Enquanto os dias se consomem em notas tristes
de corrupção, ilegalidades, violência; enquanto vemos crianças padecendo abusos
de toda sorte e mães chorando a dor de filhos enfermos ou mortos;
enquanto assistimos, diariamente, jovens
promessas saírem de nosso país, em busca de horizontes largos para a sua
criatividade, imaginação e progresso, em distantes terras, assistimos
igualmente a muito desânimo tomando conta das gentes.
Gente que se refere a um país adormecido que
resolveu acordar e para o pior; uma nação que não tem jeito, que nada leva a
sério.
Por isso e outras tantas coisas, pusemo-nos a
pensar, neste Brasil amado. E as letras foram surgindo, como numa catadupa
imensa, jorrando abundantes:
A minha terra tem o céu azul, é só olhar e
ver... Sou do Sul do Brasil. Cresci no país da Amazônia, no país do Pantanal.
Aprendi a amar uma bandeira com várias
estrelas! Cresci com um orgulho imenso da minha gente que grita em versos e
prosa o meu Brasil.
Cresci imaginando o povo heroico que bradava às
margens do Ipiranga. Tenho amor pelo contorno do meu país do livro de geografia
em que estudei.
Não desejo estar em outro lugar a não ser no
meu país. Seja de corpo presente, seja em pensamentos, seja em orações, sinto
orgulho de ser brasileiro.
Não faço distinção entre as regiões, todas tão
ricas em suas diversas nuances.
Se algo desejo para este país amado é que
desapareça toda ação maldosa que impede o seu crescimento.
Desejo que diminua a distância que existe entre
as urnas e a compreensão do processo democrático.
Desejo que os maus governantes e todos os que
abusam da fé deste povo, visando apenas enriquecer, tomem consciência ou
abandonem o poder.
Desejo que percam força o preconceito, os
desmandos, a intolerância. Que aprendamos que somos todos filhos do mesmo chão,
abrigados pelo céu de anil e pelas estrelas do Cruzeiro.
Desejo que olhemos para o pavilhão nacional e
sintamos a emoção extravasar chuva pelos olhos, enquanto os versos do hino
pátrio morrem na garganta.
Desejo me sentir brasileiro ao contemplar a
baía de Guanabara aos pés da estátua do Cristo Redentor.
Não quero mudar a batida do meu coração que,
por diversas vezes, pulsa no ritmo do samba, nem mudar as cores da minha alma
que, além de um céu azul, tem as cores do frevo, as fitas coloridas do Senhor
do Bonfim, e aqueloutras dos pau-de-fitas da dança gauchesca.
Meu mais puro sentimento diz que a minha
essência patriota também está regada pela garoa de São Paulo e refrigerada pelo
minuano dos pampas.
Diz ainda que a minha fome de justiça e minha
esperança brotaram da fenda do chão rachado do sertão nordestino.
Quero que a Asa branca venha passar férias no
Sul porque quer conhecer nossas belezas e que volte, sem passaporte, para um
lar digno no sertão.
Neste torrão generoso, tenho certeza de que,
enquanto houver essa mistura linda de povos e culturas, enquanto tivermos
energia para encher a alma com beleza, ao invés de decepções, podemos lutar
unidos.
E vencer.
Eu sou do Sul e tenho um orgulho imenso disso
mas, por Deus, quero você, meu Brasil, inteirinho para mim.
Redação do Momento Espírita,
com base em
texto escrito por Luciana
Goldschmidt Costa.
Em 30.11.2017.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
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