Todo ser
humano possui magnetismo, que é a forma
de
transformar o fluido vital em energia. Aliado ao
hipnotismo,
que é a ação sobre os centros nervosos,
ele permite o
reequilíbrio do corpo e a cura de doenças.
Mario Coelho
Entrevista realizada
no canal IRC #espiritismo
Antes de mais nada, é importante
estabelecermos a diferença entre magnetismo e hipnotismo. Historicamente, o
magnetismo data da antiguidade, do antigo Egito, da Grécia antiga, fazendo
parto das relações sacerdotais com o povo e os fiéis que buscavam o contato
com seres capazes de intermediar a cura divina.
O termo magnetismo já era usado no
século XVII por Van Hetrnont. Era conhecido como “magnetismo animal”, mas
ganhou força de doutrina somente com o austríaco Franz Anton Mesmer, que,
através de suas memórias impressas, estabeleceu 27 proposições acerca do
fenômeno. Etc dizia que os astros agiam sobre nós, outros astros e corpos
animados, sendo que esta influência tinha um agente, que era o fluido cósmico
universal. Os corpos gozavam de propriedades análogas as do imã, podendo ser
transmitidas para outros corpos animados ou inanimados. Afirmava amda que a
doença era um desequilíbrio deste magnetismo corporal.
Já o termo hipnotismo foi criado
pelo médico inglês Braid, depois do ver algumas sessões com o magnetizador La
Fontaine. Etc dizia ter descoberto a causa da magnetização de um corpo sobre
outro. que era a sugestão do magnetizador ao agir sobre os centres nervosos.
Com isso, etc quis dar ares de ciência à questão. batizando o fenômeno com um
novo nome.
Devemos olhar o magnetismo sempre
tendo em monte um fim importante para sua utilidade e, por sermos espíritas,
utilizarmos esta forma juntamente com os espíritos. Por certo, agindo como
médium. Teremos nossas disposições fluídicas melhoradas pelos espíritos
trabalhadores do bem. Portanto, façamos uma “auto-hipnose” todos os dias, com
idéias otimistas fortalecidas por tudo aquilo que já aprendemos com a doutrina
espírita. Desse modo, estaremos sempre com as mãos no serviço do bem, não tendo
tempo para acomodar as “sugestões do mal” em nós.
Franz Anton Mesmer, conhecido como o “pai do
mesmerismo”, ainda é considerado como cientista e inovador por uns e como
charlatão por outros. QuaL a sua opinião?
Mario Coelho - Vejo
Mesmer da mesma forma que qualquer homem implantador de idéias. Ele trouxe as
bases para que entendêssemos o magnetismo, muito embora tenha sido taxado de
charlatão em algumas de suas demonstrações. Muitos dos erros de Mesmer não
foram equívocos da doutrina que trazia. mas da própria ânsia de querer provar a
realidade de seus estudos para aqueles que o pressionavam tenazmente. Acho que
tudo foi fruto da própria época, do desejo de crer por parte de alguns e de
combater por parte de outros.
Segundo Mesmer, a doença é o magnetismo
desequilibrado. Sendo assim, a hipnose pode ajudar a reequilibrar o corpo? De
que maneira?
Mario Coelho - O hipnotismo com finalidade médica ajuda o
equilíbrio da mente no sentido de sugestionar o doente a tirar de dentro dele
algumas idéias fixas que são substratos da doença. Porém, fazemos isso mesmo
sem conhecermos o hipnotismo. Quando ternos uma dor e começamos a criar idéias
otimistas sobre ela ou procuramos entender sua causa, isto é uma auto-sugestão
para redimensionarmos nossa dor. Por exemplo: é mais fácil para um espírita
aceitar a dor da morte de um ente querido do que um não-espírita, mas a perda
não é a mesma para ambos? No entanto, com conhecimento. o espírita redimensiona
sua dor tornando-a menor. ELe aceita porque entendeu e se preparou para tal. No
fundo, é um trabalho junto a própria mente e, porque não dizer, ao próprio
espírito.
O magnetismo pode ser confundido com transe mediúnico
? A pessoa hipnotizada está sempre acompanhada por alguma entidade?
Mario Coelho - Há
pessoas que se auto-hipnotizam inconscientemente e entenda-se essa hipnose no
sentido de fortificar em si uma idéia fixa. Desse modo, vemos pessoas com
crise emocional simulando inconscientemente uma incorporação mediúnica.
Primeiro, ela tem a crise com uma pseudo perda da consciência, ao ponto das
pessoas que não conhecem profundamente o tema acharem que ela estava caída no
chão por ação do espíritos. Depois, muitas vezes, a pessoa sai desse transe
como se tivesse mesmo desincorporando. São sutilezas que aqueles que tem
contato com pessoas sofridas no centro espírita encontram vez ou outra.
O magnetismo tem poder de cura?
Mario Coelho - Sim, o
próprio Allan Kardec nos fala isso na Revista Espírita e nas obras da
codificação. Antes de ver fenômenos espíritas, ele estudou magnetismo durante
30 anos. Em A Gênese, kardec afirma que nem sempre é possível se dizer quando a
pessoa foi magnetizadora pura e simples. Ou seja imbuído pelo desejo de ajudar,
o magnetizador sempre será auxiliado por um bom espírito, daí ele passa a atuar
como médium.
O passe magnético deve ser aplicado aos doentes em
hospitais?
Mario Coelho - Em muitos paises, os magnetizadores e até mesmo os
médiuns são cadastrados come agentes de saúde. Muitos centros espíritas fazem o
serviço de visita aos enfermos que queiram, que tenham idéias espíritas ou
aceitam as mesmas. Mas isso é um serviço previamente preparado, no qual o
médium não vai pare magnetizar, mas pare fazer um auxilio apoiado nos
espíritos. Se já temos consciência espírita, não há motivos para sairmos dando
passes como magnetizadores sem um planejamento.
Uma pessoa que vai magnetizar outra pode, de alguma
maneira, vir a prejudicá-La?
Mario Coelho - Caso
não tenha conhecimento das técnicas de magnetismo ou mesmo dos próprios
mecanismos das doenças, pode prejudicar sim. Certa vez, um médium passista
amigo meu, ao ver a filha com um leve ataque de asma brônquica. decidiu agir
como magnetizador e passou a jogar fluído no tórax da criança, só que ela
começou a piorar instantaneamente. Por que isso aconteceu ? A asma, por si só,
já é uma doença hiper reativa e, ao irradiar fluídos, meu amigo só aumentou
ainda mais a reatividade dos brônquios. Na verdade, ele deveria ter dado os
passes para dispersar os fluídos do corpo da filha
O magnetismo é algo inerente ao ser humano?
Mario Coelho - Sim,
todo ser humano é portador de magnetismo, já que este nada mais é do que uma
transformação de nosso fluido vital. Sendo assim, teoricamente, todos podemos
magnetizar. Sem querer, agimos da mesma maneira dos magnetizadores do passado,
que também utilizam também o passe de sopro para aliviar dores.
Fonte: Revista
Cristã de Espiritismo nº 17
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