A chuva caiu forte.
Todo o povoado comentava que era vontade de Deus.
E, como de outras vezes já ocorrera, o enorme
tronco de uma figueira se atravessou na estrada, despencando do morro, e deixou
totalmente isolada aquela comunidade.
Pedras se deslocaram, rolando morro abaixo. A
enxurrada varria as ruas, com violência.
Enquanto cada um lamentava e entrava em sua casa
para racionar a comida para os próximos dias, o menino da casa de flores
amarelas saiu em disparada para o meio do mato.
Não lhe importava a chuva que continuava caindo,
embora menos intensa. Habitualmente, era ali, debaixo da copa das árvores, que
ele dialogava com seu anjo, da mesma forma que o fazia, à noite, em suas
orações, antes de dormir.
Meio sem jeito, Pedro perguntou o motivo daquela
chuva, daquele tronco, tudo de novo, como de outras vezes passadas. Seus pais
estavam cansados daquilo, seus amigos também.
Mas o anjo confirmou: Foi Deus mesmo quem
mandou a chuva.
Aquilo incomodou o garoto. Ele saiu dali e foi em
direção ao tronco. Atirou-se na lama e se pôs a empurrar a enorme figueira
tombada.
Os mais velhos esbravejavam, cada um em sua porta.
E diziam da inutilidade daquilo. O anjo ficou à frente do seu pupilo e o
incentivou: Você consegue. Não pare. Continue.
Com os braços tremendo e as mãos arranhadas, alguns
minutos depois, Pedro olhou para o lado. Todas as crianças da vila haviam se
juntado a ele e empurravam.
Enquanto faziam força, riam dos seus escorregões,
da lama em seus corpos, da cara suja. E brincavam, deixando que a chuva lhes
lavasse as manchas da roupa. Empenhavam-se como irmãos.
Com o insucesso de retirar os filhos do tronco
deitado, as mães e as avós resolveram participar da fantasia dos meninos. Logo,
os homens se mobilizaram.
Largaram seus copos de café, que esquentavam seus
corpos, e se colocaram à disposição do que consideravam uma causa perdida, uns
em respeito às suas esposas, outros pelos seus filhos.
Depois de muito esforço, conseguiram deslocar a
figueira para o lado. O caminho estava livre.
A seguir, providenciaram a retirada das grandes
pedras do meio das ruas.
Aqueles momentos conectaram para sempre aquela
gente. As faltas foram perdoadas, as desculpas foram aceitas.
Eram todos companheiros, empenhados num único
propósito.
A discórdia deu lugar à união, o desespero à
esperança, a tristeza à alegria, as trevas à luz e a dúvida à fé.
Finalmente, a comunidade havia entendido a vontade
de Deus. Ele mandara a chuva, que desencadeara o episódio da derrubada da
figueira e o deslocamento das grandes pedras.
Contudo, a união de todos, o esforço conjugado,
resolvera a dificuldade.
Pedro descansava na lama, agora, enquanto sentia o
afago de seus pais.
E todos haviam aprendido que o êxito é uma
bênção de forças conjugadas da natureza, enquanto a força é ato,
que significa compromisso no bem ou no mal, é a palavra que edifica ou destrói.
A oportunidade é a nossa porta de luz, no sagrado
momento que passa.
Redação do Momento Espírita,
com base no artigo A vontade de Deus
e A figueira do caminho,
e A figueira do caminho,
da Revista Cultura Espírita, de
janeiro.2014,
do Instituto de Cultura Espírita do
Brasil,
Rio de Janeiro; nos verbetes Êxito, Força e
Oportunidade, do livro Dicionário da alma,
Oportunidade, do livro Dicionário da alma,
por Espíritos diversos, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 27.3.2014.
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 27.3.2014.
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