Nosso país passa por momentos incomuns em seu
cenário político, econômico e social, mas, sobretudo, por uma crise sem
precedentes de ordem espiritual, a qual se faz perceber nos desdobramentos do
nosso momento político e na conjuntura socioeconômica na qual estamos todos
inseridos e imersos.
Não podemos ignorar as palavras de Allan
Kardec ao registrar que “de ordinário, são eles [os espíritos] que vos dirigem”.[1] Sob esse pensamento, que traduz a
realidade da vida nos bastidores de todas as ações humanas, sabemos que as
dificuldades enfrentadas pelo povo brasileiro não são somente da parte daqueles
que detêm o poder ou que o veem fugir de suas mãos. Nós enfrentamos, neste
momento, um dos casos mais graves de obsessões complexas num âmbito
generalizado em nossa nação. O país passa por uma crise espiritual na qual as
forças da oposição ao progresso culminaram com a derrocada de valores e
conquistas do povo brasileiro, afetando, em grande medida, as instituições
públicas. Tudo isso levando-se em conta que, desde os bastidores da vida,
espíritos representantes das sombras, das trevas mais ínferas, têm manipulado
suas marionetes — políticos, homens públicos, empresários e homens do povo,
desde as pessoas mais comuns até aquelas que em alguma grau detêm poder ou
liderança sobre a multidão e, ainda, as que formam opinião e são capazes de
influenciar a situação reinante — a qual, a cada dia, agrava-se a passos
claros.
Não podemos desconsiderar que a arma da qual
se utilizam os representantes das trevas deste século é eficiente o bastante
para minar as forças daqueles que querem acertar, pois formam quadrilhas,
grupos de poder para os quais é mais importante sua manutenção no poder, a
qualquer custo, do que o bem-estar do povo e das instituições que zelam por
nosso futuro promissor como nação.
Não nos esqueçamos de que, por trás de
homens, estão as hostes espirituais da maldade, que fazem de tudo para saquear
os cofres públicos, solapar a economia, fraudar, corromper os valores éticos,
assim roubando do povo brasileiro o sono de sossego ou a fé em dias melhores. A
estratégia dessas entidades consiste, em larga medida, em promover a desgraça
daqueles homens e daquelas instituições que ainda acreditam e representam o
bem, a honestidade, a retidão de caráter e os valores que nos tornaram, ao
longo dos séculos, a grande nação que somos. É a política das trevas, por meio
de suas marionetes encarnadas, a deturpar tanto o significado quanto a razão
mesma da ética e de valores nobres e sadios mediante o assassinato da fé do
povo, alardeando uma visão populista ao mesmo tempo que encobre sua verdadeira
face de estandarte do mal e das forças da escuridão.
Estamos em plena guerra espiritual, na qual o
campo de batalhas está cada vez mais próximo de nós, de nossas famílias, de
nossas vidas. Não mais podemos pensar num tempo de tranquilidade ou de aparente
segurança, pois ninguém está seguro diante dos lobos travestidos em peles de
ovelhas com seus discursos preparados para enganar e levar a multidão a erro.
Em troca, deixam as migalhas caírem de seus cofres particulares, ou dos cofres
e das contas bilionárias das quadrilhas que tomaram de assalto e aparelharam o governo,
o país e as instituições que deveriam nos representar.
Mas não estão sós esses homens que assim
agem. Como marionetes das forças das trevas, eles representam um forte aparato
de guerra que é utilizado a fim de retardar o progresso e fazer com que as
instituições do bem sejam afetadas diretamente, pela força, a arrogância, as
mentiras e as pretensões das quais se valem para fazer afundar o barco da nação
brasileira.
A política faliu; os homens públicos faliram;
muitas empresas sucumbiram mediante o abuso daqueles que tentam dominar a
qualquer custo, e, inclusive, muitos homens de bem, muitas pessoas de boa
vontade, iludidas, deixaram-se levar pelas promessas vãs, pelas políticas
públicas populistas, com seu idealismo patético a distribuir suas migalhas, que
ainda hoje retêm a população mais sofrida na situação de dependência crônica
dos programas forjados para iludi-la, visando à ignorância do povo acerca do
que se comete nos bastidores. Misérias e bolsas oportunistas são oferecidas à
gente pobre mas também aos ricos, enquanto lobos vorazes pilham a economia e buscam
se manter disfarçados de ovelhas no comando de uma das maiores nações do
planeta.
