Aquela parecia ser mais
uma cena corriqueira, no amplo estacionamento do supermercado.
O filho desobediente,
preso no carrinho que serve para transportar as mercadorias, gritava
desesperadamente, tentando sensibilizar a mãe, o pai e o irmão que se afastavam
sorrindo, dizendo que iriam deixá-lo ali, sozinho.
O garoto, aparentando
uns quatro anos de idade, certamente não sabia que era apenas uma tentativa dos
pais de fazê-lo obedecer da próxima vez, e que não iriam realmente abandoná-lo.
Seus gritos de desespero
eram de causar angústia ao coração mais endurecido, mas os pais entraram no
carro, indiferentes.
Só depois que a criança
não tinha mais fôlego, e dava mostras de que iria desfalecer, a mãe retornou e
a retirou do carrinho.
Talvez muitos pais
acreditem que uma atitude dessas possa ajudar na educação dos filhos,
fazendo-os refletir sobre os próprios atos.
No entanto, esse tipo de
comportamento por parte de pais e educadores, só causa pavor e gera
insegurança.
Uma criança nessa idade
ainda não tem capacidade de entender, de forma subjetiva, essa tentativa de
corrigenda. O máximo que conseguirá sentir é pânico de ser abandonada por
aqueles que, no seu entender, deveriam ampará-la e protegê-la sempre.
A criança, nessa idade,
acredita cegamente no que os adultos lhe dizem ou lhe demonstram através dos
seus atos.
E, por essa razão, uma
atitude desse tipo se constitui em um infeliz ato de violência, de agressão
contra um ser completamente indefeso e dependente.
Não podemos nos admirar
quando a criança tem atitudes infantis, pois ela é infantil. Mas nada justifica
que os adultos ajam como criança, salvo os casos de retardamento mental.
É muito comum se
observar pais ameaçando abandonar filhos em parques de diversão, em lojas, em
praças etc., por não conseguirem convencê-los com atitudes sensatas.
Também não é raro
perceber pais ameaçando ir embora de casa e dizendo que nunca mais voltarão,
provocando desespero e pânico nos corações infantis.
Esses pais não se dão
conta de que estão plantando, no solo fértil do coração infantil, as raízes da
insegurança. Lançam mão de chantagens emocionais, por falta de argumentos
capazes de convencer uma criança a atender, de boa vontade, suas orientações.
É preciso que pais e
educadores compreendam muito bem o papel que lhes cabe junto aos seus
educandos. É preciso que entendam claramente que estão na condição de orientadores.
E um orientador jamais
deverá tentar esmagar com agressões físicas ou psicológicas seus tutelados.
Um bom orientador é
aquele que tem sempre uma palavra convincente, um gesto de carinho, um olhar de
ternura, uma mão estendida para bem conduzir aqueles que estão sob sua
responsabilidade.
E, por fim, um bom
educador é aquele que tem consigo a mais eficaz de todas as armas: a autoridade
moral.
E a autoridade moral se
resume em agir bem sempre, ensinando pelo exemplo, pois só o exemplo possui a
magia de arrastar seus seguidores, sem violência e sem pieguice.
* * *
A criança é, sem
contestação, a base do amanhã da Terra, e, como você está destinado a retornar
à Terra, amanhã, pela inderrogável Lei da reencarnação, atenda bem a sua
criança de agora, para que ela bendiga seus passos e sua existência no mundo,
futuramente.
Redação do Momento
Espírita com base no cap. 10, do livro Vereda familiar, pelo
Espírito Thereza de Brito, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 23.12.2010.
Em 23.12.2010.
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