Meimei, da obra “Pai Nosso”
psicografado por Francisco Cândido Xavier,
O professor lutava na escola com um grande
problema.
Os alunos começaram a ler muitas histórias
de homens maus, de roubos e de crimes e passaram a viver em plena
insubordinação.
Queriam imitar aventureiros e malfeitores
e, em razão disso, na escola e em casa apresentavam péssimo comportamento.
Alguns pronunciavam palavrões, julgando-se
bem-educados, e outros se entregavam a brinquedos de mau gosto, acreditando que
assim mostravam superioridade e inteligência.
Esqueciam-se dos bons livros.
Zombavam dos bons conselhos.
O professor, em vista disso, certo dia
reuniu todas as classes para a merenda costumeira, apresentando-se uma surpresa
esquisita.
Os pratos estavam cheios de coisas
impróprias, tais como pães envolvidos em lama, doces com batatas podres,
pedaços de maçãs com tomates deteriorados e geléias misturadas com fel e
pimenta.
Os meninos revoltados gritavam contra o que
viam, mas o velho educador pediu silêncio e, tomando a palavra, disse-lhes:
- Meus filhos, se não podemos dispensar o
alimento puro a benefício do corpo, precisamos também de alimento sadio para a
nossa alma. O pão garante a nossa energia física, mas a leitura é a fonte de
nossa vida espiritual. Os maus livros, as reportagens infelizes, as difamações
e as aventuras criminosas representam substâncias apodrecidas que nós
absorvemos, envenenando a vida mental e prejudicando-nos a conduta. Se gostamos
das refeições saborosas que auxiliam a conservação de nossa saúde, procuremos
também as páginas que cooperam na defesa de nossa harmonia interior, a fim de
nunca fugirmos ao correto procedimento.
Com essa preleção, a hora da merenda foi
encerrada.
Os alunos retiraram-se cabisbaixos.
E, pouco a pouco, a vida dos meninos foi
sendo retificada, modificando-se para melhor.
* * *
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