Não nos enganemos, meus amigos, pois não
estamos lutando “contra a carne e o sangue”, mas, como disse o apóstolo Paulo,
“contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas
deste século, contra as hostes espirituais da maldade”.[2] Em outras palavras, a guerra não é
contra homens, apenas; com efeito, é de ordem espiritual. Nosso discurso não é
meramente político, mas de convicção espiritual da realidade dos seres trevosos
com os quais lidamos. Quem é incapaz de perceber a gravidade da hora, o
estiramento das convicções e o assalto aos valores em pleno curso, deve-se
indagar, honestamente, se sua visão já não está comprometida pelos feiticeiros
da hipnose vigente, pelos artífices da derrocada da nação brasileira, dos dois
lados da vida.
Por isso, hoje não nos resta uma alternativa
plenamente confiável, embora vislumbremos a possibilidade de modificar esse
panorama, dando um novo rumo ao nosso futuro. Se, por um lado, não se apresenta
alguém que reúna condições genuínas e plenas de representar a nação e o povo
brasileiro fazendo frente a esta marca da corrupção que avassala desde Brasília
até a base mesma da sociedade — isto é, o povo comum —, pelo menos nos resta a
alternativa de optarmos por uma ética ou, quem sabe, pela possibilidade de
mudar, uma vez que o horizonte não nos aponta um líder ou uma liderança isenta
de chances de perpetuar o erro. Ou, mais modestamente: diante do quadro
dramático em que se vê a nossa nação, errar menos já seria de muito bom grado
diante do extremo a que chegaram os representantes eleitos democraticamente pelo
nosso povo, iludido pelas promessas, as mentiras e as ideologias de um governo
dos mais corruptos que a história do Brasil já conheceu. Diante de tamanha
manipulação mental, hipnótica e sensorial empregada por aqueles que formaram a
quadrilha que nos governa desde os bastidores do Palácio da Alvorada até os
bastidores da vida, sem dúvida errar menos já significaria grande avanço.
Nosso momento é grave, não somente
economicamente, mas espiritualmente falando. Sobretudo do ponto de vista
espiritual, pois sabemos, com o mínimo de perspicácia e observação, que forças
ocultas estão em plena concentração na tentativa de afundar o barco da nação
brasileira, sobre a qual já foi dito, um dia, que deveria ser o coração do
mundo e a pátria do Evangelho.
Segundo podemos constatar, o coração está
parando; está enfermo e precisando urgentemente de uma cirurgia moral, ética e
espiritual. E é raro que um processo cirúrgico não cause apreensão e seja
indolor.
Em caráter emergencial, precisamos nos
irmanar em oração, todos os que de alguma maneira querem o bem do povo
brasileiro. Precisamos pedir a Jesus que tenha misericórdia dos filhos desta
terra e das lideranças e dos representantes do povo, mas que também sustente os
esforços daqueles poucos que resistem e querem acertar; dos que militam em
defesa da ética, da justiça, do desmascaramento dos lobos que enganam e
enganaram a multidão num momento frágil de sua fé no futuro e utilizaram do
poder de barganha para comprar com promessas levianas aqueles que não souberam
e ainda não sabem distinguir entre a ovelha e o lobo — este, o bando que
governa, distribuindo migalhas em troca de votos e popularidade. Quem sabe,
clamar para que os cidadãos sejam capazes de discernir e identifiquem quem
deseja ajudar educando e objetiva, de fato, libertá-los da miséria, da servidão
da consciência e da ignorância. Precisamos nos reunir em oração, mesmo aqueles
que de alguma maneira ainda se deixam levar pelas promessas que já se mostraram
vazias e pelo idealismo disseminado em nome desta política desumana, que com
certeza não tem sua origem nos dirigentes espirituais da nação, mas nas hostes
da maldade, nos representantes da escuridão que estão encastelados nos corações
daqueles que, em troca do sofrimento do povo brasileiro, tentam dominar e perpetuar-se
no poder a qualquer custo.
