sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Joanna de Ângelis: DESAFIOS À FÉ


Agora, quando despertas do letargo em que te encontravas entre alternativas de fé e de prazer, de crenças e de luxúrias, preparando-te para realmente seres feliz, seguindo Jesus, alguns desafios se te apresentam ameaçadores e temes tombar nos mesmos desvãos ilusórios que te assinalam a existência.
Antes o mundo te atraía, como ainda prossegue de certo modo, ao favorecer-te gozos imediatos e inebriantes, que encharcam a alma e ao mesmo tempo atormentam-na em falsa realidade a respeito da vida, e acreditavas, em conflito íntimo, que algo maior e mais plenificador deveria existir que te preenchesse o vazio existencial.
Acabas de defrontá-lo, está diante de ti.
Naqueles momentos, recebias carinhosa inspiração que te convidava a reflexões mais profundas e mais duradouras.
No passado, acreditavas que o júbilo decorrente das fugas psicológicas seria, talvez, a única maneira de fazer-te feliz. Embora não te assinalassem a ganância nem a mesquinhez, tinhas a ambição de conseguir os valores que propiciam o encantamento e compram, no jogo das paixões, as mais diversas falsas alegrias.
À medida que a existência te dizia sem rebuços que o sentido de viver era de natureza transcendente, passaste a anelar sem muita convicção pelas emoções relevantes de natureza interior e a buscar a paz em forma de ingênua alegria nos refolhos da alma. Não estavas acostumado, porém, às suaves expressões da vida, mas às sensações fortes, mesmo que momentâneas e desgastantes.
Os velhos e doentios hábitos empurravam-te para a repetição dos dislates que te distraíam, ao tempo em que te amarguravam de maneira peculiar, impondo-te mais amplas e variadas necessidades...
Sorrias e choravas entre triunfos e insucessos que te assustavam, perdido na multidão que exploravas e atormentava-te, enquanto experimentavas melancolia e dor de incompletude.
Esse é o prêmio da ilusão festiva e embriagadora, que sempre deixa um travo de amargor nos que a fruem.
Oravas, vez que outra, pedindo socorro no palco asfixiante das fugas emocionais, disfarçadas como conquistas de pequenas vanglórias.
Por fim, a dor dilacerante da recusa que te foi imposta mais de uma vez abriu-te uma ferida no orgulho d'alma, a qual trazias do pretérito, e estás optando por Jesus.
Tiveste momentos de sofrimento que pareciam intérminos e algumas ideias de que a vida sem determinadas satisfações não tinha qualquer sentido. Sentias-te diferente, por mais que desejasses querer ser igual à multidão, ou melhor, na usança dos seus fenômenos, apelando, então, para o pranto refrescante sobre a ardência das frustrações. E, de certo modo, ainda sentes, porque não te encontras realmente integrado em o novo programa que ora abraças.
A solidão era tua parceira, aliás, de maus pendores, produzindo-te agonias.
...E foste ouvido, atendido com tesouros iluminativos e oportunidades únicas de sublimação e paz.
Resolveste investir a existência na conquista da ordem nova de valores: Jesus!
Os teus guias espirituais atenderam-te além do corpo, reapresentando-te afetos de outras existências, ricos de ternura e também com sede de amor, tarefas suaves e encantadoras, convites ao treinamento da renúncia e a mudanças de comportamento.
O homem velho, conforme o conceito do Evangelho deverá dar lugar ao novo, que se te desenha para o futuro.
Ninguém que esteja na Terra, que se encontre em plenitude como pensavas. Todos estão em conserto, com as sublimes exceções, porém, assinalados pelas dores próprias do processo da evolução.
Querias exemplos que te auxiliassem as forças ainda cambaleantes e despertaste onde a placidez do amor diminui o incêndio da loucura.
Nem todos, porém, logram, como tu, fazer o melhor, mas estão tentando.
Alinha-te com aqueles que são exemplos, mesmo sofrendo, e serás infinitamente ditoso.
*   *   *
Há inúmeros desafios à fé na atualidade, como em todos os tempos de alguma forma aconteceram.
Uma cultura, como a atual, que despreza a ética e transforma o amor em prazer atormentado e insaciado, exige mudança de hábitos mentais.
No pensamento estão as matrizes da liberdade como as da prisão sem grades.
Enquanto a concupiscência é parceira contínua das experiências humanas e se apresenta na condição de meta a ser alcançada e mantida, o amor fraterno se apresenta com força para diluir o vício pela ternura e bondade.
As ambições do poder para ter e desfrutar serão substituídas pelo ser e socorrer.
Preencher os espaços mentais com as informações da imortalidade constitui outro convite para a conquista e preservação da felicidade.
Amar indistintamente sem posse, sem dúvida, é diretriz de segurança.
Nunca temas, pois, o amanhã nem a solidão, porque o Senhor da Vida cuidará de providenciar o indispensável para que vivas em alegria com ternura no coração.
As dificuldades de agora, transforma-as em ensejos de aprimoramento interior e sincero com manifestações festivas.
O amor cantará junto ao teu coração, alma querida, sendo-te sustentação de todos os momentos.
Terás, sim, os elementos necessários a uma existência ditosa e receberás recursos inesperados para que te desincumbas dos compromissos da fé. Mas que darás ao Senhor de ti mesmo, como recíproca de amor? Não seria ideal que te desses qual Ele o fez por ti? Isso não implica abandonares outros nobres ideais.
Tens diante de ti tudo quanto poderias desejar e em algum momento do passado querias, que agora te chega de surpresa e encantamento. Mas não te esqueças que é investimento do Mundo Maior.
O teu destino, escreve-o, agora, nas estrelas, e avança aureolado de luz.
Tudo que pediste está sendo-te concedido.
Chegará o momento de devolveres, de prestares conta, qual ocorreu na Parábola dos talentos.
Alma querida!
Não tergiverses e deixa-te arrastar pela correnteza de luz e melodia à Nova Úmbria, onde alcançarás o estado numinoso.
Os desafios à fé apresentam-se também sutilmente: melancolia, saudade das ilusões, solidão nos momentos de reflexão, sonhos e desejos dos prazeres que exaurem ...
Evita-os, não lhes dando campo, a fim de que, na condição de parasitas perversos, não dominem o teu coração alegre e jovial, nele enraizando-se...
O hino do amor é uma imolação pessoal, sem palavras, é doação de vidas à Vida.
Segue, pois, que o Senhor te espera no termo da jornada.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na noite de 28 de março de 2016,
na sessão mediúnica do Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia.
Em 20.10.2016.


Fonte: Divaldo Franco
www.divaldofranco.com.br


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