César residia em Três Corações, Minas Gerais.
Certo dia, um amigo o convidou a ir a Uberaba, para visitar o missionário do
amor, Francisco Cândido Xavier.
Era tudo o que ele sempre desejara: conhecer
pessoalmente aquela criatura que exalava bondade e atendia a tantas pessoas, de
forma simples, sem afetação alguma.
Um homem chamado Amor.
Chegou em casa alvoroçado e disse para a
esposa: Aurinha, vamos para Uberaba.
Arrume as malas.
Ela olhou para o marido e ponderou que tinham
três crianças pequenas, que exigiam cuidados.
Vá você, disse ela. E depois me conte.
Na madrugada, ele despertou e preparou-se para
partir. A esposa o beijou e lhe entregou um embrulho:
Amor, eu não poderei ir ver o Chico. Mas fiz um
bolo para ele.
Pelos longos quilômetros até Uberaba, ele foi
pensando o que diria ao médium tão admirado e tão amado.
Quando se aproximaram da casa de Chico, viu a
fila enorme, aguardando para falar com ele. César entrou na fila. O coração
pulsava acelerado.
Foi quando sentiu um ponto de perfume. Era um
ponto mesmo. Aquele perfume não se espalhava.
Que coisa
estranha!
– Pensou.
Um ponto de perfume localizado. Olhou para os
lados. As pessoas pareciam não sentir aquele aroma tão bom.
A fila foi andando. Finalmente, ele estava em
frente ao Chico. Estava tão emocionado que não conseguia falar.
Ficou olhando aquele homem simples e tão
extraordinário. Qualquer coisa que dissesse poderia estragar o momento tão
especial.
Naqueles poucos segundos, Chico levantou os
olhos, sorriu e disse:
O
Espírito Sheila foi receber você lá na porta, não é mesmo?
César ficou mais emocionado. O ponto de perfume
que ele sentira fora a presença espiritual de Sheila, que costuma, quando se
aproxima, exalar delicado perfume, normalmente percebido pelos presentes.
Como continuasse imóvel frente ao médium, Chico
esticou a mão, pegou o embrulho e com sua voz doce e inesquecível, falou:
Diga à
Dona Aurinha que fico muito agradecido pelo bolo que ela fez para mim, com
tanto carinho.
Quando se deu conta, César estava do lado de
fora, no pátio da casa. Ele estivera frente ao Chico e não dissera uma palavra.
Mas, tudo o que acontecera, calara fundo em sua
alma. Especialmente, Chico saber o nome da sua esposa e que ela havia feito um
bolo para ele.
*
* *
Muitos casos existem relatados por aqueles que
estiveram próximos a Chico Xavier. Casos que dizem da sua extraordinária
mediunidade, e da não menos extraordinária humildade.
Um homem que se sentava para receber as
pessoas, que tinha uma palavra de bom ânimo e ternura para cada um. Um homem
que beijava as mãos de quem beijasse as suas, em retribuição.
Um homem simples. Um homem que viveu mais de
noventa anos nesta Terra e somente semeou o bem.
Partiu tão delicadamente como vivera. Como ele
mesmo anunciara, partiu num dia em que a nação estava feliz: comemorava o
pentacampeonato mundial de futebol.
Para todos os que cremos na Imortalidade da
alma, a certeza de que Francisco Cândido Xavier não morreu, somente retornou ao
lar primitivo, ao mundo espiritual, depois da exitosa jornada terrena.
Também de que prossegue no trabalho do bem e do
amor.
Redação do Momento Espírita,
com base no artigo
A primeira vez é
inesquecível – um bolo e uma cirurgia,
de César Soares dos Reis, da
Revista
Cultura Espírita, julho
2017.
Em 20.11.2017.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
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