Um enorme transatlântico partiu de
movimentado porto rumo a outro continente. Do convés, os passageiros acenavam
lenços e agitavam mãos, em manifestações de adeuses.
No porto, muitas pessoas acenavam igualmente e
lançavam beijos ao ar, num misto de antecipada saudade e carinho.
Pouco depois, os que se encontravam no convés,
ainda observando os que permaneciam em terra, puderam constatar uma nuvem de
gaivotas prateadas acompanhando o imenso navio.
O seu voo atraiu a atenção de quase todos, tanto
pela algazarra que promoviam, quanto pelo capricho de suas voltas, ao redor da
enorme máquina concebida pelo homem.
Passada uma meia hora de viagem, o tempo se tornou
ameaçador. Ondas de espuma se levantavam ao açoitar dos ventos violentos.
Esboçou-se no firmamento uma tremenda tempestade.
Com suas possantes máquinas, o navio cortava as vagas agitadas e parecia
fazê-lo com dificuldade, dada a presença dos elementos da natureza em convulsão.
Um dos poucos viajantes que até então permanecia no
tombadilho, contemplou as aves a voejar e as lastimou.
Como podiam elas, com suas asas tão débeis, lutar
contra o tufão, desamparadas nos céus? Elas nada tinham além do próprio corpo
para o enfrentar.
Suas asas resistiriam ao vento implacável, se o
possante navio, com suas máquinas que representam milhares de cavalos resistia
com dificuldade ao tempo torrencial?
De repente, aquele homem que estava tão compadecido
das avezinhas do mar, ficou perplexo. É que as pequenas gaivotas, estendendo as
asas que Deus lhes deu, abandonaram o navio na tempestade e se ergueram acima
da tormenta, passando a voar numa região serena dos ares.
E a máquina, representando a ciência humana,
prosseguiu na sua luta penosa para resistir à fúria dos elementos.
* * *
Em nossas vidas ocorre de forma semelhante. Quando
pretendemos lutar unicamente com nossos próprios meios, encontramos o fustigar
dos ventos das dificuldades atrozes, que vergastam a alma e maceram o corpo.
Contudo, se utilizarmos os recursos da oração
alcançaremos as possibilidades das asas das gaivotas.
Pelas asas poderosas da prece, o homem pode se
elevar acima das tempestades do cotidiano e voar placidamente.
Envolvidos pelas luzes da prece, alcançaremos
regiões que o vendaval das paixões inferiores não alcança.
Fortificados pela oração, enfrentaremos o mar
agitado dos problemas, a fúria das vicissitudes, e chegaremos ao porto seguro
que todos almejamos.
* * *
Quando o triunfo nos alcançar ou quando sofrermos
aparentes quedas, busquemos Jesus e falemos sem palavras ao Seu coração de
Mestre e Amigo.
Condutor vigilante de nossas almas, Ele assumirá o
leme da frágil embarcação das nossas vidas, permitindo-nos singrar o mar
agitado das nossas dores, com coragem e segurança.
A medida ideal será sempre orar antes de agir, a
fim de evitar que procedamos de forma imprevidente, o que nos conduziria ao
desespero e a maior soma de dores.
Redação do Momento Espírita,
com base no cap. A
tempestade e as gaivotas,
do livro Lendas do céu e da Terra,
de Malba Tahan, ed. Melhoramentos
e no verbete Oração,
do livro Repositório de sabedoria, v.
2,
pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 30.12.2009.
Em 30.12.2009.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário