Meimei, da obra "Caridade"
psicografia de Francisco Cândido Xavier
Não passes distraído, diante da dor.
Nesses semblantes, que o sofrimento descoloriu e nessas
vozes fatigadas, em que a tortura plasmou a escala de todos os gemidos, Jesus,
o nosso Mestre Crucificado, continua incompreendido e desfalecente...
*
Nessas longas multidões de aflitos e infortunados,
encontrarás a nossa própria família.
*
Quantos deles albergaram esperanças, iguais àquelas que nos
alimentam os sonhos, sem qualquer oportunidade de realização? Quantos tentaram
atingir a presença da luz, incapazes de vencer a opressão das trevas?!...
*
Essas crianças, caídas no berço da angústia, esses enrugados
velhinhos sem ninguém, essas criaturas que a ignorância e a provação
mergulharam no poço da enfermidade ou no espinheiro do crime, são nossos
irmãos, à frente do Eterno Pai!...
*
Estende-lhes tua alma, na dádiva que possas oferecer,
guardando a certeza de que, amanhã, provavelmente, estarás também suspirando
pelo bálsamo do socorro, na bênção de um pão ou na luz de uma prece amiga!
*
Recorda que as mãos, hoje, por ti libertadas dos grilhões da
penúria, podem ser aquelas que, amanhã chegarão livres e luminosas, em teu
auxílio!...
*
Ao pé de cada coração desventurado, Jesus nos espera, em
silêncio.
*
Socorre, pois, meu irmão, e na doce melodia do bem, ainda
mesmo que dificuldades e sombras te ameacem a luta, ouvirás, no imo do coração,
a voz do Divino Mestre, a encorajar-te, paciente e amoroso: “Tem bom ânimo! Eu
estou aqui”.
* * *
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