Adilson Pugliese - 23/07/2005
A noite de 31 de dezembro de
1799, nas Esferas Superiores, teve, na história do planeta Terra, um
significado especial.
Naquela data memorável, conforme
relata o Espírito Humberto de Campos (Irmão X) (1), reuniu-se “no coração da
latinidade” grande assembléia de Espíritos sábios e benevolentes, para
assinalarem a chegada do século XIX.
Eram “antigas personalidades de
Roma Imperial, pontífices e guerreiros das gálias (...), gregos ilustres,
sábios chineses, filósofos hindus, teólogos budistas”. Ali se achavam Sócrates,
Platão, Aristóteles, Agostinho, Fénelon, Giordano Bruno, Orígenes, Vicente de
Paulo, Joana D’Arc e muitos outros “heróis e paladinos da renovação terrestre”.
Presentes, também, Voltaire, Rousseau e um grupo de almas ainda encarnadas,
tendo à frente, “com os seus trajes habituais e com o seu chapéu
característico”, Napoleão Bonaparte (1769 - 1821).
Ante a expectativa de todos, um
mensageiro celeste, “nimbado de claridade celestial”, é apresentado ao corso
por uma voz enérgica e doce, que exclama para Napoleão: “Irmão e amigo, ouve a
Verdade, que te fala em meu Espírito!
Eis-te à frente do apóstolo da fé
que, sob a égide do Cristo, descerrará para a Terra atormentada um novo ciclo
de conhecimento... (...) Rende o culto de tua veneração ante o pontífice da
luz! (...) Renova, perante o Evangelho, o compromisso de auxiliar-lhe a obra
renascente!...”. (grifamos)
Naquele momento, Napoleão,
encarnado, era apresentado ao “apostolo que seria Allan Kardec”, o qual,
“sustentando o futuro imperador da França nos braços, aconchegou-o de encontro
ao peito e acompanhou-o, bondosamente, até religá-lo ao corpo de carne, no
próprio leito”.
Aproximadamente cinco anos mais
tarde, em 03 de outubro de 1804, o “mensageiro da renovação renasceria num
abençoado lar de Lião” para começar “a preparação do terceiro milênio do
Cristianismo na Terra”.
Consoante os registros da
História, entre os anos de 18l4 e 1815, o Imperador, tendo convertido “celestes
concessões em aventuras sanguinolentas”, perdia na batalha de Waterloo (1815)
suas últimas esperanças e é “apressadamente sitiado, por determinação do Alto,
na solidão curativa da Ilha de Santa Helena”. Simultaneamente, no mesmo
período, o jovem Hippolyte Léon Denizard Rivail, aos 10 anos de idade, seguia
para a Suíça, onde ingressava no Instituto Pestalozzi.(2)
O destino desses dois famosos
homens, Napoleão I e Allan Kardec, embora entrelaçados por compromissos
assumidos no Mundo Espiritual, em beneficio da Humanidade, teve rumos
diferentes, tendo ambos definido as suas trajetórias consoante as
características marcantes de suas personalidades.
Enquanto Napoleão “engalanou-se
com a púrpura do mando, embriagado de poder”, proclamando-se imperador em 18 de
maio de 1804, ordenando ao Papa Pio VII coroá-lo em Paris, Allan Kardec,
“apagando a própria grandeza, na humildade de um mestre-escola, muita vez
atormentado e desiludido, como simples homem do povo, deu integral cumprimento
à divina missão que trazia à Terra, inaugurando a era espírita-cristã, que
gradativamente será considerada em todos os quadrantes do orbe como a sublime
renascença da luz para o mundo inteiro”.(3) (grifamos)
O Dr. Michael H. Hart, formado em
Ciências Humanas pela Cornell University, em Direito e em Astronomia, escreveu,
em 1978, o livro As 100 Maiores Personalidades da História: Uma classificação
das pessoas que mais influenciaram a História.(4) Nessa respeitável obra, com
610 páginas, Napoleão Bonaparte, o célebre general e imperador francês, ocupa a
34ª colocação; Júlio César (100 a.C. - 44 a.C.) “famoso líder militar e
político romano” obteve a 67ª posição e Alexandre, o Grande (356 a.C. - 323
a.C.) “o mais celebre conquistador do mundo antigo”, foi posicionado no 33ª
lugar, antes de Napoleão, portanto.
Quais os vínculos que unem esses
homens na Historia da Terra? Quais as características de suas personalidades,
que justificaram as suas ações e pelas quais são lembrados? Recorramos às
revelações do Mundo Espiritual.
Ficaram célebres as experiências
do médico francês Jean Martin Charcot (1825 - 1893), no século XIX, com a
sensitiva ALCINA, no asilo Salpetrière em Paris. Numa reunião que contou com a
presença de psiquiatras e professores universitários, o mestre francês Mathias
Duval, ante os fenômenos paranormais produzidos pela médium, sugere que seja
evocado o Espírito de Platão, “que nos dirá algo sobre a semelhança entre
Alexandre, César e Napoleão”.
O Espírito do célebre discípulo
de Sócrates, comunicando-se através de Alcina, tomando do giz, escreve, em
grego, no quadro exposto na sala da experiência:
“Observei que, fisicamente, esses
três homens se parecem: estatura mediana, temperamento nervoso e exagerado,
paixões inferiores, vivacidade, soberba, talento extraordinário, tez morena,
cabelos negros, mãos finas, expressão fácil, sem verbosidade, eloqüência
claríssima, resoluções firmes, atividade inesgotável, etc. Todas essas
condições lhes foram comuns; suas obras de guerreiros e conquistadores,
idênticas; a ambição, única e igualmente arrebatadora: a dominação do mundo.
Essa trindade teve uma única alma: foi Alexandre, foi César, foi Napoleão!” (5)
O Dr. Michael Hart, que em sua
obra coloca Jesus como a terceira maior personalidade da História, logo depois
de Maomé (1º) e Isaac Newton (2º) não cita Allan Kardec. Nem entre as “menções
honrosas”, nem entre os casos de “ausências interessantes”. Na Introdução, o
biógrafo destaca que a classificação reflete suas próprias opiniões e que
recebeu muitas objeções após a publicação da 1ª edição do livro, em 1978, tendo
feito inclusões e exclusões.
Lendo as biografias selecionadas,
de uma centena de personagens históricas influentes, muitas delas presentes na
histórica reunião espiritual de 31 de dezembro de 1799, e que deixaram suas
marcas de prestígio, fama, talento, versatilidade, nobreza de caráter, etc.,
deixamo-nos envolver pela sugestão do Dr. Hart, ao recomendar ao leitor “compor
a sua própria lista” de personagens.
Estimulado, assim, pela
oportunidade, rogando vênia ao erudito escritor americano, incluo, então, na
lista de homens e mulheres notáveis, o venerável nome de ALLAN KARDEC, sem
classificá-lo, contudo, porque seu posicionamento na História foi definido por
todos os espíritas do mundo, ao qualificá-lo no ensejo das comemorações do
bicentenário do seu nascimento como “O Edificador de uma Nova Era para a
regeneração da Humanidade”.
E coloco, no topo do elenco,
JESUS, indiscutivelmente a maior personalidade da História, em todos os tempos.
Fonte: website O Espiritismo
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