Agora, quando despertas
do letargo em que te encontravas entre alternativas de fé e de prazer, de
crenças e de luxúrias, preparando-te para realmente seres feliz, seguindo
Jesus, alguns desafios se te apresentam ameaçadores e temes tombar nos mesmos
desvãos ilusórios que te assinalam a existência.
Antes o mundo te
atraía, como ainda prossegue de certo modo, ao favorecer-te gozos imediatos e
inebriantes, que encharcam a alma e ao mesmo tempo atormentam-na em falsa
realidade a respeito da vida, e acreditavas, em conflito íntimo, que algo maior
e mais plenificador deveria existir que te preenchesse o vazio existencial.
Acabas de defrontá-lo,
está diante de ti.
Naqueles momentos,
recebias carinhosa inspiração que te convidava a reflexões mais profundas e
mais duradouras.
No passado, acreditavas
que o júbilo decorrente das fugas psicológicas seria, talvez, a única maneira
de fazer-te feliz. Embora não te assinalassem a ganância nem a mesquinhez,
tinhas a ambição de conseguir os valores que propiciam o encantamento e
compram, no jogo das paixões, as mais diversas falsas alegrias.
À medida que a
existência te dizia sem rebuços que o sentido de viver era de natureza transcendente,
passaste a anelar sem muita convicção pelas emoções relevantes de natureza
interior e a buscar a paz em forma de ingênua alegria nos refolhos da alma. Não
estavas acostumado, porém, às suaves expressões da vida, mas às sensações
fortes, mesmo que momentâneas e desgastantes.
Os velhos e doentios
hábitos empurravam-te para a repetição dos dislates que te distraíam, ao tempo
em que te amarguravam de maneira peculiar, impondo-te mais amplas e variadas
necessidades...
Sorrias e choravas
entre triunfos e insucessos que te assustavam, perdido na multidão que
exploravas e atormentava-te, enquanto experimentavas melancolia e dor de
incompletude.
Esse é o prêmio da
ilusão festiva e embriagadora, que sempre deixa um travo de amargor nos que a
fruem.
Oravas, vez que outra,
pedindo socorro no palco asfixiante das fugas emocionais, disfarçadas como
conquistas de pequenas vanglórias.
Por fim, a dor
dilacerante da recusa que te foi imposta mais de uma vez abriu-te uma ferida no
orgulho d'alma, a qual trazias do pretérito, e estás optando por Jesus.
Tiveste momentos de
sofrimento que pareciam intérminos e algumas ideias de que a vida sem
determinadas satisfações não tinha qualquer sentido. Sentias-te diferente, por
mais que desejasses querer ser igual à multidão, ou melhor, na usança dos seus
fenômenos, apelando, então, para o pranto refrescante sobre a ardência das
frustrações. E, de certo modo, ainda sentes, porque não te encontras realmente
integrado em o novo programa que ora abraças.
A solidão era tua
parceira, aliás, de maus pendores, produzindo-te agonias.
...E foste ouvido,
atendido com tesouros iluminativos e oportunidades únicas de sublimação e paz.
Resolveste investir a
existência na conquista da ordem nova de valores: Jesus!
Os teus guias
espirituais atenderam-te além do corpo, reapresentando-te afetos de outras
existências, ricos de ternura e também com sede de amor, tarefas suaves e
encantadoras, convites ao treinamento da renúncia e a mudanças de
comportamento.
O homem velho, conforme
o conceito do Evangelho deverá dar lugar ao novo, que se te desenha para o
futuro.
Ninguém que esteja na
Terra, que se encontre em plenitude como pensavas. Todos estão em conserto, com
as sublimes exceções, porém, assinalados pelas dores próprias do processo da
evolução.
Querias exemplos que te
auxiliassem as forças ainda cambaleantes e despertaste onde a placidez do amor
diminui o incêndio da loucura.
Nem todos, porém,
logram, como tu, fazer o melhor, mas estão tentando.
Alinha-te com aqueles
que são exemplos, mesmo sofrendo, e serás infinitamente ditoso.
* * *
Há inúmeros desafios à
fé na atualidade, como em todos os tempos de alguma forma aconteceram.
Uma cultura, como a
atual, que despreza a ética e transforma o amor em prazer atormentado e
insaciado, exige mudança de hábitos mentais.
No pensamento estão as
matrizes da liberdade como as da prisão sem grades.
Enquanto a
concupiscência é parceira contínua das experiências humanas e se apresenta na
condição de meta a ser alcançada e mantida, o amor fraterno se apresenta com
força para diluir o vício pela ternura e bondade.
As ambições do poder
para ter e desfrutar serão substituídas pelo ser e socorrer.
Preencher os espaços
mentais com as informações da imortalidade constitui outro convite para a
conquista e preservação da felicidade.
Amar indistintamente
sem posse, sem dúvida, é diretriz de segurança.
Nunca temas, pois, o
amanhã nem a solidão, porque o Senhor da Vida cuidará de providenciar o
indispensável para que vivas em alegria com ternura no coração.
As dificuldades de
agora, transforma-as em ensejos de aprimoramento interior e sincero com
manifestações festivas.
O amor cantará junto ao
teu coração, alma querida, sendo-te sustentação de todos os momentos.
Terás, sim, os
elementos necessários a uma existência ditosa e receberás recursos inesperados
para que te desincumbas dos compromissos da fé. Mas que darás ao Senhor de ti
mesmo, como recíproca de amor? Não seria ideal que te desses qual Ele o fez por
ti? Isso não implica abandonares outros nobres ideais.
Tens diante de ti tudo
quanto poderias desejar e em algum momento do passado querias, que agora te
chega de surpresa e encantamento. Mas não te esqueças que é investimento do
Mundo Maior.
O teu destino,
escreve-o, agora, nas estrelas, e avança aureolado de luz.
Tudo que pediste está
sendo-te concedido.
Chegará o momento de
devolveres, de prestares conta, qual ocorreu na Parábola dos talentos.
Alma querida!
Não tergiverses e
deixa-te arrastar pela correnteza de luz e melodia à Nova Úmbria, onde
alcançarás o estado numinoso.
Os desafios à fé
apresentam-se também sutilmente: melancolia, saudade das ilusões, solidão nos
momentos de reflexão, sonhos e desejos dos prazeres que exaurem ...
Evita-os, não lhes
dando campo, a fim de que, na condição de parasitas perversos, não dominem o
teu coração alegre e jovial, nele enraizando-se...
O hino do amor é uma
imolação pessoal, sem palavras, é doação de vidas à Vida.
Segue, pois, que o
Senhor te espera no termo da jornada.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira
Franco, na noite de 28 de março de 2016,
na sessão mediúnica do Centro
Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia.
Em 20.10.2016.
Fonte: Divaldo Franco
www.divaldofranco.com.br
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