Conta-se que um jovem
lenhador ficara impressionado com a eficácia e rapidez com que um velho e
experiente lenhador, da região onde morava, cortava e empilhava as madeiras das
árvores.
O jovem o admirava, e o
seu desejo permanente era de, um dia, tornar-se tão bom, senão melhor, do que
aquele homem, no ofício de cortar madeira.
Certo dia, o rapaz
resolveu procurar o velho lenhador, no propósito de aprender com quem mais
sabia.
Enfim ele poderia
tornar-se o melhor lenhador que aquela cidade já tinha ouvido falar.
Passados apenas alguns
dias daquele aprendizado, o jovem resolvera que sabia tudo, e que aquele senhor
não era tão bom assim quanto falavam.
Impetuoso, afrontou o
velho lenhador, desafiando-o para uma disputa: em um dia de trabalho, quem
cortaria mais árvores.
O experiente lenhador
aceitou, sabendo que seria uma oportunidade de dar uma lição ao jovem
arrogante.
Lá se foram os dois
decidir quem seria o melhor.
De um lado, o jovem,
forte, robusto e incansável, mantinha-se firme, cortando as suas árvores sem
parar.
Do outro, o velho
lenhador, desenvolvendo o seu trabalho, silencioso, tranquilo, também firme e
sem demonstrar nenhum cansaço.
Num dado momento, o
jovem olhou para trás a fim de ver como estava o velho lenhador, e qual não foi
a sua surpresa, ao vê-lo sentado.
O jovem sorriu e
pensou: Além de velho e cansado, está ficando tolo. Por acaso não sabe ele que
estamos numa disputa?
Assim, ele prosseguiu
cortando lenha sem parar, sem descansar um minuto.
Ao final do tempo
estabelecido, encontraram-se os dois, e os representantes da comissão julgadora
foram efetuar a contagem e medição.
Para a admiração de
todos, foi constatado que o velho havia cortado quase duas vezes mais árvores
que o jovem desafiante.
Este, espantado e
irritado, ao mesmo tempo, indagou-lhe qual o segredo para cortar tantas
árvores, se, uma ou duas vezes que parara para olhar, o vira sentado.
Ele, ao contrário, não
havia parado ou descansado nenhuma vez.
O velho, sabiamente,
lhe respondeu:
Todas as vezes que você
me via assentado, eu não estava simplesmente parado, descansando. Eu estava
amolando o meu machado!
* * *
Reflitamos sobre o
ensino trazido pelo conto.
Obviamente, com um
machado mais afiado, o poder de corte do velho lenhador era muito superior ao
do jovem.
Este, embora mais
vigoroso na força, certamente não percebeu que, com o tempo, seu machado perdia
o fio, e com isso perdia a eficácia.
Quando chegamos em
determinadas épocas de nossas vidas, como o fim de mais um ano de trabalho, de
esforço, de empreendimento, esta lição pode ser muito bem aplicada.
É tempo de amolar o
machado!
Embora pensemos que não
possamos parar, que tempo é dinheiro, que vamos ficar para trás, perceberemos,
na prática, que, se não pararmos para amolar o machado, de tempos em tempos,
não conseguiremos êxito.
Amolar o machado não é
apenas descansar o corpo, é também refletir, avaliar, limpar a mente e
reorganizar o nosso íntimo.
Amolar o machado é
raciocinar, usar a inteligência para descobrir se estamos utilizando nossas
forças da melhor forma possível.
Assim, guardemos algum
tempo para essas práticas realmente necessárias, e veremos, mais tarde, que
nosso machado poderá cortar as árvores com maior eficiência.
Redação do Momento Espírita,
com base em conto da obra
S.O.S. Dinâmica de Grupo, de
Albigenor e Rose Militão,
ed. Qualitymark.
Em 19.1.2017.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
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