Os pessimistas dizem que o mundo não tem jeito, que só se pode esperar
coisas piores para o futuro.
Os saudosistas afirmam que hoje não há respeito, nem preservação dos
verdadeiros valores. Enfim, tudo se encontra em declínio.
Os otimistas vêem o que ocorre, as dificuldades, os desacertos, as
discrepâncias sociais e assumem uma postura de quem deseja colaborar para mudar
a face do mundo.
São os que saem a campo, fazendo o que possam.
Uns vão ao encontro dos enfermos para lhes proporcionar alívio. Outros
resolvem amenizar o frio e a fome do seu próximo.
Outros elegem o caminho mais árduo. Investem na educação das novas
gerações.
Sem medir esforços, como professores contratados ou como educadores
voluntários, vão acender luzes nos cérebros e semear sensibilidade nos
corações.
Numa dessas manhãs, em que nos decidimos conhecer benemérito trabalho
junto à infância carente, comparecemos à veneranda instituição que, há sessenta
e três anos, acende archotes de saber nas ruelas da ignorância.
A classe era de meninos de cinco a seis anos. Falava-se a respeito das
profissões: a dignidade do labor de cada dia, o enobrecimento da criatura
através do trabalho.
Desejando estabelecer um diálogo com os garotos, depois de alguns
minutos de explanação, a professora passou a indagar a respeito da profissão
que cada um desejaria seguir.
Eu quero ser ladrão! –
Disse um menino, convictamente.
Eu quero ser assassino, como meu pai.
Chocamo-nos com as respostas. Não a experiente mestra que, sem
demonstrar enfado ou surpresa, a todos ouviu, aduzindo uma palavra aqui, outra
ali.
E agora? – Pensamos.
Verificamos que aqueles meninos, apesar de tudo que recebiam, ali, em termos de
valores individuais, tinham suas próprias e precisas ideias.
Contudo, logo mais, nos dirigimos a uma outra ala da instituição. Duas
casas de bonecas estavam montadas.
Casas que são para meninos e meninas. Casas com mesas, cadeiras,
armários, com muitas bonecas, carrinhos, bolas, brinquedos de montar.
E vimos a continuidade das mensagens do bem. Atendentes ensinando a
meninos e meninas tomarem das bonecas e as acarinharem, abraçarem.
Vimos a criançada com os brinquedos de montar, incentivados a criar
bonecos, móveis, utensílios, carros... em vez de revólveres, tanques de guerra
e apetrechos agressivos.
Vimos meninos com bonecas ao colo, brincando de pai, num conceito
diverso do que vivem, muitos deles, em seus próprios lares.
Vimos meninas brincando de preparar o almoço e servir aos colegas e às
bonecas.
Vimos tanto amor, tanto cuidado, tanta dedicação. A resposta pacífica a
um mundo violento. O ensinar, brincando, àqueles pequeninos, que o mundo não é
somente o mal, que o amor pode tudo transformar.
E eles aprendem porque abraçam seus professores e se deixam abraçar,
longamente, na chegada e na saída da instituição.
Sorriem aos visitantes, espontaneamente vão ao seu encontro e abraçam.
Vimos ali o mundo novo. Mundo que está sendo construído a pouco e pouco,
naquelas mentes infantis que levarão a mensagem para onde quer que se
encaminhem, na vida.
Tornar-se-ão homens de bem? Só o futuro dirá. Mas a boa semeadura está
sendo realizada, dia após dia, semana após semana.
Construção do Terceiro Milênio...
Redação do Momento Espírita, com relato de observações
colhidas em visita à Mansão do Caminho, em Salvador,
Bahia, no dia 8 de setembro de 2010.
Em 4.1.2017.
colhidas em visita à Mansão do Caminho, em Salvador,
Bahia, no dia 8 de setembro de 2010.
Em 4.1.2017.
Fonte: Momento Espírita
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