O Amor
Espiritual do Silêncio Interior
Por Frank M. Wanderer
31/03/2017
O mundo ao nosso redor é muito barulhento,
estamos constantemente cercados pelo murmúrio do mundo civilizado. Quase
esquecemos, hoje, como poderia ser viver uma vida silenciosa neste mundo
barulhento. Que segredo poderia ter o silêncio?
O mistério do silêncio torna-se interessante
para nós quando nos tornamos buscadores espirituais. A partir desse momento,
começamos a procurar a essência da vida, desejamos encontrar uma resposta à
pergunta:
"Quem sou eu, e qual é a minha missão nesta Terra?"
Primeiro, procuramos a resposta no mundo
externo. Tentamos encontrar uma ideia, uma ideologia, e nos identificamos buscando
as respostas às perguntas que nos preocupam e causam esse sentimento
atormentador de desejo que nos estimulou a embarcar em busca de respostas.
Depois de
muitos esforços fúteis percebemos que nenhuma ideia, ideologia, professor ou
mestre é capaz de nos fornecer uma resposta satisfatória a essas perguntas.
Então voltamos para dentro e começamos a procurar as respostas em nós mesmos.
Voltar-se para dentro exige silêncio e tranquilidade
de nós, então o silêncio se torna importante para nós a partir desse momento.
Encontramos um canto tranquilo para nós mesmos, onde somos capazes de pensar e
meditar sem ser perturbado. Deixamos para trás a civilização, vamos para as
montanhas, a natureza ou a solidão de um mosteiro.
Aqui, a princípio, acreditamos que encontramos
o que procuramos, porque o silêncio da natureza, ou a vida tranquila de uma pequena
comunidade ao redor, e o silêncio que encontramos nos dá satisfação e
felicidade. Se somos capazes de tranquilizar o mundo barulhento dentro de nossa
cabeça neste ambiente pacífico, o silêncio externo pode ser seguido pela
meditação depois de um tempo. O silêncio interno forçado e a tranquilidade
temporária são o resultado da supressão do pensamento. Esse silêncio, entretanto, não é nosso, não é parte de nossa Alma.
Isso é apropriadamente demonstrado pelo fato de
que quando voltamos ao ruidoso estágio giratório da sociedade, estamos cercados
pelo mundo vivo de uma grande cidade, nossa tranquilidade adquirida desaparece
imediatamente, nosso silêncio acalentado desaparece como se nunca tivesse
existido. Se temos sorte e o mundo externo permanece em silêncio ao nosso
redor, apenas o silêncio de nossa meditação é perdido toda vez que a mente
começa a trabalhar e os pensamentos e emoções inundam nosso cérebro.
Tudo isso
mostra que há algo errado conosco, estávamos completamente enganados quando
acreditamos que o poder mágico do silêncio nos libertará de nós mesmos. O problema é que
olhamos na direção errada quando pensamos que o silêncio é algo fora de nós
mesmos, algo que conseguimos suprimindo o trabalho da mente.
O silêncio é uma das qualidades do Milagre, que é o nosso
próprio Ser, a Consciência. Portanto, nunca o perdemos, porque não podemos
perder o que somos. Precisamos encontrar nosso Eu interior novamente,
permitindo que a Consciência desperte por si mesma em nós.
Deste tempo em diante, o silêncio, permanecerá
sempre conosco, não precisaremos mais procurá-lo no mundo externo ou forçá-lo
sobre nós suprimindo nossa corrente de pensamentos. Depois disso, não importa
onde estejamos no mundo, mesmo na estação ferroviária mais barulhenta, nunca
perderemos nosso silêncio interior, nosso Eu.
~
Do livro: Frank M. Wanderer: O Maior Obstáculo à Iluminação: Como Escapar dos
Jogos da Prisão da Mente?
Fonte: The Mind Unleashed
http://themindunleashed.com/
Tradução:
Adriano Pereira
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