André Luiz
Casas de saúde espalham-se em
todas as direções com o objetivo de sanar as moléstias do corpo e não faltam
enfermos que lhes ocupem as dependências.
Entretanto, as doenças da alma,
não menos complexas, escapam aos exames habituais de laboratório e, por isso,
ficam em nós, requisitando a medicação, aplicável apenas por nós mesmos.
Estimamos a imunização na
patologia do corpo.
Será ela menos importante nos
achaques do espírito?
Surpreendemos determinada verruga
e recorremos, de imediato, à cirurgia plástica, frustrando calamidades
orgânicas de extensão imprevisível.
Reconhecendo uma tendência menos
feliz em nós próprios é preciso ponderar igualmente que o capricho de hoje não
extirpado será hábito vicioso amanhã e talvez criminalidade em futuro breve.
Esmeramo-nos por livrar-nos da
neurastenia capaz de esgotar-nos as forças.
Tratemos também de nossa afeição
temperamental para que a impulsividade não nos induza à ira fulminatória.
Tonificamos o coração, corrigindo
a pressão arterial ou ampliando os recursos das coronárias a fim de melhorar o
padrão de longevidade. Apuremos, de igual modo, o sentimento para que emoções
desregradas não nos precipitem nos desvãos passionais em que se aniquilam
tantas vidas preciosas.
Requintamo-nos, como é justo, em
assistência dentária na proteção indispensável.
Empenhemo-nos de semelhante
maneira, na triagem do verbo para que a nossa palavra não se faça azorrague de
sombra.
Defendemos o aparelho ocular
contra a catarata e o glaucoma. Purifiquemos igualmente o modo de ver.
Preservamos o engenho auditivo contra a surdez.
No mesmo passo, eduquemos o
ouvido para que aprendamos a escutar ajudando.
A Doutrina Espírita é instituto
de redenção do ser para a vida triunfante. A morte não existe.
Somos criaturas eternas. Se o
corpo, em verdade, não prescinde de remédio, a alma também.
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