Oxóssi é o Orixá da
caça, chamando muitas de Ode Wawá, ou seja, "caçador dos Céus". É a
divindade da fartura, da abundância, da prosperidade. Em seu lado negativo,
porém, pode ser também o pai da mingua, da falta de provisão.
Suas principais
características são a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para
faturar sua caça. É um Orixá de contemplação, amante das artes e das coisas
belas.
Como todos os outros
Orixás, Oxóssi também está no dia a dia dos seres vivos, convivendo intimamente
com todos nos. Dentro do culto, ele é o caçador do Axé, aquele que busca as
coisas boas para uma Casa de Santo, aquele que caça as boas influências e as
energias positivas.
No dia a dia,
encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim, em todas as refeições,
pois é ele que provê o alimento. Rege a lavoura, a agricultura, permitindo bom
plantio e boa colheita para todos Oxóssi, no Brasil, tem essa regência, no
lugar de Orixá Okô. Senhor da agricultura, todavia Orixá Okô não é cultuado em
terra brasileiras, pois seu fundamento não atravessou o oceano.
Oxóssi é a semente, é o
vegetal em ponto de colheita. É a fartura, a riqueza, é a carne que o homem
consome.
Oxóssi também esta
ligado às artes. Todo tipo de arte. Ele está presente no ato da pintura de um
quarto, na confecção de uma escultura, na composição de uma música, nos passos
de uma dança. Seus encantamento está na arte de um modo geral. Se encanta nas
misturas de cores, na escrita de um poema, de um romance, de uma crônica. Oxóssi
está presente desde o canto dos pássaros, da cigarra, ao canto do homem. É pura
arte!
Oxóssi também rege o
revoar dos pássaros e seu encantamento mais bonito está na evoluções das
pequenas aves.
Oxóssi é a vontade de
cantar, de escrever, de pintar, de esculpir, de dançar, de plantar, de colher,
de caçar, de viver com dinamismo e otimismo.
Curiosamente, Oxóssi
também é a comodidade, a vontade de vislumbrar, de contemplar. Oxóssi é um
pouco preguiça, a vontade nada fazer, senão pensa e, quem sabe criar.
A vida com essa força
da Natureza, entretanto, não é só suavidade. Em seu lado negativo, Oxóssi pode
proporcionar a falta de alimentos; o plantio escasso; o apodrecimento de
frutas; legumes e verduras; e até mesmo a arte mal acabada, inacabada ou de mau
gosto.
Mitologia
Filho de Iemanjá e
irmão de Ogun e Exu, Oxóssi sempre foi muito querido pela família, pelo seu
temperamento calmo, compreensivo, amigo e respeitador. Entretanto, era
franzino, parado.
Seu irmão mais velho ,
Ogun, preocupado com a inércia de Oxóssi, resolveu ensinar-lhe a arte da caça e
os caminhos e trilhas da floresta. E asssim foi. Ogun ensinou Oxóssi o que
havia de melhor na arte de uma caçada e os segredos da mata. Levou-o até o
alquimista Ossãe, que morava no interior da floresta, para que ele aprendesse a
magia e conhecesse os animais de caça e aqueles que não se pode caçar.
O nome de Oxóssi era
Ibô, o caçador.
Um dia, Oxalá precisou
de penas de um papagaio da Costa, para realizar o encantamento de Oxum, ms,
praticamente, não se achava o animal. Oxalá então designou Ogun para encontrar
as penas. Em vão o valoroso guerreiro e também caçador foi incapaz de achar o
que Oxalá lhe pedira. Mas sugeriu:
- Oxalá, estou tão
envolvido nas conquistas que já não caço como antes. Porém, sugiro o nome de
Ibô, meu irmão, que certamente é o melhor de todos os caçadores, e conseguirá
as penas do papagaio da Costa como pretende.
E Ibô foi chamado.
Perante ao deus da brancura, Oxalá, Ibô se prostou e ouviu, atentamente, as
ordens:
-Ibô! Disse-lhe Oxalá,
vá e consiga as penas do papagaio da Costa. Você tem exatamente sete dias para
voltar...
E Ibô partiu para a
flores, e durante dias procurou por sua caça. Quando lhe restava apenas um dia
para esgotar o prazo dado por Oxalá, Ibô avistou os papagaios.
Com um flecha apenas –
mirando com cuidado – atingiu, não apenas um, mas dois papagaios de uma só vez.
Orgulhoso e como o sentimento da tarefa cumprida, Ibô partiu para o reino de
Oxalá.
Mas seu retorno não foi
tão fácil. No meio do caminho, Ibô deparou-se com um grupo de feras, que o
atacou de surpresa, deixando-o muito ferido. Só não morreu porque suas
habilidades de grande caçador o salvaram.
Bastante ferido, Ibô já
não andava, arrastava-se. Na boca da floresta, Ibô avistou os portões de Ifé,
reino de Oxalá, e via que eles. Lentamente, se fechavam à medida em que o dia
acabava e a noite chegava. Num esforço enorme, Ibô reuniu todas as forças e
chegou até os portões. Esticou o braço, segurando firmemente as penas de
papagaio da Costa e somente estas conseguiram transpassar os limites de Ifê. Os
portões se fecharam. Ibô, caído do lado de fora de cidade, continuava segurando
as penas de papagaio, presas no portão da grande morada de Oxalá. Ele cumprira
o prazo.
Momentos mais tardes,
ajudando pelo irmão Ogun, Ibô foi levado até a presença de Oxalá. Acreditando
não ter conseguido, Ibô desculpou-se com o rei:
- Perdoe-me, Senhor!
Não consegui chegar à sua presença com sua encomenda"
- Ao contrário, jovem
caçador! – retrucou Oxalá – Seus esforço e seu coragem são admiráveis. As penas
do papagaio da Costa chegaram a Ifé no prazo recomendado, e eu lhe parabenizo
por isso. E como é tão bom caçador e de um bravura tão grande, passará a charmar-se
Oxóssi, o Senhor da Caça.
Assim sendo, Oxalá
ergueu sua mão e dela um facho de luz atingiu Ibô, curando-o de todos os
ferimentos e dando a ele trajes azuis turqueza, cor do encantamento do novo
Orixá, Oxóssi.
O elemento de Oxóssi é
a terra, e a liberdade de expressão seu ponto mais marcante. Por isso, nosso
sentimento de liberdade e alegria estão profundamente ligados a Ode.... O
senhor da arte de viver!
Dados
Dia: quinta feira
Data: Corpus Christi
(BA), 23 de abril (SP), 20 de janeiro (RJ)
Metal: madeira (África)
e bronze (Brasil)
Cor: azul Celeste claro
Partes do corpo:
antebraço, braço, cabelo do corpo e pulmão.
Comida: Ewa (feijão
fradinho torrado), dentro de um oberó, Axoxó (milho vermelho com fatias de
coco) e frutas variadas.
Arquétipos: altruísta,
abnegados, sinceros, simpáticos, tensos, austeros e que possuem sendo de
coletividade.
Símbolos: O ofá (arco e
flecha), ogê (um tipo de chifre de boi que é usado para emitir um som chamado
Olugboohun, cuja tradução é: "Senhor escuta minha voz" e o Iru Kere
(cetro com rabo de cavalo, boi ou búfalo, que ele usa para manejar os espíritos
da floresta).
Jana D'Kare.
Fonte: Maria Padilha das Almas
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