Humberto
C. Pazian
Poucas
frases representaram tão bem o espírito de fidelidade à Doutrina do Cristo como
esta pergunta feita a Jesus pelo apóstolo Paulo.
Temos
no início do cristianismo nascente, exemplos fenomenais de amor e dedicação à
obra do Evangelho. Renúncias sem conta, molestações físicas onde em pleno
suplício corações repletos de amor elevavam seus cânticos a Glória do Altíssimo.
Relatados
na história, podemos afirmar, que grandes exemplos de fé e coerência
doutrinária, como estes, jamais foram registrados.
De
todos os apóstolos dessa Doutrina podemos tecer imensos e profundos
comentários, mas é em Paulo, o apóstolo e missionário, em que ressaltamos esta
frase notável:
“Que
queres, Senhor, que eu faça”.
Para
ter-se uma idéia mais próxima do teor dessa pergunta é preciso analisar a vida
desse apóstolo. Estudioso e Mestre em Israel, perseguidor assas violento dos
seguidores do Cristo, mas de uma fidelidade invejável ao Deus de seus
princípios, não hesitou em transformar sua vida, ao cair por terra nas portas
de Damasco, reconhecendo a grandeza daquele que perseguia.
Rende-se
a verdade, e faz a célebre pergunta...
A
partir desse momento toda sua vida muda e a vontade do Cristo é a mesma que a
sua. Segundo suas palavras, não é mais ele que vive, mas sim o Cristo que nele
habita.
Séculos
se passaram e o exemplo de Paulo, suas viagens e suas epístolas, ainda se
encontram na memória da humanidade. No momento aprazado, irrompe no cenário do
mundo a vós dos Espíritos. Os apóstolos da nova Revelação se desdobram e
multiplicam-se.
De
todas as partes do Globo a mensagem de Jesus é lembrada e revivida.
Novos
seguidores e novas juras de união. O Evangelho é dissecado à luz do espiritismo
e nós, seus herdeiros e discípulos, procuramos acertar nossos prumos seguindo
rumo a Deus.
No
momento em que a Ciência começa a desvendar os mistérios que a revelação já
prenunciara e os Espíritas se reúnem para estudos e conferências sobre os
múltiplos aspectos de nossa doutrina, buscando novas fórmulas e novos
conceitos, cabe aqui uma reflexão:
Quantos
de nós podemos, como Paulo, estar preparados para viver os ensinamentos da Boa
Nova à Luz do Espiritismo de uma forma total e absorvente? Quem já pode afirmar
convictamente que já não vivemos mais e sim, o Cristo é que em nós habita?
Quem
já está preparado para corrigir e orientar o próximo pelo próprio exemplo de
sua vida? E enfim, será que temos desapego e coragem suficientes para viver o
Evangelho em sua essência?
Nos
alertara Paulo; “Sem amor, eu não sou nada”, já nos anunciara Kardec: “Fora da
Caridade não há salvação”, e embora o estudo da Doutrina Espírita seja
fundamental para não trilharmos incertos caminhos, a prática pura e simples do
Evangelho em nossas vidas, segundo Paulo, deve ser a própria razão de existir.
Quando
estivermos inseguros com que caminho seguir ou medida a tomar, façamos como
Paulo, perguntemos a Jesus e sigamos sua vontade.
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