Alice não conviveu muito com a avó, mas tinha
lembranças carregadas de carinho.
Toda vez que viajavam, a avó ia observando a
paisagem e exclamava de vez em quando: Deus é tão bom!
Ela sempre tinha um chá para as doenças do
corpo. E para os males da alma, fazia uma oração. Dizia que doença de alma se
curava com fé, amor e prece.
Possuía uma fé inabalável. E profundo amor pelo
próximo.
Todos os dias, reservava um horário para a oração
por todos os que sofriam.
Alice a imitava. Colocava-se ao lado dela e
orava, para Deus curar os doentes, dar emprego aos que precisavam, consolo aos
aflitos, esperança aos que padeciam de dores físicas e morais.
Depois da morte da avó, Alice foi deixando de
orar. Cresceu e tornou-se uma pessoa descrente, fez más escolhas na vida e
passou a sofrer as consequências disso.
Adoeceu. Consultou médicos, psiquiatras. Vivia
sob a ação de medicamentos que a auxiliavam, mas não a curavam, na intimidade.
Certo dia, enquanto procurava um documento,
encontrou numa caixa a foto da avó.
Tomada de grande emoção, Alice recordou-se das
preces da infância. E, envolvida pelas lembranças, seu pensamento se dirigiu a
Deus, rogando que a curasse da dor que sentia na alma.
Ao adormecer, sonhou que estava num campo.
Havia uma mulher colhendo plantas. Quando se virou, Alice reconheceu sua avó,
que sorriu e disse:
A natureza não é linda? Ela nos dá tudo de que
precisamos. Basta estender o braço e pegar. E como Deus é bom!
Alice quis falar, mas a voz ficou presa na
garganta.
A avó a abraçou. Seu suave perfume de alfazema
a envolveu. Alice se sentiu amparada e protegida.
Que bom que você pediu ajuda, minha filha. Não
se esqueça de orar também pelos que sofrem como você. Quando você ora pelos
outros, recebe auxílio igualmente.
Alice despertou, sentindo ainda o perfume.
A partir de então, retomou o hábito da oração.
Elevando o pensamento a Deus, pedia por si mesma e por todos os que
necessitavam.
Em algumas semanas, sua vida se transformou.
Passou a dedicar parte de seu tempo a trabalhos
voluntários num lar para idosas. Lia para elas e ouvia as histórias de cada
uma.
Nesse contato, conheceu vidas permeadas por
terríveis sofrimentos. Ela desejava, do fundo do coração, aliviar a dor
daquelas pessoas.
E, assim, percebeu-se capaz de amar e de se
doar. Compreendeu a lição de amor e descobriu o caminho para a felicidade.
* * *
Nos momentos de sofrimento, busquemos ajuda
para aliviar as dores do corpo e da alma. Essa ajuda pode vir por meio da prece
e da dedicação ao próximo.
Olhando além de nossos problemas, veremos
sempre alguém sofrendo tanto ou mais do que nós.
Auxiliando a esses, esquecendo um pouco nossas
próprias dores, praticamos a lei de amor e de caridade, aplicamos os
ensinamentos do Mestre Jesus e nosso fardo fica mais leve.
Portanto, para encontrarmos o caminho da
felicidade não é preciso muito. Basta nos amarmos, verdadeiramente, uns aos
outros como Jesus nos amou.
Redação do Momento Espírita.
Em 24.7.2015
Fonte: Momento Espírita
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