Ilustração: Sara Biddle |
Um dia me perguntei:
Por que eu amo sempre pessoas difíceis? Por que as dores vêm para mim? Por que
eu mereço passar pelas situações que eu vivo passando?
Eu sempre olhei, para
mim mesma, como uma mulher especial, como uma pessoa bonita, como alguém que
tinha apenas méritos. E eu não entendia porque passar por situações que
desagregavam a minha luz.
E cada amor e cada
encontro, e cada momento era como se eu tivesse que me despir das minhas
crenças... Me despir da minha beleza... Me despir de todas as coisas que me
formavam como a pessoa que eu era.
E não havia acaso, eu
sabia o que estava acontecendo, eu só não entendia porquê. E eu sei que muitos
de vocês, que hoje me ouvem, compreendem perfeitamente bem o meu sentimento de
desconcerto, de não entendimento, de fracasso pessoal.
Porque, o que eu mais
queria – o que eu mais quis – era ter um amor que me legitimasse. Era me sentir
inclusa, reconhecida, valorizada, pelo homem que eu amava e pela sociedade. E
era um mundo de valores e de riquezas e de necessidades. Só que eu acreditava
que eu acreditava que aquele mundo era o meu mundo, que eu pertencia àquele
mundo e que eu deveria ser feliz naquele mundo.
E quanto menos as
coisas aconteciam do meu jeito... E quanto menos eu entendia as quebras, as
dificuldades e as dores, mais eu me afundava em mim mesma e mais eu me atirava
à sedução. Querendo que tudo desse certo. Querendo arrumar todas as arestas.
Querendo sempre sorrir, quando o meu coração chorava. Querendo sempre dizer que
está tudo bem, quando dentro de mim não estava nada bem.
Eu vivi bancando as
aparências, de ser uma pessoa feliz quando eu não era. E essas pessoas, esses
parceiros, amigos, alguns sócios, foram pessoas que me ensinaram muito. Porque,
eu queria coordenar. Eu queria que tudo o que eu fizesse saísse do meu jeito.
Eu queria um mundo apenas de felicidade e de realização.
E quanto mais eu
queria, menos as coisas aconteciam da minha forma. E aí eu apelei para o mundo
negro. Eu busquei as soluções e acertos manipulativos. Eu não quis exatamente
fazer mal a ninguém, mas eu quis apenas defender o que era meu, fazer o meu
bem. Sem pensar que o meu bem faria mal a alguém. Não havia esse tipo de
pensamento ou de escrúpulo da minha parte.
E com isso eu fui
profundamente egoísta. Sem entender que eu era, sem perceber que eu era. E com
isso, eu atrelei os meus pés na lama kármica de muitas ações egoístas. Sem
entender, eu prendi a minha própria evolução. Porque eu queria exatamente o que
eu queria. E por um tempo, a recompensa veio, por um tempo eu fui feliz.
Mas, em seguida eu tive
mais desejos, em seguida eu tive mais sonhos, em seguida eu tive mais
decepções. E novos feitiços e novas magias, e novos compromissos, eu criei.
E assim, a minha vida
se passou em grandes abismos, em grandes picos. Momentos de entusiasmos,
momentos de acreditar na vida e momentos de acreditar em nada. E quando eu me
encontrei no astral, qual foi a minha surpresa em ver quem me acompanhava...
Era tudo muito obscuro.
Eram muitas dores, muitas máscaras, muitos medos e muitas angústias. E ali eu
aprendi a caminhar na dor. Eu aprendi que muitas das coisas que eu valorizava
não tinha nenhum valor.
E, em alguns momentos,
eu recebi ajuda amorosa. E, em outros momentos eu simplesmente não aceitei
esses toques de amor porque eu não entendia que eu estava sendo corrigida, orientada
e amada.
Eu ainda estava muito
presa ao meu desejo de conduzir as coisas... Do meu jeito. Não havia em mim a
compreensão do todo. Não havia em mim a aceitação do todo. Não havia em mim a
percepção, de que nós só somos felizes se aqueles que estão a nossa volta,
também estão vibrando felicidade.
Eu não sabia reconhecer
esse aspecto da generosidade. Porque, como eu era rica, eu dava muitas coisas
para as pessoas. Mas eu não sabia reconhecê-las. Eu não sabia enxergá-las. Eu
não sabia sentir essas pessoas.
E naquele momento,
entre as minhas encarnações, eu aprendi a olhar as coisas como elas são. E eu
aprendi, depois de muito sofrer, que nem tudo eu controlava. E que era ótimo,
quando eu era guiada, quando eu era conduzida, quando eu conseguia ouvir as
boas palavras, os bons sentimentos de alguém.
