Em Belém, a noite
clareava-se pela conta infinita de estrelas que pairava no firmamento. Eles
procuravam por um quarto simples em uma hospedaria, no qual pudessem passar a
noite.
Mas faltavam vagas. Um
nobre senhorio, tomado de compaixão pela senhora que se encontrava em estágio
final de gestação, ofereceu-lhes sua estrebaria, de modo que, ao menos, não
dormissem ao relento.
Agradecido, o casal
acomodou-se sobre o feno destinado à alimentação dos animais. Naquela mesma
noite, a jovem deu à luz um menino, cujo nome já havia sido escolhido: Yeshua,
do original hebraico ou Jesus, na tradução latina.
O casal, José e Maria,
O contemplavam. Seus pequenos olhos, Suas mãos frágeis, os movimentos de Seu
diminuto corpo.
Após ligeiro descanso,
Maria tomou o menino ao colo e, amamentando-O, sentiu seu coração de mãe ficar
apertado. Ela sabia da grandiosa missão de seu pequeno, da imensa
responsabilidade dEle para com toda a Humanidade.
Trinta anos se
passaram.
Então, seguido por doze
apóstolos, Jesus iniciou Sua vida pública, trazendo à Humanidade a lei magna do
Universo: a lei do amor.
Em oposição ao olho por
olho, dente por dente, ofereceu o perdão, o amor ao próximo, a caridade e a
humildade.
Por vezes, foi
criticado, atacado e, até mesmo, posto à prova, por conta de Suas ideias
revolucionárias. Manteve-se sempre na postura de quem serve, de quem se doa.
O ponto culminante foi
quando, diante da autoridade romana, foi-lhe destinado o madeiro da cruz.
Inocente de toda culpa, foi crucificado por não agradar aos interesses da
classe dominante da época.
Por trás de toda Sua
missão e Sua via crucis, esteve a figura de Maria. Seu coração de mãe sofreu
todos os amargurantes momentos que culminaram na crucificação de seu filho.
Silenciosa e humilde,
ela legou à Humanidade um grande exemplo de resignação.
* * *
Em toda mãe, há um
traço de Maria.
São mães que se
desesperam diante de um filho dependente químico. Mães que dormem em frente aos
presídios, esperando o horário das visitas. Mães cujos corações se desfazem em
saudades do filho que retornou à pátria espiritual.
Mães que se abstêm de
horas preciosas de sono a velar o recém-nascido, um filho doente. Ou
preocupadas com o filho adolescente que demora no retorno para casa.
Mães que, no silêncio
de seus atos, amam sem interesse, que se oferecem em sacríficio, se necessário
for, pelo bem-estar dos seus.
Mães que, a exemplo de
Maria, sabem servir, se doar, se calar, sabem ouvir.
Mães que sempre possuem
a palavra precisa, na hora certa e da maneira correta.
Mães que, mesmo do
outro plano da vida, continuam a zelar e a interceder a Deus pelo filho de seu
coração.
Mães que fazem do mundo
um lugar melhor, embelezando-o com seus gestos de puro amor.
Discretas, singelas.
Mães do silêncio.
Redação do Momento Espírita.
Em 11.5.2013.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
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