Às
vezes ela ficava assim, sem ânimo para pensar em algo que lhe preenchesse
aquela sensação angustiante de vazio, que lhe invadia o peito.
Um
vazio enorme e pesado, com o qual não conseguia lidar.
Deitava-se,
querendo sumir através do sono, mas o sono não chegava.
Levantava-se.
Pensava em ir para a frente da televisão. Mas só de imaginar a pouca atração
que lhe seria oferecida, desistia, antes mesmo de ligar o aparelho.
Um
trabalho manual, talvez...
Mas,
qual? Para quê? Para quem?
Ler
um livro interessante. Sim. Mas, qual?
Que
sensação de incapacidade, de invalidez com aquele misto de angústia...
Chorar
não conseguia nesses momentos. Conversar, não tinha assunto. Cantar então, nem
pensar...
Oh,meu
Deus!
Sim,
Deus, Deus deve me entender, pensou ela um dia. Vou
falar com ele.
Lembrou-se
de que sua mãe a orientava para orar.
Sentou-se
em sua cama e fez uma singela oração. Rogou ajuda, pediu por algo que a
auxiliasse a se desvencilhar daquela angústia, daquele vazio.
E,
enquanto pensava em sua própria condição, acudiu-lhe à mente a lembrança de
outros tantos que poderiam estar sentindo o mesmo que ela e que, igualmente,
precisavam de ajuda. E rogou a Deus por eles.
O
pensamento, veloz, se reportou aos que haviam partido para a Espiritualidade:
pais, irmãos, amigos. E também pediu por eles, devagar, evocando um a um,
mentalmente.
Quando
concluiu a prece, sentiu vontade de ouvir uma música. Selecionou um CD e as
harmonias de uma trilha clássica encheram o ambiente.
Ela
se pôs a ouvir e pareceu bailar na melodia. Quanto tempo escoou, não saberia
dizer. Mas, um certo bem-estar a envolveu.
Mal
se dera conta de que, enquanto orava por si e pelos demais, enquanto se deixava
embalar pelas ondas sonoras, foi amplamente abençoada por salutares energias
espirituais.
*
* *
Ao
fazermos sentidamente uma oração, atraímos energias positivas que nos
equilibram as emoções, e beneficiam, igualmente, quem se nos aproxima.
Nosso
anjo de guarda ou amigos espirituais encontram campo propício, graças ao canal
da prece, para nos estender o socorro adequado.
Depois
do dia de muitos e exaustivos atendimentos ao povo, sempre insaciável por
benesses, Jesus buscava a orla marítima ou outro recanto da natureza, para
dialogar com o pai.
Era
o momento de seu contato mais estreito com Deus, retemperando as próprias
energias.
Exatamente
por conhecer o valor da prece, Jesus nos ensinou a buscar o Pai em segredo e
desnudar a alma. Para nos facilitar o entendimento, legou-nos a mais bela e
completa oração que se conhece na Terra, o Pai nosso.
E,
como a lei é de amor, o Mestre nos ensinou a orarmos pelas próprias e pelas
alheias necessidades. Pelos que se encontram na carne e pelos que realizaram a
grande viagem.
Dessa
forma, se o desalento tentar nos minar as forças, se a tristeza se aproximar,
enlaçando-nos, recordemo-nos de acionar a prece em nosso favor.
E,
reconhecendo que todos os filhos de Deus sobre a Terra somos infinitamente
carentes, envolvamos nosso próximo em nossas rogativas.
Pensemos
nisso.
Redação do Momento
Espírita.
Em 25.9.2015.
Em 25.9.2015.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
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