestre.
Somos cristãos,
mas ainda há pouco tornamos a nos impacientar por coisa nenhuma.
E elevamos a voz,
ao chamar a atenção de alguém que realizou uma tarefa, de forma diversa da que
pedimos.
Ainda há pouco,
nos irritamos no trânsito e dissemos, intimamente ao nosso irmão que
seguisse... Naturalmente, não com as bênçãos celestes.
Foi hoje que
pronunciamos palavras menos dignas; que desejamos, mesmo que por breves
segundos, que nosso opositor não fosse tão feliz em suas empreitadas.
Raiva, inveja,
desânimo. Tudo isso vivenciamos nas poucas horas deste dia.
Como então,
desejar que adentres, Senhor, a nossa casa mental, nosso coração?
Como o centurião,
não nos acreditamos dignos. No entanto, apiada-te de nós.
Perdoa-nos mais
uma vez. Aceita a nossa oração, o nosso propósito de nos ajustarmos, de
melhorarmos.
Desejamos ser
bons. Contudo, somos ainda tão frágeis, que tornamos a errar no momento
seguinte.
Fortalece a nossa
vontade, cura a nossa alma de tantas mazelas, como curaste a enfermidade
daquele escravo.
Abençoa nossa vida
com Tua presença e perfuma nosso lar com Teu amor.
Vem, Jesus. Temos
muitas saudades da Tua presença em nossas vidas.
Sê conosco, hoje e
sempre, para que venhamos a nos tornar um dia os Teus autênticos seguidores.
Vem, Jesus.
Redação do Momento
Espírita, com dados históricos colhidos no cap. O poder e a fé,
do livro Personagens da Boa Nova, de Maria Helena Marcon, ed.
FEP.
Em 22.8.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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