quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Amélia Rodrigues: A BENÇÃO MATERNAL


Envolvo-a em ternura e gratidão, mãezinha querida. Revejo-a, cansada e estoica, no anonimato da sua abnegação, vigilante no culto dos deveres assumidos com alegria, verdadeiro anjo do lar, onde tivemos a oportunidade de renascer.
A sua renúncia facultou-nos o retorno à carne, auxiliando-nos no crescimento para Deus.
Você deu-nos à luz do exemplo, em contínuas demonstrações de fé e de trabalho, através das quais forjamos o caráter e desenvolvemos os sentimentos de amor e de beleza.
Quanto mais você se apagou, a fim de que brilhassem os seus filhos, mais estelar foi a sua luminosidade, que permanece vencendo a noite do tempo como roteiro feliz para nós outros, frutos do seu devotamento.
Modelo maternal, você hauriu forças no exemplo da Mãe de Jesus, que prossegue como lição viva e inexaurível para todas as mulheres, convidando-nos à santificação pelo amor.
No momento em que os camartelos do progresso tecnológico, acionados pelo utilitarismo, destroem muitos valores, exibindo as suas conquistas e glórias de enganoso prazer, a maternidade sofre ultrajes dantes jamais imaginados.
A liberdade para a mulher e os seus justos direitos são arrojados nas valas da libertinagem e das licenças perniciosas, em nome de perniciosos ideais de felicidade.
O aborto campeia desenfreado, procurando cidadania legal, e os descalabros do sexo dão gêneses a loucuras de largo porte, que demonstram a falência da ética moderna.
Nesse desconcerto, no entanto, sob as mais graves injunções, a figura de mãe assoma soberana, descortinando um futuro melhor para a Humanidade.
Muitos não lhe dão valor, enquanto a têm, vindo a lamentar depois.
Diversos lhe envinagram as horas, para arrepender-se, mais tarde.
Vários a desprezam hoje, a fim de sofrerem remorsos acerbos posteriormente...
No corpo ou fora dele, a devoção maternal, no entanto, vela e ora, na esperança de que os seus filhos logrem ventura e paz, de que talvez ela não participe, felicitando-se, a distância, com o júbilo deles.
...Enquanto haja mães na Terra, Deus estará abençoando o homem com a oportunidade de atingir a meta da perfeição que lhe cabe.
Por esta razão, pelo que você é, mamãe, eu lhe louvo a maternidade que me trouxer de volta ao mundo para o milagre da evolução.

Amélia Rodrigues
Psicografia de Divaldo Pereira Franco.
Em 11.8.2015.

Fonte: Divaldo Franco


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