Eu percebi, que no meu
desejo de conduzir tudo, eu tinha fechado a minha percepção á orientações de
outros. Eu percebi que eu tinha sido muito orgulhosa. E aí eu vim, em outras
vidas, sempre buscando o mesmo patamar: de riqueza, nobreza, um casamento de
alguém que me sustentasse, uma relação com um homem que me cuidasse como
mulher.
E com isso, eu acabava
voltando nos mesmos erros, amando alguém que não me correspondia da forma que
eu queria... Sofrendo por isso, brigando por isso. E assim foram várias
existências, muitas existências. Porque eu queria que o outro me sustentasse da
forma que eu achava que era correto. Eu queria que o outro me amasse da forma
que eu achava que era a correta.
Eu não estava
disponível ao amor, nem estava disponível ao aprendizado. Nem estava disponível
a fazer por mim mesma.
Eu queria ser cuidada.
E aí, tudo o que eu cuidava, estava envolvido na energia da sedução, da paixão
e no desejo do controle. E assim foram muitas vidas. Sempre no mesmo padrão,
sempre nas mesmas histórias.
Até que eu fui
despertando no mundo espiritual. E compreendendo que eu não queria mais repetir
as mesmas histórias. E eu fui tocada pela Chama Violeta. Eu fui tocada pela
Elevação Espiritual. E eu reconheci, em mim, a necessidade do aprendizado, de
ser mais humilde para receber, de me permitir ser guiada.
Eu compreendi que esse
movimento não tirava de mim a beleza, nem a altivez e nem todas as coisas
importantes que eu valorizava. Ao contrário, essa consciência me abria para ser
ainda mais bela, ainda mais sábia e ainda mais forte.
E é isso que é quero
passar a vocês hoje, homens e mulheres: vocês não conduzem a vida. Há uma forte
sabedoria, há um tremendo poder em observar a vida; em se deixar guiar pelos
aprendizados, em ouvir as pessoas, em trabalhar a força interior.
E vocês mulheres,
assumam o seu poder. Deixem de querer que um homem a sustente, dê força, ou
cuide de vocês como se vocês fossem bonecas de louça. Despertem para o seu
poder, despertem para a sua luz. Não brigue pelo poder, apenas assumam. Não é
preciso brigar.
Uma mulher plena na sua
luz, reconhece o seu valor. E tem o parceiro como O Parceiro. Não se permitam
cair na necessidade de que o outro nutra aquilo que é seu, aquilo que é o seu
Eu, aquilo que é a sua luz.
É o momento das
mulheres despertarem para o seu poder. Vocês não precisam estar sozinhas, mas
vocês podem e devem ser unas na sua capacidade e na sua luz.
Eu Sou Maria Padilha. E
faço do meu caminhar a minha evolução.
Ainda, em alguns
lugares, partes do meu ser... Colegas, vibrações e energias, que fazem parte da
Corte onde eu vivi, ainda se misturam com a escuridão do sofrimento e das
magias.
Mas, a Força do meu Eu
é livre. E está conectada a serviço da Evolução.
E o meu compromisso é
com as mulheres, em fazê-las despertar. E o meu compromisso é com os homens,
também libertando do peso de carregar uma mulher. Nenhum homem tem a obrigação
ou a necessidade de carregar uma mulher.
As mulheres são seres
livres, fortes e lúcidas no seu poder. E os homens também são livres e devem se
juntar a elas, apenas pelo único laço real, que é o Amor.
Reverenciem as suas
parceiras, pela Luz que elas devem ter.
Reverenciem os seus
parceiros, pela Luz que eles devem ter.
E sejam vocês, quem
vocês devem Ser: espíritos livres. Livres, inclusive, da necessidade de se
achar – aqui na Terra – homens ou mulheres. Porque, no Plano Espiritual, o sexo
não é a maior referência.
O Eu Sou é Luz pura e
completa das duas vibrações: o Yin e o Yang. E nessa vibração eu deixo a minha
mensagem:
Vocês amam e amaram
pessoas difíceis, meus amados, porque vocês também são difíceis. E estão
afastados da Consciência do Eu Sou.
Façam por Aprender.
Façam por Evoluir. Façam por Amar.
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Fonte: mariasilviaorlovas.com.br
Data: 10/08/2016
Canal: Maria Silvia P.
Orlovas
Local: Espaço Alpha Lux
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