Realizara o serviço com dedicação e
aguardava o pagamento.
Aqueles eram dias difíceis para todos.
Circunstâncias imprevistas agravaram os
problemas do cliente, que se viu constrangido a confessar a impossibilidade de
resgatar o débito.
Explicou, pediu prazo, prometeu
recuperar-se da situação difícil...
O credor, no entanto, deixando-se
intoxicar pela revolta e supondo-se injustamente ludibriado, fez-se enérgico,
lamentou não poder adiar a regularização do débito.
Exigiu a remuneração pelo trabalho,
impôs-se, ameaçou apresentar queixa à polícia...
No ardor da discussão, que surgiu,
inevitável, o paciente asseverou que, de valor, possuía, apenas, um revólver de
alto preço, que colocava como veículo de pagamento.
O indignado facultativo aceitou a arma
como penhor, até que a dívida fosse liberada.
Levou-a para casa e guardou-a
carregada, sem, ao menos, havê-la examinado.
Menos de um mês depois, seu filhinho de
sete anos encontrou-a e, fascinado pelo estranho objeto, pôs-se a brincar,
inocente.
Como fosse surpreendido pela genitora,
assustou-se, a arma caiu-lhe das mãos, disparou, acertando-lhe o jovem coração
e roubando-lhe a vida...
*
* *
Com a severidade com que se exige,
padece-se da severidade das circunstâncias.
A tragédia tem início quando alguém se
transforma em verdugo do próximo, atraindo para si as malévolas conjunturas que
cria.
Não te permitas os arranjos que podem
conduzir às dores irreparáveis.
Cultiva a tolerância e esta te dará
paz.
Ignotus
Psicografia de Divaldo Pereira Franco
Em 03.01.2011
Fonte: Divaldo Pereira Franco
www.divaldofranco.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário