Márcio, por motivos
comerciais, acabou atraindo a ira de um ex-companheiro que passou a agredi-lo
gratuitamente.
Correto nos seus
negócios, se sentia muito incomodado com aquele ataque sem fundamentos.
Lembrava do ensinamento
evangélico: Reconcilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás a
caminho com ele, o que o levava a tentar se aproximar do ex-companheiro.
No entanto, aquele se
mantinha distante, não aceitando nenhuma aproximação.
Todas as tentativas de
contato telefônico resultaram infrutíferas.
Márcio começou a se
entristecer por não conseguir seu objetivo. Não demorou muito e essas
preocupações, alimentadas e realimentadas, acabaram por desencadear um processo
de depressão.
Naturalmente, após
algum tempo, sintomas de enfermidade se apresentaram.
Márcio procurou o
médico, realizou exames e recebeu medicação.
As melhoras esperadas,
contudo, não aconteceram.
Preocupado, a um amigo
relatou os acontecimentos e disse que não se conformava com o fato de não poder
resolver a situação.
O amigo o convidou a
meditar a respeito do que lhe vinha ocorrendo. Invocando a exortação evangélica
da reconciliação com o inimigo, lembrou que a orientação é de se buscar o
adversário, oferecendo a harmonização.
Mas, ponderou, não
podemos obrigar ninguém a aceitar as nossas desculpas, a repensar os
acontecimentos, numa tentativa de solução do problema.
Cada indivíduo é um ser
pensante e distinto, único. Não nos cabe exigir de quem quer que seja a sua
adesão à nossa vontade.
Assim, ao nos propormos
fazer nossa parte, já caminhamos alguns passos na senda do acerto.
Se o outro não entendeu
ou não deseja colaborar, o problema deixa de ser nosso.
Márcio sentiu uma luz
adentrar-lhe o pensamento. E passou a assimilar a ideia, descontraindo-se.
*
* *
Necessário termos
ouvidos de ouvir.
Jesus, o maior
psicólogo que a Terra conheceu, penetrava o imo das criaturas e sabia o que
cada qual trazia em si.
Deixou-nos lições que
se fazem, a cada dia, mais atuais à compreensão dos homens.
Ao sugerir a
reconciliação, nos estimula à paz.
Portanto, quer dizer
que devemos sim, buscar a reconciliação com o outro, fazer a nossa parte.
Se o adversário se
apresenta resistente, respeitemos a sua posição.
Cada qual enxerga a vida
pelo seu prisma particular e nem sempre conseguimos compreender nossos
semelhantes.
Façamos hoje, o nosso
melhor, auxiliando a todos, sempre que nos surgir oportunidade.
Trabalhemos para
harmonizar situações ambíguas.
Oremos pelas pessoas
que pensam diferente de nós.
Mostremos, de todas as
maneiras possíveis, nossas intenções de paz e de amizade.
Porém, se o adversário
desdenhar de nossas boas intenções, o problema passa a ser dele somente.
Tranquilizemos, assim,
a nossa própria consciência.
Façamos a nossa parte,
ofertemos nossa mão, nossa disposição de harmonizar, de conciliar. E fiquemos
em paz.
Redação do Momento Espírita,
com base no cap. 120,
do livro Pão nosso, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 26.11.2016.
Fonte: Momento Espírita
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