Meimei, da obra "Pai Nosso"
psicografia de Francisco Cândido Xavier
Num campo
de lavoura, grande quantidade de vermes desejava destruir um velho
arado de madeira, muito trabalhador, que lhes perturbava os planos e,
em razão disso, certa ocasião se reuniram ao redor dele e começaram
a dizer:
- Por que
não cuidas de ti? Estás doente e cansado...
- Afinal,
todos nós precisamos de algum repouso...
-
Liberta-te do jugo terrível do lavrador!
- Pobre
máquina! A quantos martírios te submetes!...
O arado
escutou... escutou... e acabou acreditando.
Ele, que
era tão corajoso, que nem sentia o mais leve incômodo nas mais
duras obrigações, começou a queixar-se do frio da chuva, do calor
do Sol, da aspereza das pedras e da umidade do chão.
Tanto
clamou e chorou, implorando descanso, que o antigo companheiro
concedeu-lhe alguns dias de folga, a um canto do milharal.
Quando os
vermes o viram parado, aproximaram-se em massa, atacando-o sem
compaixão.
Em poucos
dias, apodreceram-no, crivando-o de manchas, de feridas e de buracos.
O arado
gemia e suspirava pelo socorro do lavrador, sonhando com o regresso
às tarefas alegres e iluminadas do campo ...
Mas, era
tarde.
Quando o
prestimoso amigo voltou para utilizá-lo, era simplesmente um traste
inútil.
A
história do arado é um aviso para nós todos.
A
tentação do repouso é das mais perigosas, porque, depois da
ignorância, a preguiça é a fonte escura de todos os males.
Jamais
olvidemos que o trabalho é o dom divino que Deus nos confiou para a
defesa de nossa alegria e para a conservação de nossa própria
saúde.
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