Joanna de Ângelis, da obra “Florações
Evangélicas”
psicografia de Divaldo Pereira
Franco
Síndrome alarmante, de
desequilibro, a presença da mágoa faculta a fixação de graves enfermidades
físicas e psíquicas no organismo de quem a agasalha.
A mágoa pode ser comparada à
ferrugem perniciosa que destrói o metal em que se origina.
Normalmente se instala nos
redutos do amor-próprio ferido e paulatinamente se desdobra em seguro processo
enfermiço, que termina por vitimar o hospedeiro.
De fácil combate, no início, pode
ser expulsa mediante a oração singela e nobre, possuindo, todavia, o recurso
de, em habitando os tecidos delicados do sentimento, desdobrar-se em
modalidades várias, para sorrateiramente apossar-se de todos os departamentos
da emotividade, engedrando cânceres morais irreversíveis. Ao seu lado,
instala-se, quase sempre, a aversão, que estimulam o ódio, etapa grave do
processo destrutivo.
A mágoa, não obstante desgovernar
aquele que a vitaliza, emite verdadeiros dardos morbíficos que atingem outras
vítimas incautas, aquelas que se fizeram as causadoras conscientes ou não do
seu nascimento.
Borra sórdida, entorpece os
canais por onde transita a esperança, impedindo-lhe o ministério consolador.
Hábil, disfarça-se, utilizando-se
de argumentos bem urdidos para negar-se ao perdão ou fugir ao dever do
esquecimento. Muitas distonias orgânicas são o resultado do veneno da mágoa,
que, gerando altas cargas tóxicas sobre a maquinaria mental, produz
desequilíbrio no mecanismo psíquico com lamentáveis conseqüências nos aparelhos
circulatório, digestivo, nervoso...
O homem é, sem dúvida, o que
vitaliza pelo pensamento. Sua idéias, suas aspirações constituem o campo
vibratório no qual transita e em cujas fontes se nutre.
Estiolando os ideais e espalhando
infundadas suspeitas, a mágoa consegue isolar o ressentido, impossibilitando a
cooperação dos socorros externos, procedentes de outras pessoas.
Caça implacavelmente esses
agentes inferiores, que conspiram contra a tua paz. O teu ofensor merece tua
compaixão, nunca o teu revide.
Aquele que te persegue sofre
desequilíbrios que ignoras e não é justo que te afundes, com ele, no fosso da
sua animosidade.
Seja qual for a dificuldade que
te impulsione à mágoa, reage, mediante a renovação de propósitos, não
valorizando ofensas nem considerando ofensores.
Através do cultivo de pensamentos
salutares, pairarás acima das viciações mentais que agasalham esses miasmas
mortíferos que, infelizmente, se alastram pela Terra de hoje, pestilenciais,
danosos, aniquiladores.
Incontáveis problemas que
culminam em tragédias quotidianas são decorrência da mágoa, que virulenta se
firmou, gerando o nefando comércio do sofrimento desnecessário.
Se já registras a modulação da fé
raciocinada nos programas da renovação interior, apura aspirações e não te
aflijas. Instado às paisagens inferiores, ascendo na direção do bem. Malsinado
pela incompreensão, desculpa. Ferido nos melhores brios, perdoa.
Se meditares na transitoriedade
do mal e na perenidade do bem, não terás outra opção, além daquela: amar e amar
sempre, impedindo que a mágoa estabeleça nas fronteiras da tua vida as balizas
da sua província infeliz.
"Quando estiveres orando, se
tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que vosso Pai que está
nos Céus, vos perdoe as vossas ofensas". - Marcos: 11-25.
"Não sou feliz! A felicidade
não foi feita para mim! exclama geralmente o homem em todas as posições
sociais. Isto, meus caros filhos, prova melhor do que todos os raciocínios
possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: "A felicidade não é
deste mundo". - Cap.V - Item 20.
*
* *
Nenhum comentário:
Postar um comentário