Joanna de Ângelis da obra "Psicologia da Gratidão"
psicografia de Divaldo Pereira Franco
"A psicologia clássica e as
que surgiram em diferentes escolas de experimentação clínica têm o dever de
considerar o ser humano além da dualidade corpo-mente, igualmente a condição de
espírito imortal.
Mesmo não aceitando a
possibilidade da sua sobrevivência ä morte orgânica, é compromisso científico o
estudo de todas as variantes sem preconceito quanto ä sua legitimidade. Isso
porque os pacientes procedem de todas as camadas culturais e sociais,
religiosas e positivistas, crentes e não vinculadas a nenhum credo
espiritualista...
O resultado de tal procedimento
será sempre positivo no auxílio à clientela de ansiosos e transtornados.
As pesquisas do magnetismo, por
exemplo, assim como do hipnotismo, inicialmente combatidos com veemência,
trouxeram, no último quartel do século XIX, em diferentes academias fixadas aos
padrões do materialismo vigente, valiosa contribuição para a descoberta e o
entendimento do subconsciente assim como, posteriormente, do
inconsciente... Adstritos aos preconceitos vigentes, foram rotulados de imediato
todos os fenômenos dessa procedência e, mais tarde, também os mediúnicos e
anímicos como sendo psicopatologias: histeria, dissociação, epilepsia,
alucinações, personalidades múltiplas e outras designações que não correspondem
ä realidade.
Frederic Myers, por sua vez,
constatando a realidade da fenomenologia mediúnica, especialmente por meio da
sra. Newham, teve a coragem de afirmar que as comunicações não afetavam o
"estado normal" das pessoas.
William James, o grande psicólogo
pragmatista americano - emérito professor de Filosofia e Psicologia em Harvard
- havendo observado séria e longamente as comunicações mediúnicas da sra.
Piper, convenceu-se da sua realidade e asseverou que, para se demonstrar que
"nem todos os corvos são negros, basta somente apresentar um corvo
branco", desanimando os exigentes incrédulos...
Com o advento da Psicologia
Transpessoal, com Maslow, Grof, Kübler-Ross, Pierrakos e toda uma elite de
psicólogos, psiquiatras, neurologistas e outros especialistas nos memoráveis
seminários em Big Sur, na Califórnia (EUA), apresentaram-se mais amplas
possibilidades de êxito na aplicação de psicoterapêuticas em pacientes
portadores de obsessões espirituais, de traumas e culpas de existências
passadas, abrindo espaço para procedimentos compatíveis com a psicogênese de
cada transtorno...
Cada ser humano é um cosmo
específico, cuja origem perde-se nos penetrais do infinito.
Transcendente, reflete as
experiências vividas e acumuladas no inconsciente pessoal profundo, assim como
registradas no inconsciente coletivo, produzindo os lamentáveis processos de
alienação.
A perspectiva da transcendência
oferece ao ser humano um significado igualmente grandioso, porque não encerra o
seu ciclo evolutivo quando lhe sucede a morte.
Transferem-se as suas metas do
círculo estreito da injunção corporal para a amplitude cósmica, prolongando-se
indefinidamente.
O ego transitório nessa nova
percepção modifica o comportamento ante a fascinante compreensão da
imortalidade e libera o self da sua constrição afligente.
Essa visão imortalista igualmente
o amadurecimento psicológico, enriquecendo o indivíduo de segurança moral, de
identificação com a vida, superando as crises existenciais que já não o
perturbam.
A ignorância a respeito do ser
integral responde por muitos conflitos, tais como o medo, a ansiedade, a
incerteza e a falta de objetivo existencial desde que, de um para outro
momento, a morte ceifando a vida, tudo reduziria ao nada...
A transcendência, por sua vez,
faculta o sentido de gratidão em todas as circunstâncias, proporcionando
comportamento saudável, relacionamentos edificantes e inefável alefria de viver
com os olhos postos no futuro promissor.
O homem e a mulher que se
identificam imortais têm perspectivas de alcançar a plenitude, em razão da
possibilidade inevitável de ressarcir erros, de reabilitar-se dos gravames
praticados, de recomeçar e conseguir êxito nos empreendimentos que foram
assinalados pelos fracasso.
Agradecer emocionalmente ser-se
transcendente é autopsicoterapia de otimismo que liberta o Narciso interno da
sua imagem irreal e responsabiliza parea a conquista da individuação, em
defluência do amadurecimento psicológico que resultará no estado numinoso.
Não mais doenças nem estados
doentes no indivíduo que se encontrou a si mesmo, que se descobriu imortal e
avança no rumo da plenitude."
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