Emmanuel, da obra “Fonte
Viva”
psicografado por Francisco
Candido Xavier
“... mas nada é puro
para os contaminados e infiéis.” (Paulo. Tito, 1:15)
O homem enxerga sempre, através da visão interior.
Com as cores que usa por dentro, julga os aspectos de fora.
Pelo que sente, examina os sentimentos alheios.
Na conduta dos outros, supõe encontrar os meios e fins das
ações que lhe são peculiares.
Daí, o imperativo de grande vigilância para que a nossa
consciência não se contamine pelo mal.
Quando a sombra vagueia em nossa mente, não vislumbramos
senão sombras em toda parte.
Junto das manifestações do amor mais puro, imaginamos
alucinações carnais.
Se encontramos um companheiro trajado com louvável apuro,
pensamos em vaidade.
Ante o amigo chamado á carreira pública, mentalizamos a
tirania política.
Se o vizinho sabe economizar com perfeito aproveitamento da
oportunidade, fixamo-lo com desconfiança e costumamos tecer longas reflexões em
torno de apropriações indébitas.
Quando ouvimos um amigo na defesa justa, usando a energia
que lhe compete, relegamo-lo, de imediato, à categoria dos intratáveis.
Quando a treva se estende, na intimidade de nossa vida,
deploráveis alterações nos atingem os pensamentos.
Virtudes, nessas circunstâncias, jamais são vistas.
Os males, contudo, sobram sempre.
Os mais largos gestos de bênção recebem lastimáveis
interpretações.
Guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja,
pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência.
Casos intrincados existem nos quais o silêncio é o remédio
bendito e eficaz, porque, sem dúvida, cada espírito observa o caminho ou o
caminheiro, segundo a visão clara ou escura de que dispõe.
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