sábado, 7 de maio de 2011

DO BARQUEIRO E DO BUDA

Buda caminhava pela beira do rio com um amigo, quando notou um eremita no alto de uma rocha. “Aquele é um homem muito santo”, disse o amigo. “Há trinta anos está meditando”.

Buda olhava, curioso, o homem santo. O amigo, entusiasmado, prosseguiu: “Aquele santo atingiu tal estágio de iluminação que, depois destes trinta anos, já é capaz de atravessar este rio levitando, sem molhar os pés”.

“E se eu aprendesse a remar, quanto tempo demorava para fazer a mesma coisa?”- perguntou Buda.

“Não sei”, respondeu o amigo, surpreso. “Talvez dois dias”.

“Neste caso”, continuou Buda, “é melhor aprender a remar. O mundo espiritual foi feito para outras aventuras”.


Extraído do Blog do Paulo Coelho

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