O mais precioso dom que existe é a existência
humana. Embora a gravidade da hora, com as suas terríveis malhas de violência,
agressividade e tormentos de vária ordem, vale viver, tendo por meta
a plenitude. Não poucas pessoas pensam exclusivamente em si próprias, dominadas
por asfixiante egotismo, na enganosa construção psicológica de que assim serão
felizes, isto por haverem perdido o rumo do equilíbrio, da sabedoria, da razão.
Quando se acreditam triunfantes, porém, descobrem-se mergulhadas no vazio existencial
e logo mais tombam em graves transtornos psicológicos.
O sentido da vida resume-se na auto
edificação pelo amor, mediante o esforço para viver-se, sob o amparo de
pensamentos corretos, de palavras certas e de conduta saudável. Somente assim,
as suas serão as lutas que lhe darão significado comportamental e estímulo para
avanços legítimos na conquista do Self. As metas materiais, embora
o seu sentido edificante, são fáceis de ser alcançadas, o que faculta a
necessidade de contínuas programações. Além disso, apresentam enfrentamentos
tormentosos, quais sejam: a competitividade nem sempre realizada de forma
digna, a submissão ao contexto no qual se vive, ora caracterizado pelo suborno,
pela injúria, pela desconfiança, o medo da perda dos valores adquiridos ou das
posições conseguidas, a inevitável insatisfação íntima que deflui do anseio de
sempre mais possuir e mais brilhar...
A criatura humana é a medida das suas
aspirações morais e espirituais que a projetam no rumo da iluminação. Parece
uma ingenuidade aspirar-se por iluminação interior, paz no coração, quando
pairam sobre quase todas as cabeças as espadas de Dâmocles prestes a
decepá-las. São, no entanto, as propostas ingênuas do amor, conforme
preconizadas por Jesus Cristo, que proporcionam bem-estar, alegria de viver,
trabalho no bem, fraternidade no seu mais amplo sentido. Assim viveu o
inesquecível Poeta galileu, amando numa época hostil como a nossa. Podemos
tentar?
Divaldo Pereira
Franco.
Artigo publicado no
jornal A Tarde,
coluna Opinião, em 29.1.2015.
coluna Opinião, em 29.1.2015.
Em 28.7.2015
Fonte: Divaldo Franco
www.divaldofranco.com.br
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