Narra-se que uma das cunhadas do médium mineiro
Francisco Cândido Xavier teve um filho com sérias dificuldades físicas e
mentais.
Braços
e pernas atrofiados. Os olhos, cobertos por uma espessa névoa, mantinham-no
mergulhado na mais completa escuridão.
Inspirava
medo às pessoas que o viam. Era tão deformado que a mãe, ao vê-lo, teve um
choque e foi internada num hospital psiquiátrico.
Chico
ficou sozinho com o sobrinho.
Cuidar
dele não era fácil. Medicá-lo, banhá-lo e aplicar-lhe um clister diariamente.
O
menino não deglutia e, para alimentá-lo, Chico tinha que formar uma pequena
bola com a comida, colocar em sua garganta e empurrar com o dedo.
Isto,
durante onze anos, aproximadamente.
Quando
o sobrinho piorava, Chico orava muito por ele. Já o amava como um filho.
Um
dia, porém, o Espírito de Emmanuel lhe disse:
Ele só vai desencarnar quando o pulmão começar a desenvolver e não
encontrar espaço. Aí, então, qualquer resfriado pode se transformar numa
pneumonia e ele partirá.
Quando
estava próximo dos doze anos, foi acometido de uma forte gripe e começou a
definhar.
Na
hora da desencarnação, seus olhos voltaram a enxergar. Ele olhou para Chico e
procurou traduzir toda a sua gratidão naquele olhar.
Emmanuel,
presente e emocionado como Chico, explicou:
Graças a Deus. É a primeira vez, depois de cento e cinquenta anos, que
seus olhos voltam para a luz. As suas dívidas do passado foram aniquiladas.
Louvado seja Jesus.
Chico
Xavier sempre teve seus olhos voltados para a luz, e este é mais um dos
inúmeros exemplos disso.
O
sobrinho, necessitado de acerto com as Leis maiores, encontrou no amor do tio o
estímulo necessário para deixar as trevas.
* * *
Enquanto
não acertamos as dívidas do passado, enquanto não cumprimos os compromissos
assumidos até o fim, não conseguimos nos libertar da escuridão.
A
expiação é mecanismo infalível da Lei Divina.
Diz-nos
ela que cada um de nós é responsável pelos equívocos realizados, nesta ou
noutra existência, e que sempre assumimos o compromisso de resgate perante a
vida.
Assim
é que as vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do
passado e, simultaneamente, provas com relação ao futuro.
Depuram-nos
e elevam-nos, se as suportamos resignados e sem murmurar.
Para
voltar os olhos para a luz, novamente, faz-se necessário o arrependimento
sincero, o aprendizado e o resgate.
É
assim que a Justiça Divina opera, dando a cada um o que é seu, de acordo com
sua necessidade.
Voltar
os olhos para a luz é desprender-se, através do amor ou da dor, do passado de
desvarios ao qual muitos ainda estamos aprisionados.
É
tempo de caminhar com passos seguros, mirando-se na caridade-doação de um Chico
Xavier, que mostra o caminho do amor para o encontro com a luminosidade que
espera todos nós.
Redação do Momento Espírita,
com base no cap. Dívida e resgate,
do livro Chico, de Francisco, de Adelino da Silveira,
do livro Chico, de Francisco, de Adelino da Silveira,
ed. CEU e no item 399,
de O livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 29.7.2016.
Em 29.7.2016.
Fonte:Momento Espírita
www.momento.com.br
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