Nosso convite é para orarmos, juntarmos
nossas energias e possibilidades espirituais, e não somente vibrações, para que
nos pronunciemos cada vez mais. Que tenhamos a coragem de sair de nossos lares,
de ir às ruas, de nos manifestar pelo bem e pelo direito, pela vitória da ética
e da dignidade. E não falo aqui a favor ou contra partidos políticos, mas a
favor do bem, da justiça e das conquistas de nossa nação.
Que possamos descruzar os braços, sair do
comodismo diante dos acontecimentos, tentando de alguma maneira nos pronunciar
a fim de não darmos ainda mais razão ao pensamento de que, se o bem não domina,
é porque “os bons são tímidos”[3] — ou fracos. Sem que se ergam os
cristãos como dantes se ergueram perante as arbitrariedades dos ímpios, que
culminaram nos circos romanos da Antiguidade; sem que nos mexamos e façamos a
nossa parte — muito mais do que simplesmente rezarmos e pedirmos ajuda ao Alto,
sabendo que todos somos a ajuda que o Alto envia para agir no momento de crise
—; sem isso, se não agirmos e formos proativos, seremos apenas uma voz rouca
que, aos poucos, será silenciada em meio à multidão dos que sofrem e do poder
dos marginais a serviço da escuridão. Seremos apenas miseráveis, escondidos em
nossas casas de oração, batendo no peito a clamar socorro, escondidos com medo
de nos mostrar em nome da causa do bem pela qual todos deveríamos nos expor e
mostrar que, juntos, podemos muito mais!
Não se acanhem, não se iludam. Estamos em
plena guerra espiritual, e, numa guerra, onde estarão os representantes de um
reino em tudo superior aos reinos falidos dos homens e dos representantes das
sombras?
Oremos, sim, rezemos mais ainda, mas sobretudo
nos posicionemos, em nossas redes sociais, em nosso círculo de ação, em nossas
famílias, no trabalho e na sociedade, enquanto é tempo — antes que seja
levantada a bandeira da escuridão a substituir a do bem no seio do Brasil.
Esteja de que lado estiver, defenda você qualquer ideologia que defender,
qualquer partido político ou religião, saiba que você não está fora dessa luta
e, se não se posicionar urgentemente, será arrastado pelo caudal das lutas e
provações que já se avizinha da gente brasileira, ocasionado pela política
desumana e sombria dos seres das trevas e de seus representantes políticos no
mundo.
Relembrando o pensamento de Edgard Cayce,
numa de suas profecias modernas: nenhuma instituição, nenhuma família, ninguém
ficará isento de passar pelas lutas e pelas provações coletivas que se abaterão
sobre a nação neste momento grave de provas a que serão submetidos o povo
brasileiro e o mundo em geral.[4] Portanto, em nome do bem, em nome da
justiça, em nome da ética e da sobrevivência de nossa nação, dos valores morais
e das conquistas sociais, em nome de Jesus, que representa a política divina do
Reino, convocamos você a se pronunciar, a se mostrar, a mostrar a sua cara e
sair do comodismo de sua poltrona; a sair às ruas e gritar, falar, divulgar nas
redes sociais que nós, os que acreditamos num mundo melhor, não compactuamos
com a situação, a posição e as atitudes de franco desequilíbrio espiritual,
social, político, tampouco com o desrespeito como vem sendo tratado o povo
brasileiro nos últimos tempos. Precisamos formar um feixe de varas, estar
juntos, embora não fundidos, mas, sobretudo, precisamos nos unir no propósito
de enfrentar as hostes da maldade instaladas em Brasília e nos bastiões do
poder em todo o território brasileiro. A bandeira do bem e da justiça urge ser
hasteada, e os bons, os que dizem representar o bem, precisam sair de seu
ostracismo e mostrar que realmente representam uma política divina, e não a
política humana marcada pela corrupção dos valores e da fé.
Robson Pinheiro pelo espírito Tancredo Neves,
na companhia dos espíritos José do Patrocínio e Getúlio Vargas
Belo Horizonte, 04/08/2015
___________________________
[4] Cf. “Os
tempos do fim”. In: pinheiro, Robson. Pelo espírito Ângelo Inácio. A marca da besta. Contagem: Casa
dos Espíritos, 2015. p. 120-170.
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